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O décimo primeiro rei de Portugal e segundo de sua dinastia nascido em Viseu, em cujo curto reinado a monarquia fortaleceu-se e prosseguiram as viagens de descobrimento, apesar de também marcado por tristes acontecimentos, como pestes, fomes e o desastre militar de Tanger (1437). Filho de D. João I, Mestre de Avis, e de Dona Filipa de Lencatre, subiu ao trono (1433), após a morte do pai. Promulgou a lei mental, que excluiu as mulheres da sucessão real e proibiu a alienação dos bens da coroa, uma medida centralizadora que se destinava a defender o patrimônio da nação, sem ferir os interesses senhoriais. Em relação à expansão marítima, o seu reinado ficou marcado pela passagem do Cabo Bojador por Gil Eanes, feito que permitiu uma mais rápida exploração da costa africana.
Com o objetivo de modificar a mentalidade da época, escreveu o Livro de Cartuxa (1413), Leal conselheiro (1419), tratado de filosofia moral, e Ensinança de bem cavalgar toda sela (1426). Com o apoio da rainha D. Leonor e dos seus irmãos infantes D. Fernando e D. Henrique o Navegador, e contra a oposição dos outros irmãos infantes D. Pedro a D. João, empenhou-se em explorar a costa oeste da África e concordou com plano de conquistar Tânger, no Marrocos.
A expedição fracassou e seu irmão mais novo, D. Fernando, foi capturado pelos mouros e morreu no cativeiro em função da recusa do irmão rei em dar Ceuta pela sua liberdade. Casado (1428) com Leonor Trastámara de Aragão, filha de D. Fernando I, rei de Aragão e da Sicília, e da rainha D. Leonor, foram pais dos seguintes filhos: D. João (1429-1433); D. Filipa (1430-1439); D. Afonso V (1432-1481); D. Maria (1432) que morreu no dia seguinte; D. Fernando (1433-1470; D. Leonor (1434-1467), D. Duarte (1435) que morreu pouco depois; D. Catarina (1436-1463) e D. Joana (1439-1475).
Morreu prematuramente de peste em Tomar quando seu filho e sucessor, D. Afonso V, tinha apenas seis anos de idade, e seis meses antes do nascimento de sua filha Joana. Antes do casamento teve um filho com D. Joana Manuel, nobre de ascendência castelhana, João Manuel (1420-1476) que se tornou religioso da Ordem do Carmo, onde exerceu o cargo de provincial e recebeu o título de bispo de Tiberíades (1441) e primaz da África (1443). Também tornou-se (1450) capelão-mor de D. Afonso V e bispo da Guarda (1459), cidade onde nunca residiu.