PUBLICIDADE
Cardeal e político francês nascido em Paris de Richelieu, que como primeiro-ministro de Luís XIII estabeleceu a monarquia absoluta, além de obter para a França a hegemonia na Europa. Estudou para ser militar, mas optou pela formação religiosa e ordenou-se (1606) e tornou-se bispo (1608), assumindo a diocese de Luçon, concedida a sua família por Henrique III.
Nomeado secretário de estado (1616) pela rainha-regente Maria de Medici, retirou-se para Avignon após a deposição dela. Chamado de volta a Paris pouco depois, foi nomeado cardeal pelo papa (1622), que assim atendeu a um pedido do soberano francês Luís XIII, e aos poucos ganhou inteira confiança do monarca. Foi nomeado primeiro-ministro (1624) e, em pouco tempo, tornou-se senhor absoluto da França. Politicamente, investiu contra o poderio da nobreza aristocrática, proibiu os duelos e instituiu a pena de morte como pena máxima. Acabou com o poder político dos huguenotes, garantindo-lhes apenas a liberdade de culto.
Aniquilou várias conspirações para tentar derrubá-lo do poder, principalmente organizadas pela aristocracia, e foi nomeado duque (1631) pelo rei. Administrativamente seu governo foi repressivo, mas bem-sucedido: o poder dos senhores feudais foi quebrado e a França unificada sob hegemonia real. Reorganizou o país, com a criação do cargo de intendente real nas províncias e o estabelecimento de uma legislação tributária e implantou medidas econômicas orientadas para o capitalismo mercantilista. Em obediência às resoluções do Concílio de Trento, reformou o clero francês e deu início à época dos grandes bispos e oradores sacros. Também reorganizou a Sorbonne e fundou a Academia Francesa, prenúncios do grande século da civilização francesa.
Externamente interveio na guerra dos trinta anos ao lado dos príncipes protestantes e financiou as campanhas dos suecos contra o imperador. Interveio também na Itália, participando da guerra de sucessão de Mântua e subjugando a resistência do duque Carlos Emanuel I de Savóia, e estabeleceu aliança com o Piemonte contra os espanhóis. Declarou guerra à Espanha (1635), apoiou a restauração em Portugal (1640) e ocupou o Roussillon (1642), porém morreu, em Paris, antes da assinatura da Paz de Vestfália, que pôs fim a guerra dos trinta anos.
Foi o maior estadista do Antigo Regime e resumiu suas idéias sobre política externa em seu Testament politique, livro que seria a leitura preferida de Luís XIV e Napoleão I. A obra foi também estudada por De Gaulle, que qualificou sua ação de decisiva para fazer da França um estado moderno.