Pantalassa

Pantalassa foi um superoceano que existiu no planeta Terra entre o final da Era Paleozoica e o início da Era Mesozoica. Formado com a aglutinação das terras emersas entre 300 e 280 milhões de anos atrás, o Pantalassa estava configurado como uma massa contínua de água que foi descrita como o maior oceano que já existiu no mundo. Suas características auxiliaram na movimentação das correntes marítimas, as quais, por sua vez, foram fundamentais para o equilíbrio do clima da Terra. Muitos animais complexos viveram no Pantalassa, como foi o caso dos ictiossauros. O superoceano Pantalassa deixou de existir há 230 milhões de anos, quando a Pangeia, continente que ele banhava, iniciou seu processo de fragmentação.

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Resumo sobre Pantalassa

• Pantalassa foi um superoceano que recobriu o planeta Terra entre a Era Paleozoica e a Era Mesozoica, sendo considerado o maior oceano que já existiu.

• Como não havia geleiras ou calotas polares, acredita-se que o volume de água no Pantalassa era maior do que o volume dos oceanos atuais.

• As correntes marítimas do Pantalassa ajudaram a equilibrar as temperaturas entre as diferentes regiões do planeta, motivo pelo qual os polos eram menos frios do que hoje.

• O Pantalassa também banhava um único continente: a Pangeia.

• Muitas formas de vida complexa habitaram o Pantalassa, dentre as quais destacamos os ictiossauros, os plesiossauros e os mosassauros.

• A teoria do Pantalassa fala justamente sobre a existência de um vasto oceano contínuo que banhava a Pangeia. Há registros fósseis que ajudam a basear essa teoria.

• O Pantalassa formou-se há aproximadamente 300 milhões de anos por meio da aglutinação das terras emersas e do fechamento dos mares rasos existentes durante esse período.

• Esse superoceano deixou de existir quando a Pangeia começou a fragmentar-se há 250 milhões de anos.

O que é Pantalassa?

Pantalassa é o nome de um superoceano que recobriu parcialmente o planeta Terra no passado geológico, mais precisamente entre a Era Paleozoica e a Era Mesozoica. Ele teria sido muito maior do que o atual Oceano Pacífico, já que correspondia a todas as massas de água que conhecemos hoje combinadas. Por isso, a área do Pantalassa era de 360 milhões de quilômetros quadrados, recobrindo aproximadamente 70% da superfície terrestre. A diferença é que o Pantalassa consistia em uma massa de água contínua e que banhava um único supercontinente: a Pangeia.

Embora ele não tenha sido o único superoceano na história de evolução da estrutura da Terra, o Pantalassa é considerado o maior oceano que já existiu. Essa classificação leva em conta a presença de áreas continentais, já que, logo no começo da história geológica do nosso planeta, é provável que corpos d’água com grande amplitude tenham existido, mas não com as dimensões do oceano pantalássico.

→ Características do Pantalassa

Acredita-se que o volume de água contido no Pantalassa era muito maior do que o dos oceanos atualmente. Isso porque o clima do planeta Terra ainda estava em transformação, e não havia calotas polares, geleiras e estruturas rochosas no assoalho oceânico. Além disso, a intensa atividade tectônica que ocorreu nos períodos subsequentes ocasionaram transformações significativas nesse oceano, conduzindo até a atual configuração.

Sobre o clima do planeta durante a existência do Pantalassa, esse oceano teve um papel crucial no equilíbrio de temperaturas, especialmente nos polos terrestres. Devido à presença de muitas áreas livres de continentes, as correntes marítimas geradas na região equatorial, que se deslocavam em ritmo lento e constante, conseguiam alcançar os polos ainda resguardando algum calor. Assim, as temperaturas nos extremos da Terra não eram tão baixas quanto aquelas que identificamos hoje, motivo pelo qual a cobertura de gelo não se fazia tão presente.

Inúmeras formas de vida complexas existiram nesse vasto oceano, dentre as quais se destacam os grandes répteis marinhos. Antes da consolidação do Pantalassa no final da Era Paleozoica, é importante lembrarmos que houve um episódio de extinção em massa no Período Permiano, marcando, assim, o fim dessa era geológica e o início da Era Mesozoica. Por causa disso, mais de 90% das espécies de animais e plantas que viviam no oceano desapareceram.

Então, no Período Triássico, o primeiro da nova era geológica, a fauna e a flora voltaram a se diversificar, e novas formas de vida marinha passaram a habitar as águas do Pantalassa. Os amonitas, que são uma espécie de crustáceo, as tartarugas gigantes, os ictiossautos, os plesiossauros e os mosassauros estão entre os animais que viveram no superoceano.

O que diz a teoria do Pantalassa?

A teoria do Pantalassa é a mesma teoria que auxiliou a explicar a Pangeia e a formação dos continentes hoje conhecidos. Essa teoria diz que, no passado geológico, a superfície do planeta Terra era formada por um supercontinente, a Pangeia, que era banhado por um único oceano, chamado Pantalassa. Por causa do formato das terras emersas, havia, ainda, um pequeno mar na parte ocidental, conhecido como Mar de Tétis.

Com a fragmentação da Pangeia, o Pantalassa teria deixado de existir, sendo compartimentado até chegar à atual configuração da Terra, que é formada por cinco oceanos (Pacífico, Atlântico, Índico, Antártico e Ártico) e por seis continentes. Há muitas evidências fossilíferas e geológicas que indicam a existência tanto da Pangeia quanto do Pantalassa, muitas das quais foram encontradas, inclusive, no que foi o assoalho desse oceano pré-histórico.

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Diferença entre Pantalassa e Pangeia

Formação da Pantalassa

O mesmo mecanismo que explicou a fragmentação da Pangeia e, por conseguinte, a separação do Pantalassa em diversos outros continentes também nos ajuda a compreender como esse superoceano formou-se. Seu surgimento está relacionado com a formação de um continente chamado Gondwana após a separação do supercontinente Rodínia durante o Neoproterozoico, entre 1 bilhão e 540 milhões de anos no passado geológico. Como sabemos, esse processo foi possível graças ao deslocamento das placas tectônicas sobre o magma terrestre.

O continente Gondwana, que reunia muitas das terras que correspondem, hoje, aos continentes do Hemisfério Sul, era separado de uma outra porção setentrional de terras por um mar primitivo que ficou conhecido como Mar de Tétis Primitivo. A partir do tectonismo constante, essas massas de terra emersa aglutinaram-se e deram origem a um único grande continente, que foi a Pangeia. Ela consolidou-se entre o Período Carbonífero e o Período Permiano da Era Paleozoica, entre 300 e 280 milhões de anos. A união dos continentes originou uma única massa contínua de água que, por causa de suas características, foi denominada Pantalassa.

Mapa da Pantalassa e da Pangeia

Fontes

ALKMIN, Fernando F. Pangeia não foi o primeiro supercontinente – e não será o último. Superinteressante, 08 jul. 2022. Disponível em: https://super.abril.com.br/coluna/deriva-continental/pangeia-nao-foi-o-primeiro-supercontinente-e-nao-sera-o-ultimo/.

DHAR, Michael. What's the largest ocean that ever existed on Earth? Live Science, 13 ago. 2022. Disponível em: https://www.livescience.com/largest-ocean-on-earth.

STAMPFLI, G. M. et al. The formation of Pangea. Tectonophysics, v. 593, p. 1-19, 2013. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0040195113001479.

TEIXEIRA, Wilson.; FAIRCHILD, Thomas Rich.; TOLEDO, Maria Cristina Motta de; TAIOLI, Fabio. (Orgs.) Decifrando a Terra. São Paulo, SP: Companhia Editora Nacional, 2009, 2ª ed.