PUBLICIDADE
A partir da década de 1830, sobretudo após a instituição da Monarquia de Julho na França, um regime que ficou caracterizado pela ruína definitiva do modelo absolutista, uma onda sucessiva de revoltas nacionalistas sacudiu a Europa até o advento da Primeira Guerra Mundial. Dessas revoltas nasceram novos Estados-Nação, como a Itália e a Alemanha. Entretanto, a origem desses dois países está longe de ter sido amistosa. O processo de unificação dos reinos italianos e dos principados alemães demandou guerras com batalhas extremamente sangrentas. Uma dessas batalhas ocorreu em Solferino, na Lombardia.
A Batalha de Solferino ocorreu na cidade homônima, no reino da Lombardia, em 21 de junho de 1859. Os reinos italianos viviam a sua segunda guerra pela Independência contra o Império Austríaco, que tinha posses sobre uma parte da Lombardia. À frente das forças austríacas estava o imperador Franz Joseph I, que teve de enfrentar uma aliança franco-italiana, comandada pelo reino Sardo-Piemontês, com Victor Emmanuel II à frente, e pelo império francês, cujo líder era Napoleão III.
As forças franco-italianas conseguiram vencer os austríacos em um conflito que envolveu cerca de 260 mil combatentes. Cerca de 17 mil morreram lutando. Duas dezenas de milhares de homens feridos vagaram, nos dias subsequentes à batalha, pelos vilarejos da Lombardia à procura de ajuda. Muitos morreram pelo caminho. Outros conseguiram apoio, como foi o caso de um grupo de milhares de homens atendidos por um mutirão organizado pelo suíço Henri Dunant (que havia ido à Lombardia com o objetivo de se encontrar com Napoleão III). Dunant ficou impressionado com a carnificina produzida pela batalha e, anos mais tarde, criou o Comitê da Cruz Vermelha, cujo objetivo era dar assistência médica aos feridos de guerra.
A Batalha de Solferino foi uma das principais batalhas do contexto do Risorgimento italiano, isto é, o “Ressurgimento” de uma Itália Unificada, haja vista que, vencido o exército austríaco, a região da Lombardia pôde ser anexada ao reino Sardo-Piemontês. No ano seguinte (1860), o processo de unificação italiana completou-se com a tomada do resto da Sicília, formando, então, a união entre todos os Estados italianos com a monarquia constitucional de Victor Emmanuel II.
Por Me. Cláudio Fernandes