Entre os animais do Pantanal, estão espécies encontradas também em diversos biomas vizinhos. Apesar de serem encontradas populações numerosas de algumas espécies, há poucos registros de endemismo nesse bioma. Entre as espécies animais mais conhecidas dele, estão: o cervo-do-pantanal, a onça-pintada, o jacaré-do-pantanal, o tuiuiú, o tamanduá-bandeira, o dourado, o tuiuiú e a ariranha. O tuiuiú é considerado um símbolo pantaneiro.
O Pantanal é considerado um santuário da biodiversidade brasileira mesmo sendo o menor dos biomas no país em área (150 mil km²). Ele está distribuído nos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e é considerado a sexta maior área inundada do mundo.
Esse bioma é classificado como uma região de transição quanto à sua cobertura vegetal na América do Sul, justificando, em parte, a sua riqueza de espécies. A alternância entre períodos de escassez e abundância de água favorece uma maior produtividade primária, dando suporte ao restante da cadeia alimentar e contribuindo para uma alta densidade populacional.
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É a maior ave com capacidade de voar do Pantanal, e, apesar de sua distribuição ocorrer do sul do México até o norte da Argentina, 50% de sua população encontram-se no Brasil, principalmente na planície pantaneira. A ave é conhecida por sua aparência exuberante: apresenta pernas longas, bicos compridos, corpo branco, cabeça preta e uma faixa vermelha no pescoço. Possui até 1,60 metro de altura, envergadura de 3 metros, e pesa em torno 8 quilos. Seus ninhos são reconhecidos como obras arquitetônicas devido a sua complexidade.
É considerada o maior felino das Américas e um predador de topo de cadeia alimentar no Pantanal. É uma espécie carnívora e se alimenta de mais de 80 espécies diferentes, como capivaras, queixadas, antas e cutias. O desmatamento, a fragmentação de habitat e a caça ilegal têm impactado o número de indivíduos dessa espécie, que hoje se encontra em estado de conservação vulnerável. Para saber mais sobre ela, clique aqui.
Habita áreas alagadas dos países Bolívia, Brasil, Paraguai e Argentina e é considerado um dos maiores predadores aquáticos do Pantanal. Alimenta-se de peixes, aves, mamíferos e até outros répteis. Seu couro é considerado valioso e utilizado como matéria-prima para peças de vestuário, sendo necessário implementar leis de proibição de caça e comércio de pele para evitar a redução no número de indivíduos dessa espécie.
Presente em todos os biomas brasileiros e em diversos países da América latina, esse mamífero tem como principal fonte de alimento formigas e cupins. Suas garras são utilizadas para quebrar os formigueiros e cupinzeiros, e, com sua língua comprida, ele captura esses insetos. Um único indivíduo pode comer até 30 mil formigas e cupins por dia. Para saber mais sobre essa espécie, clique aqui.
É considerada a maior espécie de arara do mundo, com aproximadamente 98 centímetros. É encontrada principalmente no Pantanal mas também está presente em outros biomas, como a Amazônia. Sua alimentação é especializada em frutos de palmeiras. As ações do Projeto Arara Azul têm contribuído para reduzir os riscos de extinção da espécie. Saiba mais sobre ela clicando aqui.
É a maior lontra do mundo. Passa o maior tempo na água e se alimenta principalmente de peixes. As ariranhas fazem suas tocas nas margens dos rios, onde criam seus filhotes. Possuem uma cauda robusta e achatada, além de membranas interdigitais, que auxiliam na locomoção na água. Sua distribuição abrange do Pantanal à Amazônia. Para saber mais sobre essa espécie, clique aqui.
São animais solitários que se alimentam principalmente de peixes, aves e mamíferos de pequeno a médio porte. Sua ocorrência abrange do Pantanal até o Sul do país, e inclui outros países, como Paraguai, Bolívia, Argentina e Uruguai. Durante o período reprodutivo, vários machos se enrolam em uma única fêmea e competem para acasalar com ela. Essa “bola” de cobras geralmente ocorre na água.
É o maior cervídeo da América do Sul. As fêmeas são menores do que os machos e apenas estes apresentam galhadas (chifres ramificados). Possui ampla abrangência, ocorrendo na Amazônia, Caatinga, Cerrado, Pampas e em outros países sul-americanos. Alimenta-se de plantas aquáticas, gramíneas e leguminosas. Seu casco apresenta uma membrana interdigital, que facilita a locomoção nas áreas alagadas.
É uma serpente de grande porte que pode alcançar até três metros de comprimento. É encontrada do Pantanal ao Sul do Brasil, além de outros países da América do Sul. Alimenta-se principalmente de peixes e pequenos mamíferos.
É um peixe de água doce caracterizado por sua coloração predominantemente dourada com nadadeiras alaranjadas. Mede em torno de 1 metro e pesa 25 quilos. Ocorre principalmente na bacia do Prata. Ele era um peixe comum no Pantanal, mas, devido à pesca predatória, se tornou escasso.
No Pantanal, há registro de aproximadamente 1300 espécies animais. No entanto, estima-se que esse número possa ser muito maior, especialmente porque há uma lacuna significativa de conhecimento em relação aos invertebrados. É interessante destacar que o Pantanal possui a maior densidade de espécies de mamíferos por km² e é a área úmida com maior riqueza de espécies de aves no mundo.
A fauna pantaneira é composta por espécies de diversos biomas vizinhos, tendo predomínio de mamíferos do Cerrado, aves do Chaco, da Amazônia e da Mata Atlântica, e peixes da Amazônia.
Há poucas espécies endêmicas (ou seja, exclusivas) no Pantanal. Isso se deve, em parte, à sua história geológica recente e à instabilidade climática ao longo de milhares de anos, além da pouca variação do relevo. Portanto, não houve espaço evolutivo suficiente para que as espécies animais passassem por um processo de especiação, e a instabilidade climática demanda alta adaptabilidade por parte delas.
A seguir, conheça alguns dos animais que habitam o Pantanal.
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Embora a onça-pintada seja considerada um animal emblemático do Pantanal, o tuiuiú (Jabiru micteria) é o verdadeiro símbolo desse bioma. A importância desse animal é tão grande que a lei nº 5950/1992 o determina como ave símbolo do Pantanal.
É desafiador determinar o maior animal do Pantanal devido às características específicas de cada espécie. No entanto, podemos destacar alguns animais que, inclusive, se encontram entre os maiores do mundo:
No Pantanal, é comum encontrar cachorros domésticos, especialmente em propriedades rurais e comunidades próximas. Esses animais são de estimação ou utilizados para auxiliar nas atividades rurais, como o pastoreio. No entanto, é crucial garantir que eles não representem uma ameaça à vida selvagem nativa e não interfiram no equilíbrio do bioma local.
Além dos cachorros domésticos, existem também espécies de canídeos nativas do Brasil presentes no Pantanal, como o cachorro-vinagre (Speothos venaticus). Esses canídeos têm pequeno porte, orelhas e patas curtas, e são considerados os canídeos silvestres mais sociáveis do país. Eles possuem cerca de 30 centímetros de altura e pesam entre 5-8 quilos. Normalmente vivem em grupos de 2 a 12 indivíduos, aproveitando essa característica para caçar presas maiores. Sua alimentação é carnívora e inclui ratos, coelhos, gambás, teiús, cobras e aves terrestres.
Esses animais são encontrados principalmente nas proximidades da água e possuem membranas interdigitais entre os dedos, o que facilita sua locomoção na água. A espécie pode ser encontrada desde o Panamá até o Sul do Brasil.
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O Pantanal é conhecido pela sua rica biodiversidade, tanto em número de espécies quanto em abundância de indivíduos. É considerado um ecótono, ou seja, uma área de transição quanto à cobertura vegetal, justificando a presença de uma alta diversidade biológica.
Nessa região, há o encontro entre cinco biomas: Amazônia, Bosque Seco Chiquitano, Cerrado, Chaco e Mata Atlântica. Dessa forma, o Pantanal abriga espécies animais de diferentes ecossistemas.
A alta abundância populacional está relacionada à alternância entre períodos de escassez e abundância de água na região, considerada uma das maiores planícies alagadas do mundo. Essa mudança, ao longo do tempo, favorece uma maior produtividade primária, dando suporte ao restante da cadeia alimentar.
Fontes
JOHNSON, M. 5 interesting facts about the Pantanal, the world`s largest tropical wetland. In: WWF. Disponível em: https://www.worldwildlife.org/stories/5-interesting-facts-about-the-pantanal-the-world-s-largest-tropical-wetland. Acesso em: 11 jul. 2023.
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THIELEN, D. et al. Quo vadis Pantanal? Expected precipitation extremes and drought dynamics from changing sea surface temperature. PLoS One. 2020. 15(1): e0227437.
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Fonte: Brasil Escola - https://brasilescola.uol.com.br/brasil/os-animais-pantanal.htm