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Traceur é o nome dado aos praticantes do le parkour. A palavra é de origem francesa e significa literalmente “traçador”, ou aquele que constrói um caminho a ser tomado, aquele que traça um percurso a ser percorrido. Nesse contexto encontra-se a ideia central do parkour, onde o praticante transforma os obstáculos em desafios a serem conquistados da forma mais orgânica e fluida possível.
A idealização do movimento do le parkour é geralmente atribuída a David Belle e a Sébastian Foucan, sendo definida por Belle como “a arte de ultrapassar obstáculos”. Para o traceur, os obstáculos urbanos são vistos como possíveis meios de locomoção no ambiente urbano, onde movimentos livres e criativos são empregados da maneira mais natural possível para que o praticante consiga se locomover utilizando as barreiras em seu deslocamento.
Para os traceurs, o condicionamento físico tem extrema importância, uma vez que o corpo é seu meio de locomoção principal e é sua ferramenta de transposição dos obstáculos urbanos. As habilidades de um traceur são limitadas apenas por sua criatividade e sua capacidade física, por isso o treino constante, além de ser necessário para que se evite acidentes graves, é essencial na vida de um praticante de parkour.
O parkour representa um movimento ideológico contemporâneo que busca a cultura do corpo e mente sadios e a retomada do meio urbano, agora tomado por automóveis, pelo corpo humano, contestando as formas de construção das cidades modernas, em que ruas são feitas com a finalidade de abrigar apenas carros, motos e demais automóveis, em detrimento da locomoção natural humana, do pedestre.
O traceur é o membro ativo da comunidade dos praticantes do parkour, que buscam, com sua ideologia de liberdade e de harmonia com o próprio corpo e o meio urbano, superar as barreiras físicas e sociais, enquanto grupo e subcultura, contestando e, ao mesmo tempo, adaptando-se às dificuldades impostas pela configuração moderna dos meios urbanos.
Por Lucas Oliveira
Graduado em Sociologia