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Quem nunca ouviu uma sinfonia de “foi-não-foi”?
O coacho é também chamado de vocalização, sendo uma das formas mais eficientes dos anfíbios anuros (sapo, rãs e pererecas) se comunicarem e economizarem energia. Isso mesmo: economizar energia!
Imagine você, quem gasta mais energia em uma hora: um lutador de boxe ou uma cantora lírica? Espero que tenha respondido a primeira alternativa!
Para um anuro macho, uma disputa vocal com outro macho é bem mais econômica e menos arriscada do que disputar em um combate físico, seja por territórios ou fêmeas – e é isso o que acontece. Como esses animais possuem a visão não muito desenvolvida, esta é a forma deles “perceberem” com quem estão lidando.
O canto oferece informações acerca dos atributos físicos do macho. Um sapo maior que outro de sua espécie pode indicar, através de seu canto, que é provavelmente mais velho, o que significa que sobreviveu às intempéries do ambiente. Assim, este é, possivelmente, mais forte e, em uma disputa física, provavelmente seria o vencedor.
Assim, ao perceber que outro macho possui “mais atributos”, é mais fácil e menos oneroso fugir e procurar outro território, fêmea ou macho para disputas. Seria quase o mesmo que a cantora lírica do exemplo querer lutar com Mike Tyson por uma cadeira e perceber que, caso não desista da ideia, terá grandes prejuízos.
Estudos mostram que vocalizações de frequências mais baixas são típicas de machos maiores e estas afastam outros machos e atraem mais fêmeas - efeito que ocorre também em repertórios com mais cantos por minuto. Essa atração às fêmeas se dá pelo mesmo motivo, já que as fêmeas de qualquer espécie têm uma tendência de buscar parceiros mais fortes e saudáveis e, assim, provavelmente, garantir uma prole com tais atributos.
Por Mariana Araguaia
Graduada em Biologia