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José Mojica Marins (Zé do Caixão)

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José Mojica Marins, mais conhecido como Zé do Caixão (seu personagem mais famoso), era ator e diretor cinematográfico brasileiro. Desenvolveu um estilo próprio de filmar que, inicialmente desprezado pela crítica nacional, passou a ser reverenciado após seus filmes começarem a ser considerados cult no circuito internacional. Morreu em 19 de fevereiro de 2020, aos 83 anos de idade, em decorrência de uma broncopneumonia.

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Trajetória artística

Nascido na Vila Mariana, em São Paulo, Estado de São Paulo, José era filho de artistas circenses de origem espanhola. Ainda criança passava horas lendo gibis, assistindo a filmes na sala de projeção do cinema em que seu pai trabalhava, brincava de teatro de bonecos e montava peças com fantasias feitas de papelão e tecido.

Zé do Caixão
José Mojica Marins é o criador e intérprete do personagem Zé do Caixão. [1]

Depois que ganhou uma câmera V-8, aos 12 anos, não mais parou de fazer cinema, essa era a sua vida. Autodidata, montou uma escola de interpretação para amigos e vizinhos e, quando tinha 17 anos, depois de vários filmes amadores, fundou, com ajuda de amigos, a Companhia Cinematográfica Atlas.

Especializado em terror escatológico, criou uma escola de atores (1956), na qual, na década seguinte, montaria uma sinagoga (1964), no bairro de Brás, onde fazia experiências com atores amadores, usando insetos para medir sua coragem.

Quando José Mojica criou o assassino em série Zé do Caixão, ele não se baseou em nenhum mito do horror conhecido mundialmente. No primeiro filme, Zé do Caixão era um homem desiludido com a vida, por não conseguir uma mulher fértil que lhe desse o filho perfeito. No segundo filme, depois de escapar de duas almas penadas, iniciou seu reinado de terror realizando até mesmo uma viagem ao inferno.

O mais importante filme da série foi O Despertar da Besta - Ritual dos Sádicos (1969), que foi censurado pelo militares no poder. Durante a Ditadura Militar, ele lutou bravamente contra o ostracismo e a censura. Fez e apresentou na Rede Bandeirantes uma série de muito sucesso intitulada Além, muito Além do Além (1967-1968). Depois estreou na TV Tupi (1968) com a série O Estranho Mundo de Zé do Caixão, com atores consagrados como Lima Duarte.

Em Exorcismo Negro (1974), o personagem encontrou-se com seu criador. Com o final da censura e com o pseudônimo de J. Avelar, dirigiu vários de filmes de sexo explícito (1976-1980), atividade que interrompeu no início da década seguinte para voltar a interpretar seu personagem mais famoso. Estreou por meio da Rede Record uma nova série: Um Show do Outro Mundo (1981), com contos de horror apresentados por Zé do Caixão. O programa durou 12 episódios.

Voltou a Bandeirantes (1996), desta vez como apresentador do Cine Trash, onde eram exibidas produções de horror estrangeiras. Zé do Caixão também apareceu muito em revistas em quadrinhos especializadas em horror, como em À Meia-Noite Levarei sua Alma, quadrinização oficial do filme.

Escreveu para o teatro como a peça Zé do Caixão e Lampião no Inferno e também lançou um livro intitulado As Crônicas de Terror do Zé do Caixão (1993). Outros cineastas, como Jairo Ferreira (1978), Ivan Cardoso (1978) e Godofredo Telles Neto (1980), documentaram a vida e obra do grande mestre do terror nacional. Nos Estados Unidos, tornou-se reverenciado e conhecido apenas como Coffin' Joe.

Origem do Zé do Caixão

Segundo seu criador, o nome verdadeiro de seu personagem Zé do Caixão seria Josefel Zatanas, que nascera em uma família controladora de uma rede de agências funerárias. Durante a Segunda Guerra Mundial, ele se alistara na Força Expedicionária Brasileira (FEB) e abandonou sua noiva.

Quando retornou ao Brasil, Josefel encontrou sua noiva casada com o prefeito da cidade. Por ter se tornado uma pessoa amarga e sem sentimentos, Josefel recebeu o apelido de Zé do Caixão. Seu objetivo era dar continuidade a seu sangue, por meio do filho perfeito, gerado pela mulher ideal.

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Por outro lado, para criar seu personagem, baseou-se em um pesadelo que havia tido, em que uma figura toda de negro arrastava-o pelo cemitério até sua catacumba. Acordou em pânico e perdeu o sono, mas anotou tudo, e o personagem estreou com À Meia-Noite Levarei Sua Alma (1963). Por falta de um ator, pois não havia nenhum que se submetesse à caracterização do personagem, o autor transformou-se em Zé do Caixão. Inclusive, na época, estava de barba, por causa de uma promessa de família. Com o tempo, o nome do personagem passou a confundir-se com o do próprio autor e lhe trouxe praticamente toda sua fama.

Outros trabalhos de sua filmografia

Como ator
2004 - Fim (curtametragem)
2004 - Um Show de Verão
2002 - Samba Canção
2001 - Maldito - O Estranho Mundo de José Mojica Marins
2000 - Tortura Selvagem - A Grade
1997 - Ed Mort
1997 - Homens Sem Terra
1994 - Dêmonios e Maravilhas
1990 - O Gato de Botas Extra-Terrestre
1987 - Demons and Wonders
1987 - Quarenta e Oito Horas de Sexo Alucinante
1986 - As Belas da Billings
1984 - A Quinta Dimensão do Sexo
1984 - Padre Pedro e a Revolta das Crianças
1983 - Horas Fatais
1981 - O Segredo da Múmia
1981 - Chapeuzinho Vermelho do Sexo
1981 - A Encarnação do Demônio
1978 - Mundo-mercado do Sexo
1978 - Perversão
1978 - O Abismu
1977 - Inferno Carnal
1977 - Estranha Hospedaria dos Prazeres
1977 - Delírios de um Anormal
1977 - O Vampiro da Cinemateca
1976 - Mulheres do Sexo Violento
1974 - Exorcismo Negro
1972 - Sexo e Sangue na Trilha do Tesouro
1971 - Quando os Deuses Adormecem
1971 - Finis Hominis
1970 - Audácia - A Fúria Dos Desejos
1970 - Fracasso de um Homem em Duas Noites de Núpicias
1970 - Ritual de Sádicos
1969 - O Profeta da Fome
1969 - O Cangaceiro Sem Deus
1968 - Por Exemplo Butantã
1967 - O Estranho Mundo de Zé do Caixão
1966 - Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver
1965 - O Diabo de Vila Velha
1963 - À Meia-Noite Levarei Sua Alma (surge o Zé do Caixão)
1962 - Meu Destino em Tuas Mãos
1958 - Éramos Irmãos
1958 - Sina de Aventureiro (seu primeiro filme sonoro completo)
1955 - Sentença de Deus (inacabado)
1948 - A Voz do Coveiro
1947 - Sonhos de Vagabundo
1946 - Beijos à Granel
1945 - A Mágica do Mágico
 

Como diretor

2004 - Fim (curtametragem)
1996 - Adolescência Em Transe
1994 - Dêmonios e Maravilhas
1987 - Quarenta e Oito Horas de Sexo Alucinante
1986 - Dr. Frank na Clínica das Taras
1984 - A Quinta Dimensão do Sexo
1983 - Horas Fatais - Cabeças Cortadas
1981 - A Encarnação do Demônio
1980 - A Praga
1978 - Mundo-mercado do Sexo
1978 - Perversão
1977 - A Mulher Que Põe a Pomba no Ar
1977 - Inferno Carnal
1977 - Estranha Hospedaria dos Prazeres
1977 - Delírios de um Anormal
1976 - Como Consolar Viúvas
1976 - Mulheres do Sexo Violento
1974 - Exorcismo Negro
1974 - A Virgem e o Machão
1972 - Quando os Deuses Adormecem
1972 - Dgajão Mata para Vingar
1972 - Sexo e Sangue na Trilha do Tesouro
1971 - Finis Hominis
1970 - Ritual de Sádicos
1968 - Trilogia do Terror
1967 - O Estranho Mundo de Zé do Caixão
1966 - Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver
1965 - O Diabo de Vila Velha
1963 - À Meia-Noite Levarei Sua Alma
1962 - Meu Destino em Tuas Mãos
1958 - Sina de Aventureiro
1955 - Sentença de Deus (inacabado)
1948 - A Voz do Coveiro
1947 - Sonhos de Vagabundo
1946 - Beijos à Granel
1945 - A Mágica do Mágico

Fonte: Biografias - UFCG

Créditos da imagem:

[1] Reprodução: Commons

Escritor do artigo
Escrito por: Eliene Percília Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

PERCíLIA, Eliene. "José Mojica Marins (Zé do Caixão)"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biografia/ze-caixao.htm. Acesso em 21 de dezembro de 2024.

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