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Para a maior compreensão de um período conturbado que foi o governo de Getúlio Vargas (1930-1945) desde seu primórdio, ainda mais com a implementação em 1937 do seu Estado Novo, creio que seja muito importante a leitura dos mais variados autores que se comprometeram e dedicaram a pensar, estudar e pesquisar a história destes 15 anos de governo.
A leitura destes estudos feitas sempre com um olhar crítico vai nos esclarecer e apresentar a diferença entre os autores mais recentes e os que já escreveram a algumas décadas atrás.
Os estudos mais antigos atentam em explicar o que era o Estado Novo, sua estrutura de governo, o ambiente político da época, não existia uma análise crítica profunda e elucidativa. Assim como nos orienta Elizabeth Cancelli “a razão e por isso a adjetivação usada pela literatura histórica, ao invés da análise, é o que os estudos não tocavam naquilo que Foulcault, dizia ser fundamental: como, por que, onde, e para que a ação se objetivava”.
Assim, já os autores (as) mais recentes – não de um modo geral – possuem uma análise mais crítica e científica; incisiva e profunda, nos mostrando assim o que a historiografia até então não abordara.
São estudos como os de Cancelli, 1993; Leiko Tanno, 1996; Castro Gomes e muitos outros autores contemporâneos que nos levam pensar na estrutura da sociedade no período de governo Vargas e do Estado Novo, a abordam como um todo, analisando a política e repressão deste governo e suas implicações e conseqüências no bojo desta sociedade. Pois a política de ação de Vargas afetava a tudo e a todos, alguns grupos com mais intensidade outros com menos, mas a sociedade sofreu com a política e repressão deste Estado totalitário.
A historiografia anterior a esta, mais descritiva nos fatos, estuda a instância e o momento político da sociedade e do Estado governado por Getúlio Vargas. Deixa escapar temas e debates muito mais interessantes e esclarecedores do que os abordados, e por isso a extrema importância em ler e compreender estas “duas fases” da nossa historiografia que tratam desta época e governo.
Por Amilson Barbosa Henriques
Colunista Brasil Escola