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Eleições de 1945

Eurico Dutra, Yeddo Fiúza e Eduardo Gomes: candidatos à presidência nas eleições de 1945.
Eurico Dutra, Yeddo Fiúza e Eduardo Gomes: candidatos à presidência nas eleições de 1945.
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No ano de 1945, a movimentação política do Brasil dava largos passos em favor do fim do regime estadonovista. Já no ano de 1943, um grupo de empresários e políticos mineiros criticava o governo ditatorial e exigiam o retorno às práticas democráticas. Tempos depois, os intelectuais e artistas participantes do I Congresso Brasileiro de Escritores realizaram a mesma reivindicação, dando ênfase especial na eleição de um novo governo escolhido pelo voto direto dos cidadãos.

Em fevereiro de 1945, Vargas anunciou uma reforma constitucional que aprovava a realização de novas eleições. Em pouco tempo, surgiram cerca de doze agremiações partidárias que atuariam no novo pleito. Entre elas, destacamos o Partido Social Democrático (PSD), formado por lideranças ligadas ao próprio Estado Novo; o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), que mobilizava os sindicatos aliados à Vargas; e a União Democrática Nacional (UDN), composta por empresários que se opunham à Vargas.

Mesmo tomando tais ações, as suspeitas de que Getúlio Vargas organizaria um novo golpe eram fortíssimas. Vale lembrar que, nessa mesma época, o chamado “Movimento Queremista” realizava manifestações que defendiam a permanência de Vargas na presidência. Apesar do apoio, os militares da época mobilizaram-se para depor Getúlio Vargas e garantir que as eleições seguissem seu fluxo normal.

Nessa disputa tivemos três candidatos: o general Eurico Gaspar Dutra, representante da coligação PSD-PTB; o brigadeiro Eduardo Gomes, por sua vez apoiado pela UDN; e Yeddo Fiúza, que demarcava politicamente o retorno do Partido Comunista Brasileiro (PCB) à legalidade. Apesar de estar fora do pleito, Vargas foi uma figura preponderante para que Eurico Gaspar Dutra assumisse o posto de favorito na disputa.

Dutra tinha uma carreira ligada aos quadros militares, tendo grande destaque nas operações da Força Expedicionária Brasileira (FEB) ao longo da Segunda Guerra Mundial. Em sua campanha, defendeu expressamente a união das forças políticas nacionais para a reconstrução da democracia brasileira. Ao fim das contas, a vívida força do populismo varguista que o sustentava, acabou sendo a responsável pela vitória, com 55% dos votos.

Mesmo seguindo o curso das previsões mais óbvias, as eleições daquele ano tiveram uma grande surpresa com os votos destinados aos candidatos do PCB. Com mais de 500 mil votos, os comunistas alcançaram a proeza de ocupar 15 cadeiras na Assembleia Constituinte e elegeram Luís Carlos Prestes ao cargo de Senador da República. Era mediante esse quadro que o país inaugurava o regime liberal populista, que se iniciou no governo Dutra e se estendeu até o mandato de João Goulart, deposto em 1964.


Por Rainer Sousa
Mestre em História

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Escritor do artigo
Escrito por: Rainer Gonçalves Sousa Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOUSA, Rainer Gonçalves. "Eleições de 1945 "; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiab/eleicoes-1945.htm. Acesso em 21 de novembro de 2024.

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