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Rei português (1139-1185) nascido em Guimarães, primeiro soberano do país, aclamado após conquistar Santarém e Lisboa (1147) dos muçulmanos e assegurar a independência de seu país em luta contra os leoneses (1139), dando forma a um dos primeiros estados europeus e assumindo o título de rei. Filho de Henrique de Borgonha, governador do Condado Portucalense, e neto de Afonso VI, imperador de Leão.
Henrique casou-se com a filha ilegítima de Afonso VI, D. Teresa, que passou a governar o condado (1112), ano da morte do marido, até a maioridade do filho. Recusou-se então a passar-lhe o cetro, mas ele tomou o partido dos barões da região sul do rio Minho, que exigiam da rainha uma política mais autônoma em relação ao suserano leonês, e D. Teresa foi derrotada na batalha de São Mamede, perto de Guimarães (1128). Obrigado no começo a prestar vassalagem a seu primo Afonso VII de Leão, com a vitória na batalha de Ourique (1139), assumiu o título de rei e impôs tributo aos vizinhos muçulmanos.
Casou (1146) com D. Mafalda, filha de Amadeu III, conde de Sabóia, e partiu para sitiar e conquistar Lisboa (1147) e proclamá-la capital de seu reino, e ampliou suas fronteiras para além do Tejo, anexando Beja (1162) e Évora (1165). Durante o ataque a Badajoz (1169), em que os muçulmanos foram socorridos por seu genro, Fernando II, quebrou uma perna e foi aprisionado pelo rei leonês, que o libertou mediante a restituição de terras anteriormente conquistadas na Galiza.
Consolidou a monarquia lusa quando, lutando ao lado de seu filho e sucessor Sancho, derrotou definitivamente os muçulmanos do emir Yusuf Abu Jaoub (1184). Morreu em Coimbra (1185), depois de ver consolidados os alicerces da monarquia lusa, dando forma a um dos primeiros estados europeus.