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Também chamada de disfemia, a gagueira é um distúrbio que se caracteriza por interrupções na fluência verbal. Essas interrupções vêm acompanhadas por repetições ou prolongamentos, audíveis ou não, de sílabas e sons. Essas alterações na fala não são controladas e podem vir acompanhadas por medos, insegurança, irritação, excitações etc.
São conhecidos dois tipos de gagueira, a gagueira adquirida e a gagueira do desenvolvimento.
A gagueira adquirida, também chamada de gagueira neurogênica, é rara e pode ocorrer após um derrame, um traumatismo craniano etc., ou seja, casos em que o cérebro tenha sofrido algum prejuízo.
Já a gagueira do desenvolvimento é considerada um distúrbio comum, que surge, na maioria das vezes, entre os dois e cinco anos de idade. Esse tipo de gagueira não apresenta causa conhecida. Na maioria dos casos, a gagueira prejudica a capacidade do indivíduo de se comunicar, podendo gerar problemas econômicos, sociais e psicológicos, lembrando que muitas pessoas portadoras desse distúrbio tornaram-se pessoas célebres como Winston Churchill, estadista britânico, e Charles Darwin, naturalista britânico.
Estudos recentes identificaram mutações em três genes relacionados chamados GNPTAB, GNPTG e NAGPA que explicam aproximadamente 10% dos casos de gagueira persistente em famílias. Os pesquisadores ainda não sabem ao certo como esses genes podem influenciar na gagueira, mas alguns estudos bioquímicos nas enzimas codificadas por esses genes apontam que as mutações levam a uma diminuição na função da enzima, sendo essa diminuição suficiente para causar algum tipo de dano a células nervosas do cérebro. Dessa forma, podemos concluir que a gagueira não é somente um distúrbio emocional e social, mas também um distúrbio biológico.
O tratamento da gagueira é feito com fonoaudiólogos e psicólogos, profissionais que dispõem de técnicas e procedimentos específicos para tratar esse distúrbio, podendo esse tratamento ser feito em qualquer idade. Alguns especialistas acreditam que não há tratamento que cure a gagueira, afirmando que os tratamentos disponíveis promovem uma diminuição significativa da gagueira, podendo permanecer algum vestígio, ainda que discreto.
Por Paula Louredo
Graduada em Biologia