Os cordados são animais que formam o filo Chordata. Seus representam compartilham a presença de notocorda, cordão nervoso dorsal, cauda pós-anal e fendas faringianas em alguma fase do desenvolvimento. Essas estruturas podem permanecer durante toda a vida, ser reabsorvidas ou dar origem a outras estruturas no estágio adulto, a depender do subgrupo. Estão divididos em 3 grupos: cefalocordados, como os anfioxos; urocordados (ou tunicados), como as ascídias; e os vertebrados, o maior dos grupos, que inclui peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos. Os cordados podem ser encontrados em todo o planeta, com representantes aquáticos e terrestres.
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Os cordados formam o filo Chordata, que pertence ao Reino Animalia. O filo Chordata é um agrupamento taxonômico que conta com diversas evidências da ancestralidade comum compartilhada por seus representantes. Essas evidências são as características exclusivas do grupo e que estão presentes em todos os cordados:
Assim, cordados são os animais que possuem essas quatro características. Existem três subfilos de cordados: os cefalocordados (anfioxos), os urocordados (ascídias) e os vertebrados (peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos). Seus representantes são diversos e possuem distribuição cosmopolita, podendo ser encontrados em uma variedade de ambientes.
Os organismos cordados, sendo os seres humanos parte de seus representantes, compartilham algumas características com outros grupos do Reino Animalia:
Os cordados possuem também características exclusivas dos representantes desse grupo. Elas são utilizadas para definir o agrupamento dos cordados. São elas:
Na imagem acima, é possível observar que, as fendas faríngeas e a cauda pós-anal, que estão presente no estágio embrionário de todos os cordados, dão origem a diferentes estruturas na vida adulta dos diversos subgrupos de cordados.
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Os cordados são animais (pertencem ao reino Animalia) e sua reprodução é majoritariamente sexuada. Possuem ciclo de vida haplobionte diplonte, ou seja, existe apenas um adulto e ele é diploide (2n). Os cordados geralmente são dioicos, ou seja, cada indivíduo possui apenas gônadas masculinas ou femininas. Os urocordados (ascídias), os peixes-bruxa e alguns peixes são monoicos (hermafroditas). Nos representantes monoicos, existem estratégias para evitar a autofecundação. O Kryptolebias marmoratus é um pequeno peixe de nadadeiras raiadas que vive em mangues ao longo da costa atlântica do continente americano e é um dos poucos vertebrados conhecidos que são capazes de realizar autofecundação.
No ciclo de vida dos cordados, que é haplobionte diplonte, os adultos são diploides (2n) e produzem gametas haploides (n) por meio de meiose. A fusão de gametas gera um zigoto (2n) que se desenvolve no adulto, continuando o ciclo. O desenvolvimento nos cordados pode conter fase larvar, como nos cefalocordados e urocordados.
Os vertebrados podem ser ovíparos (que botam ovos), como a maioria dos peixes ósseos, anfíbios, répteis e aves; peixes cartilaginosos, como os tubarões, são ovovivíparos (produzem ovos nos quais o embrião de desenvolve, mas que permanecem dentro do corpo da fêmea). A maioria dos mamíferos é vivípara, de forma que não existem ovos, e os embriões se desenvolvem dentro do corpo da fêmea.
É um cordado do subfilo Cephalochordata. Existem cerca de 30 espécies de anfioxos, que são animais marinhos com formato de lâmina, variando entre 5 e 8 cm de comprimento. A notocorda nos anfioxos surge no desenvolvimento embrionário e permanece durante toda a vida.
São animais marinhos que na fase adulta são sésseis e se alimentam por filtração. Eles se reproduzem e dão origem a larvas que são móveis, que se fixam no substrato e se desenvolvem nos adultos sésseis. Fazem parte do subfilo Urochordata e possuem notocorda em sua fase larval. As ascídias são revestidas por uma túnica externa rígida que protege o animal — daí vem sua denominação “tunicados”.
Já a Oikopleura é um representante dos tunicados que não possui hábito séssil na vida adulta. O seu corpo é recoberto pela túnica e envolto por muco, sendo as espécies desse gênero de vida livre. Seu tamanho normalmente é menor que 1 mm, de forma que esses animais fazem parte do zooplâncton nos oceanos. Oikopleuras podem ser bioluminescentes.
Os vertebrados formam o maior e mais diverso grupo de cordados. Incluem diversos organismos aquáticos e terrestres, como os peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos. São exemplos de cordados do grupo dos vertebrados:



Os cordados podem ser classificados em três grandes subfilos:
O ancestral de todos os cordados é o organismo cuja linhagem deu origem aos representantes dos cordados e, portanto, desses três subfilos. Esse ancestral era aquático e viveu há cerca de 500 milhões de anos, durante o período Cambriano e possuía as características que são compartilhadas por todos os cordados: era deuterostômio, triblástico, celomado, dotado de notocorda, de fendas faríngeas, de cordão nervoso dorsal oco e de cauda pós-anal.
Essas informações são fruto dos estudos sobre a evolução dos cordados, que busca compreender suas estruturas e analisá-las do ponto de vista da ancestralidade. Organismos que compartilham estruturas comuns (ou homólogas) as possuem, pois descendem de um ancestral comum que também as possuía. Quanto mais semelhantes são os organismos, mais recente é o ancestral comum entre eles. Assim, quando mais diferentes, mais antigo é o seu ancestral comum.
São cordados cujos representantes incluem os anfioxos, animais marinhos diminutos, com formato de lança e que são de vida livre. A notocorda está presente durante toda a vida desses animais.
Esse grupo de cordados é representado pelas ascídias, também chamadas de tunicados. A maioria dos urocordados é séssil na vida adulta e possui uma túnica resistente, que reflete seu nome. A notocorda está presente na fase larval móvel desses animais, sendo absorvida durante a fixação e desenvolvimento do adulto séssil. São animais marinhos filtradores que podem formar colônias.
Esse é o subfilo de cordados com o maior número e maior diversidade de representantes. Inclui todos os peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos. Nem todos os representantes desse grupo possuem vértebras, como é o caso das lampreias e dos peixes-bruxa. Esses animais não possuem vértebras e têm crânio incompleto, sem mandíbula. Por essa razão, quando se fala dos vertebrados e pretende-se incluir esses animais, podemos encontrar o termo Craniata para designar esse subfilo e o termo Vertebrata por vezes usado para incluir os animais que possuem vértebras e crânio.
No subfilo dos vertebrados, podemos observar algumas características que surgem ao longo do tempo, de forma que animais que as compartilham são classificados em um mesmo grupo, pois compartilham um ancestral que os apresentava.
Popularmente, classificamos os tetrápodes em peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos. No entanto, a história evolutiva desses grupos reflete uma complexidade maior das relações entre eles. O ancestral comum de toda a vida na Terra surgiu na água. Durante o período Cambriano, considera-se que ainda não existiam organismos terrestres. O ancestral cordado era aquático e isso reflete a imensa diversidade de grupos que vivem nesses ambientes. A denominação “peixes” que é utilizada popularmente inclui uma variedade de representantes com características muito distintas e que formam diferentes grupos de seres vivos. Os vertebrados terrestres são decentes de vertebrados aquáticos com respiração pulmonar.
Outro grupo cuja história evolutiva difere de sua classificação popular são as aves. Nas classificações biológicas, que utilizam critérios evolutivos, as aves são, na verdade, répteis. Os grupos dos Amniota contêm dois subgrupos: os Synapsida, que incluem mamíferos e seus ancestrais, e os Sauropsida, que incluem os dinossauros extintos, lagartos, serpentes, tartarugas, crocodilos e aves (dinossauros viventes).
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1. (UNESPAR) Das cerca de 1,2 milhão de espécies descritas atualmente, apenas menos de 4% são vertebradas, um subfilo de cordados. No entanto, ainda é comum separarmos, para estudo, os animais em vertebrados e invertebrados.
São características comuns a todos Chordata:
a) Notocorda, sistema nervoso dorsal e vértebras.
b) Notocorda, sistema nervoso dorsal e cauda pós-anal.
c) Vértebras, crânio e encéfalo.
d) Vértebras, pernas e membros.
e) Tubo nervoso dorsal, crânio e cauda pós-anal.
Resposta: B.
Características comuns compartilhadas por todos os cordados, ou seja, cefalocordados, urocordados e vertebrados são: notocorda, cordão nervoso dorsal, cauda pós-anal e fendas faringianas. A única alternativa que contempla de forma correta as características comuns dos cordados é a letra C.
2. (UFT) Em relação ao Filo Chordata e ao desenvolvimento da notocorda, são características comuns aos subfilos Urochordata, Cephalochordata e Craniata, EXCETO:
a) a presença de tubo nervoso dorsal.
b) a presença de fendas faringianas.
c) a presença de cauda pós-anal.
d) a presença de endoesqueleto.
e) a presença de notocorda.
Resposta: D.
Em relação aos cordados, todos os seus representantes possuem tubo nervoso dorsal, fendas faringianas, cauda pós-anal e notocorda. Representantes como os urocordados, cefalocordados não possuem endoesqueleto, que é comum apenas aos Craniata (sendo alguns cartilaginosos e outros ósseos).
Crédito da imagem
Fontes
PASCUAL-ANAYA, J.; D'ANIELLO, S.; BERTRAND, S. Editorial: New Approaches in Chordate and Vertebrate Evolution and Development. Frontiers in Cell and Developmental Biology, v. 10, art. 91710, 2022.
POUGH, FH; HEISER, JB; JANIS, CM. A Vida dos Vertebrados. 4ed. São Paulo: Atheneu, 2008.
RANDALL, D., BURGGREN, W., FRENCH, K. ECKERT. Fisiologia Animal: Mecanismos e Adaptações. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
Fonte: Brasil Escola - https://brasilescola.uol.com.br/biologia/chordata.htm