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Médico português nascido na Beira, autor da famosa farmacopéia editadas em Portugal, Farmacopeia Lusitana (1704), o primeiro formulário escrito por um boticário e em língua portuguesa, com métodos práticos de preparar os medicamentos na forma galênica, com todas as receitas mais usuais, e da qual se publicaram mais três edições, no século XVIII. Cônego Regrante de Santo Agostinho, boticário no Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra e depois no de S. Vicente de Fora, em Lisboa, escreveu a Farmacopeia Lusitana para ser utilizado no ensino da Farmácia aos praticantes.
Também atribuiu-se a este religioso a Farmacopeia Bateana, a qual continha cerca de oitocentos medicamentos tirados da prática de Jorge Bateo, proto-médico de Carlos II, rei da Inglaterra. Parece ter morrido em S. Vicente de Fora, em Lisboa. A aceitação dos medicamentos químicos refletiu-se na literatura farmacêutica, particularmente a partir da 2.ª edição da Farmacopeia Lusitana (1711), na Farmacopeia Ulissiponense (1716) de João Vigier e na Farmacopeia tubalense (1735) de Manuel Rodrigues Coelho. A obra foi traduzida para o latim e publicada em Lisboa, na Oficina Deslandesiana (1718).
As receitas para a preparação de medicamentos, nomeadamente em diversas Farmacopéias, na maioria das vezes eram pós. Tais pós em geral a base de antimônio embora seus fabricantes muitas vezes chegavam a afirmar que eram pós de ouro. Entre tais livros de receitas, ganharam enorme prestígio a Polyanthea Medicinal, der Curvo de Semmedo e o Farmacopea Lusitana, especialmente os pós de Quintilio, criados por um médico de Madrid, Alexandre Quintillo.
A introdução das novas técnicas químicas, assim como os avanços observados na Ciência dos séculos XVII e XVIII, vieram tornar manifestas as insuficiências do sistema de aprendizagem, mas os boticários portugueses não criaram qualquer forma organizada de ensino da Química ou da Botânica.As únicas tentativas de suprir as insuficiências da aprendizagem nas boticas, surgiram por iniciativa da coroa através de boticas estatais, com destaque para o Dispensatório Farmacêutico da Universidade de Coimbra. O ensino superior farmacêutico só nasceu verdadeiramente em 1836, com a criação das Escolas de Farmácia anexas à Faculdade de Medicina de Coimbra e às Escolas Médico-Cirúrgicas de Lisboa e Porto.