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Pintor e desenhista holandês nascido provavelmente em Gröningen, Países Baixos, trazidos na comitiva do governador-general Johan Maurits, conde de Nassau-Siegen, o Maurício de Nassau, que dividiu com Frans Post a tarefa de retratar o Brasil para os europeus. Sobrinho do pintor Gheert Roeleffs, morava em Amsterdã trabalhando como ilustrador quando foi convidado por Nassau, para integrar sua expedição ao nordeste brasileiro. Permaneceu no Brasil (1637-1644), especialmente no Recife, como membro de um ativo grupo de estudiosos da corte de Nassau, desenvolvendo um trabalho de valor documental com desenhos e telas essencialmente sobre frutas e flores e animais e índios, trabalho que continuou em Gröningen, após sua volta à Holanda, ainda patrocinado por Nassau.
Com uma obra de grande interesse descritivo, retratou os primeiros habitantes do país, entre os quais mulatos, mamelucos e negros, sendo o quadro A dança dos tapuias, considerado por muitos como sua obra-prima. Depois mudou-se para Amersfoort (1648), cidade onde batizou seus três filhos, e morou em Sachsen, Dresden (1653-1663), contratado por João Jorge II como pintor de sua corte, mas vitimado pela malária adquirida em sua estada na América, voltou para sua cidade natal onde morreu no ano seguinte.
Oito de seus desenhos originais foram presenteados (1679) por Nassau ao rei Luís XIV da França que, mais tarde (1687-1730), foram levados para a manufatura de tapeçarias dos Gobelins, que os reproduziu na série peças denominados de Les anciennes Indes, que se tornaram muito populares no século seguinte (O Masp possui cinco tapeçarias, da primeira série, a Petites Indes).
Como pintor sua obra totalizou oito representações, em tamanho natural, de habitantes locais e uma série de doze naturezas-mortas com frutas tropicais, sendo que essa coleção pertence ao Museu Nacional da Dinamarca, presente de Maurício de Nassau a seu primo Frederico III, rei da Dinamarca (1654). D. Pedro II, imperador do Brasil, encomendou cópias (1876) em escala menor de seus quadros que encontram-se no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no Rio de Janeiro
(Na figura mulher afro-brasileira retratada por Eckhout).