O polipropileno (PP) é um polímero sintético formado a partir do propeno. Possui importantes características, que justificam o seu amplo uso na sociedade, como boa resistência química, baixa densidade, alta resistência térmica, baixos níveis de toxicidade, fácil moldagem, além de ser de baixo custo.
O polipropileno (PP) pode ser aplicado em diversos produtos, a partir de suas fibras e de seus filmes, como em embalagens para alimentos, em produtos automotivos, em tecidos não tecidos (TNTs), em seringas descartáveis, entre outros. Por ser um termoplástico, ele pode ser moldado e remoldado diversas vezes, o que lhe garante bons índices de reaproveitamento via reciclagem mecânica.
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O polipropileno (PP) é um polímero sintético formado a partir da polimerização do propeno (propileno) a partir de reações de adição.
Polímeros são macromoléculas cujas cadeias são da ordem de milhares de átomos de carbono, constituídas por subunidades que se repetem. Tais subunidades moleculares são chamadas de monômeros. Assim, o monômero do polipropileno (PP) é o propeno. A reação de polimerização é a que se segue:

Descoberto em 1954, o polipropileno (PP) destaca-se entre os polímeros por conta de sua boa resistência química, baixa densidade, alta resistência térmica, além de poder ser submetido a diversos métodos de conversão, sendo de fácil molde. É um polímero incolor, com boa resistência mecânica.
O polipropileno (PP), junto com o polietileno (PE), com o policloreto de vinila (PVC), com o poliestireno (PS) e com o politereftalato de etileno (PET), faz parte do grupo dos cinco compostos plásticos de maior uso.
A resistência química do polipropileno (PP) é excelente frente aos ácidos, às bases e aos álcoois concentrados e diluídos, boa frente aos aldeídos, aos ésteres, aos hidrocarbonetos alifáticos e às cetonas, e mais limitada frente aos hidrocarbonetos aromáticos, aos hidrocarbonetos halogenados e aos agentes oxidantes.
Em comparação a outros termoplásticos, o polipropileno (PP) possui um alto ponto de fusão, além de dureza elevada, consequência dos diversos grupos metila em sua estrutura. Sua densidade fica na faixa dos 0,90 g/cm3, considerada baixa, fazendo com que seja indicado para diversas aplicações industriais. Mesmo assim, não se recomenda a utilização de polipropileno (PP) para temperaturas abaixo de 0 °C.
As análises indicam que se trata de um material com grande resistência térmica e mecânica em condições ambiente, sendo duro e de boa resistência a impactos. No mais, o polipropileno (PP) é um polímero que se destaca pelo seu baixo custo e que pode ser reprocessado mais de dez vezes, sem que ocorram perdas significativas nas suas propriedades mecânicas, uma característica desejável para sua reciclagem mecânica ou reaproveitamento.
Existem, ainda, três tipos de polipropileno (PP). O polipropileno (PP) que é feito apenas com propeno é chamado de homopolímero de propileno (HPP). Caso sejam adicionadas algumas unidades de etileno como um outro monômero, em teores que variam de 1 a 8%, temos o chamado copolímero randômico de propileno (RCP). Por fim, se houver uma mistura de HPP com uma fase de RCP em que o nível de etileno é de 45 a 65%, temos o copolímero de impacto de polipropileno (ICP). Desses, o mais usado é o HPP.
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Diante de suas formas de processamento, percebe-se que o polipropileno (PP) pode ser obtido na forma de fibras, como os chamados tecidos não tecidos (TNTs), filmes, além de peças injetadas e sopradas. Dentre os principais produtos a partir do PP, destacam-se:
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De modo geral, o polipropileno (PP) não é tóxico. Por conta disso, seu uso é permitido em embalagens ou em filmes plásticos que entrem em contato com alimentos. Também não é considerado um composto carcinogênico. O aquecimento de embalagens de polipropileno, entretanto, pode fazer com que haja uma migração de substâncias para o alimento, e, por conta disso, o uso deve ser feito de acordo com as informações do fabricante.
Contudo, isso não quer dizer que o polipropileno (PP) possa ser ingerido sem preocupações. Recentemente, no Brasil, um caso teve grande repercussão, a respeito da utilização de polipropileno micronizado na forma de um pó para ser usado como decorar alimentos, como bolos. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu uma nota, esclarecendo que tais plásticos não estão autorizados para uso na composição de alimentos, sejam preparados, sejam industrializados. Concluiu ainda que os materiais plásticos só podem figurar em objetos decorativos não comestíveis, como cenários para decoração temática de festas. Assim, o polipropileno (PP) micronizado não está autorizado para consumo.
Considera-se como plástico todo e qualquer polímero capaz de ser moldado. O polipropileno (PP) é um tipo de plástico, mais especificamente, um termoplástico.
Os termoplásticos podem ser, mediante aquecimento, moldados e remoldados diversas vezes, o que confere a eles uma grande reciclabilidade. É diferente, portanto, dos plásticos termofixos, os quais não podem ser reprocessados e novamente moldados, pois seu aquecimento leva à degradação da estrutura.
Fontes
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Fonte: Brasil Escola - https://brasilescola.uol.com.br/quimica/polipropileno-pp.htm