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Físico brasileiro nascido em Ouro Preto, Minas Gerais, pioneiro na física nuclear no Brasil e participou da criação e dirigiu o Instituto de Pesquisas Radioativas, o IPR, da Escola de Engenharia da UFMG, e também foi peça importante no sucesso do curso de física da Faculdade de Filosofia e do Instituto de Ciências Exatas, o Icex, da mesma Universidade. Filho de um médico, um homem muito instruído mas de poucos recursos financeiros e pai de mais dez filhos. Seu interesse pela física surgiu por incentivo do pai e quando ainda cursava o secundário no antigo Ginásio Mineiro de Belo Horizonte, pelas aulas do professor Virgínio Behring. Depois, na Escola de Minas de Ouro Preto, destacou-se também em física e se graduou em Engenharia Civil e de Minas. Destacou-se, ainda, na carreira de professor, pelos estudos na área de história da ciência.
Depois de formado (1928), trabalhou como funcionário da Prefeitura de Belo Horizonte e ensinou física no anexo da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais durante dez anos até prestar seu primeiro concurso para as cátedras de física geral e experimental (1938) para a Escola de Engenharia de Minas Gerais e no mesmo ano para a Escola de Minas de Ouro Preto, passando nos dois. Na Escola de Engenharia começou a desenvolver seus estudos sobre a radioatividade, se tornando conhecido como um dos pioneiros na pesquisa sobre energia nuclear no país e nessa época ganhou o apelido pelo qual ficou conhecido. Devido à essa atuação, foi convidado a assumir o cargo de diretor do recém-fundado Instituto de Pesquisas Radioativas da UFMG, atual Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear, o CDTN, instituição criada (1953) e que viria a se tornar uma das mais importantes do Brasil no âmbito das pesquisas nucleares.
Foi nomeado para a Comissão Nacional de Energia Nuclear (1962) pelo presidente João Goulart, mas pediu seu desligamento (1964) durante o governo Castelo Branco por discordar dos rumos dados à política nuclear e pela perseguição política praticada contra alguns cientistas brasileiros. Também foi um dos organizadores e o primeiro diretor do Instituto de Ciências Exatas da UFMG (1968-1972). No princípio da década de 80, foi convidado pelo papa João Paulo II para participar de uma comissão de revisão do processo da Igreja Católica contra Galileu. Daí surgiram seus conhecidos estudos sobre o cientista. Acreditava que Galileu não era devidamente valorizado por sua contribuição à ciência.
Além de inúmeros artigos científicos, publicou dois livros: “História da siderurgia no Brasil” e “A eletricidade no Brasil”. No princípio da década de 80, foi convidado Membro da Academia Brasileira de Ciências e da Academia Mineira de Letras, seu 3° sucessor na cadeira n° 05, continuou trabalhando em seus projetos até quando faleceu, em Belo Horizonte. Em sua homenagem, o governo de Minas, através da Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia, criou o prêmio de divulgação científica Francisco de Assis Magalhães Gomes (1997) que tem o objetivo de premiar àqueles que contribuíram significativamente para a difusão de Ciência e Tecnologia de Minas Gerais. Apesar do apelido, dizia-se inimigo número um da bomba atômica e defendeu até o dia de sua morte o uso da energia nuclear para fins pacíficos.