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No Brasil, não há regiões e nem classes econômicas que fuja do excesso de peso e obesidade de sua população, mas é certo de que em algumas localidades geográficas esse problema seja mais crônico. A Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), no ano de 2008-2009, realizada pelo IBGE em parceria com o Ministério da Saúde, veio constatar tal fato, apontando que 40% da população brasileira está acima do peso.
Um dado preocupante é que entre crianças de 5 a 9 anos essa porcentagem também é alta. O IBGE revela que 36,6% das crianças brasileiras estão acima do peso. Os índices de obesidade também estão num patamar elevado, crescendo muito nos últimos 35 anos. Em 1974, apenas 1,4% das crianças eram obesas, saltando para 16,6% em 2009. Verificou-se, ainda, o seguinte padrão: há mais crianças obesas nas localidades urbanas e na região sudeste do Brasil.
Em relação à população adolescente, os índices de excesso de peso e obesidade também cresceram, porém em ritmo mais lento. Se em 1974, 0,4% eram obesos, em 2009 essa porcentagem subiu para 5,9%. Verificou-se uma predominância de obesidade nos adolescentes com maior poder aquisitivo, havendo uma distribuição espacial dessas pessoas semelhante em todas as regiões brasileiras. Constatou-se, ainda, que o sobrepeso aumentou mais entre os adolescentes do sexo masculino do que do feminino.
Na população adulta, os dados são ainda mais alarmantes. Segundo a POF, aproximadamente 50% dos brasileiros estão acima do peso. Destes, cerca de 15% são obesos. Mais uma vez, averiguou-se que maior parte dessas pessoas são de uma classe econômica mais elevada, localizadas nos centros urbanos, principalmente nas regiões sudeste e sul do Brasil.
Portanto, os dados nos revelam três padrões básicos das pessoas que estão acima do peso:
1) quanto maior o poder de renda das pessoas, mais elas tendem a ficar acima do peso;
2) Estão localizadas, sua grande maioria, nas cidades, nos centros urbanos.
3) A distribuição espacial dessas pessoas está nas regiões Sudeste e Sul, justamente as regiões geográficas com maior poder de renda da população e com elevadas taxas de urbanização.
Por Régis Rodrigues
Graduado em Geografia