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O verbo trazer, assim como o verbo chegar não é abundante, ou seja, não apresenta mais de uma forma de particípio, como os verbos: salvar (salvado/salvo), aceitar (aceitado, aceito); entregar (entregado/entregue), dentre outros.
O verbo “trazer” e “chegar” apresentam somente as formas regulares do particípio: trazido e chegado. É comum a associação destes verbos com outros que admitem duas formas de particípio, o que faz com que o falante acredite estar correto quando diz “Esse sapato foi trago para mim”. Mais ainda: uma das formas do particípio é idêntica ao presente do indicativo e deve ser mais um motivo pelo qual há tanta confusão. Observe:
a) Trago na festa quem quiser vir. (presente do indicativo)
b) Ele tinha trago à festa quem pôde vir. (erro no emprego do particípio do verbo “trazer”)
Outra suposta explicação para o uso de “trago” ao invés de “trazido” pode ser no uso da primeira pessoa do singular na oração com particípio. O cérebro associa a pessoa do discurso ao verbo de forma instantânea: Veja:
a) Eu tinha trago minhas roupas para arrumar. (Errado)
b) Eu tinha trazido minhas roupas para arrumar. (Certo)
Da mesma forma acontece com algumas construções com o verbo “chegar”, contudo, menos usuais:
a) Eu tinha chego atrasada. (Errado)
b) Eu tinha chegado atrasada. (Certo)
Logo, não diga “Eu tinha trago”, diga “ Eu tinha trazido”!
Por Sabrina Vilarinho
Graduada em Letras