Piolho-de-cobra é um animal invertebrado pertencente ao filo Arthropoda que apresenta corpo cilíndrico ou levemente alongado e dois pares de pernas por segmento. Os piolhos-de-cobra estão inseridos na classe Diplopoda, a qual estima-se possuir cerca de 80.000 espécies, encontradas em várias partes do mundo, sendo mais abundantes nos trópicos.
Devido à grande quantidade de pernas que possuem, os diplópodes também são conhecidos como milípedes. Vale destacar que o nome piolho-de-cobra trata-se de um nome popular, portanto, há variações a depender do local.
Em algumas regiões do Brasil, por exemplo, o nome de piolho-de-cobra é dado a outro animal, conhecido em outras áreas do país como lacraia, pertencente à classe Chilopoda. Neste texto, usaremos o termo piolho-de-cobra exclusivamente para tratar de animais da classe Diplopoda.
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Piolhos-de-cobra são animais da classe Diplopoda.
Possuem corpo alongado, cilíndrico ou levemente achatado e com dois pares de pernas por segmento.
Variam muito em tamanho, com algumas espécies podendo atingir 30 cm de comprimento.
São animais terrestres, geralmente encontrados embaixo de folhas, cascas de árvores e troncos.
A maioria dos piolhos-de-cobra apresenta nutrição herbívora.
Piolhos-de-cobra são inofensivos para os seres humanos.
Apesar de seu nome, o piolho-de-cobra não apresenta nenhuma relação com as serpentes. Esses animais, também conhecidos com embuás e gongolos, são artrópodes da classe Diplopoda, ou seja, são diplópodes.
Caracterizam-se por apresentarem corpo cilíndrico ou levemente achatado, segmentado e com dois pares de pernas por segmento (segmentos duplos ou diplossomitos). O primeiro segmento do corpo de um piolho-de-cobra é chamado de colo e não possui pernas, enquanto os três seguintes possuem apenas um par de pernas cada e são chamados de monossomitos.
A esse respeito, é importante ressaltar que alguns autores consideram que esse animal possui corpo dividido em cabeça e tronco. Outros autores, no entanto, afirmam que diplópodes possuem cabeça, tórax e abdome.
No que se refere à cabeça desses animais, ela:
é dorsalmente convexa e ventralmente achatada;
possui um par de antenas e um par de olhos, quando presentes.
Os piolhos-de-cobra variam muito em tamanho, com algumas espécies possuindo poucos milímetros e outras tendo mais de 30 cm de comprimento. Os maiores piolhos-de-cobra fazem parte da família Spirostreptidae.
Já em relação à coloração,
grande parte das espécies é preta com tons de marrom;
certa parte das espécies é vermelha ou alaranjada;
outra parte das espécies é malhada ou pintada.
Vivendo geralmente no solo, os piolhos-de-cobra são animais que evitam a luz, se abrigando embaixo de rochas, folhas, cascas de árvores e tocos. Algumas espécies também são encontradas em cavernas. Ocorrem em todos os continentes, com exceção da Antártida.
Assim como as minhocas, os piolhos-de-cobra são importantes para a dinâmica do solo, uma vez que promovem a mistura da matéria orgânica e sais minerais nele presentes; fragmentam a serrapilheira, estimulando, desse modo, a atividade microbiana; e, ao se locomoverem, alteram a porosidade, o transporte de substâncias e a umidade do solo.
Esses animais apresentam deslocamento lento, o que impossibilita a fuga rápida de predadores. Sua locomoção se dá por movimentos ondulares das pernas. Os piolhos-de-cobra se destacam por enrolarem seu corpo quando se sentem ameaçados, assumindo uma posição enrodilhada. Além disso, para garantirem sua proteção, liberam quinonas e outras substâncias pigmentantes e irritativas.
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A maioria dos piolhos-de-cobra apresenta nutrição herbívora, alimentando-se, geralmente, de vegetais em decomposição. Poucas espécies apresentam dieta carnívora ou onívora. Algumas espécies de piolhos-de-cobra podem danificar sementes em germinação e causar danos em lavouras.
Os piolhos-de-cobra são animais inofensivos para os seres humanos. Entretanto, em uma busca rápida pela internet é possível encontrar fotos de pessoas com manchas na pele que parecem ferimentos graves provocados por esses animais.
Na realidade, os piolhos-de-cobra são responsáveis por provocar um falso hematoma, que não provoca dor, nem inchaço, mas uma coloração que lembra uma necrose. A coloração estranha na pele é provocada pelo contato com uma substância chamada benzoquinona.
Ao pisar nesse animal, por exemplo, essa substância pode penetrar na pele humana e provocar a coloração roxa que demora dias para passar. A característica resultante da pele em contato com a substância liberada pelo piolho-de-cobra pode confundir médicos caso a referência a esse animal não seja feita pelo paciente.
Por Vanessa Sardinha dos Santos
Professora de Biologia
Fonte: Brasil Escola - https://brasilescola.uol.com.br/animais/piolho-de-cobra.htm