PUBLICIDADE
Poeta nostálgico e crítico da sociedade portuguesa nascido em Lisboa, considerado o último representante do neoclassicismo arcádico em Portugal, em cujos escritos atacou o clero e a aristocracia, além de combater a superstição e o atraso ainda reinantes. De origem modesta, conseguiu ordenar-se padre (1754), estudou os clássicos e foi admirador incondicional de Horácio, adquirindo posteriormente uma formação liberal e enciclopedista. Adversário da Arcádia Lusitana, chefiou o grupo Ribeira das Naus e foi denunciado ao Santo Ofício como usuário da leitura de livros racionalistas franceses proibidos pela Inquisição.
Refugiou-se em Paris (1778), onde fez amigos ilustres, especialmente Lamartine, que lhe dedicou um poema e o chamou Divino Manuel. Morreu em Paris, a capital francesa, pobre e já bastante idoso, depois de publicar suas Obras completas (1817-1819), com o seu famoso pseudônimo arcádico que recebeu de D. Leonor de Almeida, Marquesa de Alorna, a quem ensinou latim quando esta se encontrava reclusa no Convento de Chelas e por cuja irmã, Maria, se apaixonou platonicamente. Essas suas poesias foram publicadas em Paris em onze volumes (1817-1819), seguindo-se uma segunda edição em Lisboa de vinte e dois volumes (1836-1840). Além de poeta era tradutor, vertendo para português os Mártires de Chateaubriand, as Fábulas de Lafontaine e Púnica de Sílio Itálico.