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Preguiça: doença ou condição?

A preguiça é o sentimento de falta de vontade e motivação para realizar tarefas e atividades.

Nem todo preguiçoso está doente, mas algumas pessoas, quando doentes, apresentam preguiça entre seus sintomas
Nem todo preguiçoso está doente, mas algumas pessoas, quando doentes, apresentam preguiça entre seus sintomas
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O que é preguiça?

Segundo os dicionários, a preguiça pode significar desde a falta de disposição para realizar determinada tarefa, até uma espécie de aversão pelo trabalho.  Além disso, a preguiça está ligada à lentidão ou moleza e, muitas vezes, à negligência na realização de atividades. Falar em preguiça significa descrever desde um dia de descanso, em que deixamos as atividades de lado para relaxar, até a falta de vontade em retomar essas atividades ou iniciar qualquer forma de esforço físico ou mental.

Preguiça é doença?

Não há definições médicas ou psiquiátricas que classifiquem a preguiça como patologia. Os momentos de ócio são muito indicados para a manutenção da saúde mental. É importante ressaltar, todavia, que a preguiça é sintoma de algumas patologias como a Narcolepsia, que é o excesso de sonolência, a Depressão, cujos sintomas incluem passividade e falta de motivação, ou, ainda, síndromes ligadas ao cansaço, como a Síndrome da Fadiga Crônica. Nesse sentido, é importante estar atento à relação que é estabelecida com a preguiça. Resumindo e respondendo: nem todo preguiçoso está doente, mas algumas pessoas, quando doentes, apresentam preguiça entre seus sintomas.

Assim como a preguiça pode ser um sintoma de que algo está errado com o organismo, outra dimensão de importante compreensão é a da preguiça como causa. Algumas doenças podem ser decorrentes da falta de motivação, que tem como consequência o sedentarismo. Essa imobilidade pode estar na causa de condições como Obesidade, problemas cardíacos e diabetes, que necessitam de esforços para serem evitados.

Existe cura para a preguiça?

Como a preguiça não é considerada uma patologia, não se pode falar em cura. Mas algumas mudanças podem diminuir significativamente a moleza e fornecer novas formas de energia e motivação. A prática de exercícios físicos é uma dessas mudanças. Algum acompanhamento terapêutico também pode ser indicado, na tentativa de buscar compreender as causas da preguiça ou, ainda, resgatar antigas atividades consideradas prazerosas. Além disso, alimentos mais leves e dietas mais balanceadas parecem estar diretamente ligados à disposição para as atividades.

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Preguiça boa

Apesar de todas as formas para espantar a preguiça e todos os cuidados para que ela não se torne nossa forma primordial de vida, é importante reconhecer o valor da preguiça. Alguns autores ressaltam a necessidade dos momentos de preguiça para que possamos refletir sobre as tarefas e atividades que estamos realizando. A falta de vontade pode ser um momento de descoberta, de rever como a vida tem se dado. A preguiça pode também representar uma rebelião do corpo ao estilo de vida estressante e cheio de tarefas que muitas pessoas acabam desenvolvendo, é como se o corpo demandasse lazer e descanso através da falta de vontade e da moleza.

Como saber mais?

O livro “O direito à preguiça”, do escritor Paul Lafargue, é um clássico texto para compreensão da preguiça e suas dimensões na atualidade, através de uma leitura crítica da sociedade capitalista.


​Juliana Spinelli Ferrari
Colaboradora Brasil Escola
Graduada em psicologia pela UNESP - Universidade Estadual Paulista
Curso de psicoterapia breve pela FUNDEB - Fundação para o Desenvolvimento de Bauru
Mestranda em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela USP - Universidade de São Paulo

Escritor do artigo
Escrito por: Juliana Spinelli Ferrari Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

FERRARI, Juliana Spinelli. "Preguiça: doença ou condição?"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/psicologia/preguica.htm. Acesso em 22 de novembro de 2024.

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