Escolas literárias são movimentos literários cujas obras apresentam características em comum. Tais características estão associadas a um contexto histórico específico. Portanto, existem as seguintes escolas literárias: trovadorismo, humanismo, classicismo, quinhentismo, barroco, arcadismo, romantismo, realismo, naturalismo, parnasianismo, simbolismo, modernismo e pós-modernismo.
Leia também: 20 obras que são grandes clássicos da literatura mundial
As escolas literárias (também chamadas de “estilos de época”) são movimentos literários cujas obras apresentam características em comum. Tais características estão associadas a determinado período histórico. Desse modo, os costumes e a visão de mundo que sobressaem em uma época acabam influenciando a forma como autoras e autores criam suas obras.
As cantigas trovadorescas tematizam: o amor cortês e o sofrimento amoroso (cantiga de amor), a saudade do amigo distante (cantiga de amigo), a crítica velada, sutil (cantiga de escárnio), e a crítica explícita, ofensiva (cantiga de maldizer). Essa poesia medieval apresenta caráter teocêntrico. Saiba mais sobre essa escola literária clicando aqui.
Principais autores trovadorescos
Raimbaut d’Aurenga (1147-1173) — francês
Arnault Daniel (1150-1210) — francês
Dom Afonso X (1221-1284) — espanhol
Dom Dinis (1261-1325) — português
Principais obras trovadorescas
Pois tal saber — Raimbaut d’Aurenga
L’aur’amara — Arnault Daniel
Deus te salve, Gloriosa — Dom Afonso X
Senhora formosa — Dom Dinis
A literatura humanista faz a retomada dos valores greco-latinos. É, portanto, uma literatura de viés antropocêntrico, pois valoriza a razão, apesar de apresentar elementos teocêntricos, já que está inserida em um período de transição. Assim, a poesia humanista utiliza versos regulares e apresenta conteúdo filosófico. Já a prosa e o teatro são marcados pelo teor satírico.
Principais autores do humanismo
Dante Alighieri (1265-1321) — italiano
Francesco Petrarca (1304-1374) — italiano
Sebastian Brant (1457-1521) — alemão
Gil Vicente (1465-1536) — português
Fernando de Rojas (1470-1541) — espanhol
Thomas More (1478-1535) — inglês
François Rabelais (1494-1553) — francês
Principais obras humanistas
A divina comédia, de Dante Alighieri
Triunfos, de Francesco Petrarca
A nau dos insensatos, de Sebastian Brant
Auto da barca do inferno, de Gil Vicente
A Celestina, de Fernando de Rojas
Utopia, de Thomas More
Pantagruel, de François Rabelais
As obras do classicismo são caracterizadas pela visão antropocêntrica e pela presença de referências greco-latinas. Também possuem idealização amorosa, mulher idealizada, bucolismo, elementos épicos, reflexão acerca do amor, antíteses e paradoxos, além do uso de versos decassílabos na poesia. Para saber mais sobre essa escola literária, clique aqui.
Principais autores classicistas
Maurice Scève (1501-1564) — francês
Garcilaso de la Vega (1503-1536) — espanhol
Luís Vaz de Camões (1524-1580) — português
Torquato Tasso (1544-1595) — italiano
William Shakespeare (1564-1616) — inglês
Principais obras classicistas
Délie, de Maurice Scève
Éclogas, de Garcilaso de la Vega
Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões
Jerusalém libertada, de Torquato Tasso
Sonetos, de William Shakespeare
As obras produzidas no Brasil durante o século XVI estão divididas em literatura de informação e literatura de catequese. Portanto, as crônicas, cartas e relatos dos viajantes possuem teor informativo. Já os poemas e peças teatrais de natureza religiosa apresentam elementos catequéticos.
Principais autores quinhentistas
Pero Vaz de Caminha (1450-1500) — português
José de Anchieta (1534-1597) — espanhol
Principais obras quinhentistas
Carta, de Pero Vaz de Caminha
Auto da festa de São Lourenço, de José de Anchieta
Estilo marcado pelo contraste, o barroco apresenta duas figuras de linguagem recorrentes, isto é, a antítese e o paradoxo. Essa escola literária também possui visão pessimista e mórbida. Duas características importantes presentes nas obras desse período são o cultismo (jogo de palavras) e o conceptismo (jogo de ideias). Saiba mais sobre o estilo barroco clicando aqui.
Principais autores barrocos
Luis de Góngora (1561-1627) — espanhol
John Donne (1572-1631) — inglês
Soror Violante do Céu (1601-1693) — portuguesa
John Milton (1608-1674) — inglês
Pe. Antônio Vieira (1608-1697) — português
Gregório de Matos (1636-1696) — brasileiro
Principais obras barrocos
Obras, de Luis de Góngora
Poemas, de John Donne
Romance a Cristo Crucificado, de Soror Violante do Céu
Paraíso perdido, de John Milton
Os sermões, de Pe. Antônio Vieira
Gregório de Matos escreveu poemas líricos, sacros e satíricos
Também chamado de neoclassicismo, o arcadismo apresenta pastoralismo, idealização do amor e da mulher, além de referências greco-latinas. Também possui características de conteúdo como: carpe diem (aproveitar o momento), inutilia truncat (abandonar o inútil), locus amoenus (lugar ameno) e aurea mediocritas (mediocridade áurea). No mais, é marcado pela visão antropocêntrica, iluminista e racional da realidade.
Principais autores árcades
Molière (1622-1673) — francês
Jean Racine (1639-1699) — francês
Jonathan Swift (1667-1745) — irlandês
Voltaire (1694-1778) — francês
Cláudio Manuel da Costa (1729-1789) — brasileiro
Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810) — português
Juan Meléndez Valdés (1754-1817) — espanhol
Manuel du Bocage (1765-1805) — português
Principais obras árcades
Tartufo, de Molière
Andrômaca, de Jean Racine
As viagens de Gulliver, de Jonathan Swift
Cândido ou O otimismo, de Voltaire
Vila Rica, de Cláudio Manuel da Costa
Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga
Poesias, de Juan Meléndez Valdés
Queixumes do pastor Elmano contra a falsidade da pastora Urselina, de Manuel du Bocage
A estética romântica tem caráter nacionalista, divulga os valores burgueses e traz a idealização do amor e da mulher. Também apresenta sofrimento amoroso e morbidez. Alguns autores podem caminhar para a crítica social e de costumes. Além disso, o romantismo é marcado pelo exagero sentimental e pela subjetividade. Para saber mais sobre o estilo romântico, clique aqui.
Principais autores do romantismo
Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832) — alemão
Lord Byron (1788-1824) — inglês
Alexandre Dumas (1802-1870) — francês
Victor Hugo (1802-1885) — francês
José Zorrilla (1817-1893) — espanhol
Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882) — brasileiro
Gonçalves Dias (1823-1864) — brasileiro
Bernardo Guimarães (1825-1884) — brasileiro
Camilo Castelo Branco (1825-1890) — português
José de Alencar (1829-1877) — brasileiro
Emily Dickinson (1830-1886) — estado-unidense
Álvares de Azevedo (1831-1852) — brasileiro
Castro Alves (1847-1871) — brasileiro
Principais obras do romantismo
Os sofrimentos do jovem Werther, de Johann Wolfgang von Goethe
Don Juan, de Lord Byron
Os três mosqueteiros, de Alexandre Dumas
Os miseráveis, de Victor Hugo
Don Juan Tenorio, de José Zorrilla
A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo
Os timbiras, de Gonçalves Dias
A escrava Isaura, de Bernardo Guimarães
Amor de perdição, de Camilo Castelo Branco
Poemas, de Emily Dickinson
Lira dos vinte anos, de Álvares de Azevedo
O navio negreiro, de Castro Alves
Esse estilo de época é antirromântico e, portanto, faz críticas ao romantismo e à burguesia. É marcado pela objetividade e pela análise psicológica. Faz crítica social e tem como principal temática o adultério feminino.
Principais autores da escola realista
Gustave Flaubert (1821-1880) — francês
Fiódor Dostoiévski (1821-1881) — russo
Liev Tolstói (1828-1910) — russo
Machado de Assis (1839-1908) — brasileiro
Benito Pérez Galdós (1843-1920) — espanhol
Eça de Queirós (1845-1900) — português
Principais obras da escola realista
Madame Bovary, de Gustave Flaubert
Crime e castigo, de Fiódor Dostoiévski
Anna Karenina, de Liev Tolstói
Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis
Fortunata e Jacinta, de Benito Pérez Galdós
O primo Basílio, de Eça de Queirós
A estética naturalista apresenta objetividade, crítica social e antirromantismo. No entanto, o que a diferencia do realismo é o determinismo (o destino do personagem é determinado pelo meio, raça ou época) e a zoomorfização (atribuir características animais a humanos). Para saber mais sobre o naturalismo, clique aqui.
Principais autores naturalistas
Émile Zola (1840-1902) — francês
Emilia Pardo Bazán (1851-1921) — espanhola
Aluísio Azevedo (1857-1913) — brasileiro
Principais obras naturalistas
Germinal, de Émile Zola
A tribuna, de Emilia Pardo Bazán
Estilo associado a uma poesia de caráter objetivo e descritivo. Além disso, ela apresenta rigor formal e referências greco-latinas. Saiba mais sobre o estilo parnasiano clicando aqui.
Principais autores parnasianos
Leconte de Lisle (1818-1894) — francês
Cesário Verde (1855-1886) — português
Olavo Bilac (1865-1918) — brasileiro
Principais obras parnasianas
Poemas antigos, de Leconte de Lisle
O livro de Cesário Verde, de Cesário Verde
Poesias, de Olavo Bilac
Estilo relacionado a uma poesia marcada por seu aspecto subjetivo e metafísico. Também apresenta maiúscula alegorizante, sinestesia, rigor formal e musicalidade. O simbolismo é antirromântico e antirrealista.
Principais autores da escola simbolista
Charles Baudelaire (1821-1867) — francês
Stéphane Mallarmé (1842-1898) — francês
Arthur Rimbaud (1854-1891) — francês
Cruz e Sousa (1861-1898) — brasileiro
Camilo Pessanha (1867-1926) — português
Principais obras da escola simbolista
As flores do mal, de Charles Baudelaire
Verso e prosa, de Stéphane Mallarmé
Uma temporada no inferno, de Arthur Rimbaud
Broquéis, de Cruz e Sousa
Clépsidra, de Camilo Pessanha
O pré-modernismo não é uma escola literária. É somente um período literário brasileiro que faz a transição entre o simbolismo e o modernismo. Por isso, apresenta características simbolistas, parnasianas e naturalistas mas também anuncia o nacionalismo modernista.
Principais autores do pré-modernismo
Euclides da Cunha (1866-1909)
Graça Aranha (1868-1931)
Lima Barreto (1881-1922)
Monteiro Lobato (1882-1948)
Augusto dos Anjos (1884-1914)
Principais obras do pré-modernismo
Os sertões, de Euclides da Cunha
Canaã, de Graça Aranha
Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto
Urupês, de Monteiro Lobato
Eu, de Augusto dos Anjos
Estilo literário marcado pela inovação e pelo questionamento da arte acadêmica. Apresenta caráter nacionalista, realista e crítico, além da valorização da linguagem coloquial. Na poesia, há preferência pelo verso livre. Apresenta também temática contemporânea, além de conflito existencial e espiritual. Por fim, as obras podem possuir elementos regionalistas. Para saber mais sobre essa escola literária, clique aqui.
Principais autores da escola modernista
Marcel Proust (1871-1922) — francês
Virginia Woolf (1882-1941) — inglesa
James Joyce (1882-1941) — irlandês
Franz Kafka (1883-1924) — tcheco
Fernando Pessoa (1888-1935) — português
Oswald de Andrade (1890-1954) — brasileiro
Mário de Andrade (1893-1945) — brasileiro
Cecília Meireles (1901-1964) — brasileira
Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) — brasileiro
Jorge Amado (1912-2001) — brasileiro
Principais obras da escola modernista
Em busca do tempo perdido, de Marcel Proust
Mrs. Dalloway, de Virginia Woolf
Ulisses, de James Joyce
A metamorfose, de Franz Kafka
Mensagem, de Fernando Pessoa
Memórias sentimentais de João Miramar, de Oswald de Andrade
Macunaíma, de Mário de Andrade
Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles
A rosa do povo, de Carlos Drummond de Andrade
Capitães da areia, de Jorge Amado
A literatura pós-moderna é marcada por: experimentação, temática sociopolítica, fluxo de consciência, reflexão existencial, liberdade de criação, concretismo, intertextualidade, metalinguagem, fragmentação e universalismo.
Principais autores pós-modernos
João Guimarães Rosa (1908-1967) — brasileiro
Clarice Lispector (1920-1977) — brasileira
Jack Kerouac (1922-1969) — estado-unidense
John Fowles (1926-2005) — inglês
Haroldo de Campos (1929-2003) — brasileiro
Antonia Susan Byatt (1936-) — inglesa
Principais obras pós-modernas
Grande sertão: veredas, de João Guimarães Rosa
A hora da estrela, de Clarice Lispector
Pé na estrada, de Jack Kerouac
A mulher do tenente francês, de John Fowles
Galáxias, de Haroldo de Campos
Possessão, de Antonia Susan Byatt
Veja também: Vanguardas europeias — movimentos artísticos que influenciaram o modernismo no mundo
ESCOLAS LITERÁRIAS |
||
TROVADORISMO |
século XII ao século XIV
|
Cantigas trovadorescas: cantiga de amor, cantiga de amigo, cantiga de escárnio e cantiga de maldizer. |
HUMANISMO |
século XIV ao século XVI
|
Retomada dos valores greco-latinos. Visão antropocêntrica convive com a perspectiva teocêntrica. |
CLASSICISMO |
século XVI
|
Visão antropocêntrica, referências greco-latinas, idealização amorosa, mulher idealizada, bucolismo, elementos épicos, antíteses e paradoxos. |
QUINHENTISMO |
1500 a 1601
|
Literatura de informação e literatura de catequese. |
BARROCO |
século XVI ao século XVIII |
Culto ao contraste, antítese, paradoxo, pessimismo, morbidez, cultismo e conceptismo. |
ARCADISMO ou NEOCLASSICISMO |
século XVII ao século XVIII
|
Pastoralismo, idealização do amor e da mulher, referências greco-latinas, antropocentrismo, caráter iluminista. |
ROMANTISMO |
século XVIII ao século XIX
|
Nacionalismo, valores burgueses, idealização do amor e da mulher, sofrimento amoroso, morbidez, exagero sentimental, subjetividade. |
REALISMO |
século XIX
|
Antirromantismo, crítica à burguesia, objetividade, análise psicológica, crítica social. |
NATURALISMO |
século XIX
|
Objetividade, crítica social, antirromantismo, determinismo e zoomorfização. |
PARNASIANISMO |
século XIX
|
Poesia objetiva e descritiva, rigor formal e referências greco-latinas. |
SIMBOLISMO |
século XIX ao século XX |
Poesia subjetiva e metafísica, maiúscula alegorizante, sinestesia, rigor formal e musicalidade. |
PRÉ-MODERNISMO |
1902 a 1922
|
Período de transição entre o simbolismo e o modernismo brasileiros. |
MODERNISMO |
século XX |
Inovação, antiacademicismo, nacionalismo, crítica social, linguagem coloquial, verso livre, conflito existencial e regionalismo. |
PÓS-MODERNISMO |
século XX |
Experimentação, fluxo de consciência, reflexão existencial, liberdade de criação, concretismo, intertextualidade, metalinguagem, fragmentação e universalismo. |
ESCOLA LITERÁRIA |
PERÍODO |
PRINCIPAIS AUTORES |
Quinhentismo |
1500 a 1601
|
Pero Vaz de Caminha e José de Anchieta. |
Barroco |
1601 a 1768 |
Bento Teixeira, Pe. Antônio Vieira e Gregório de Matos. |
Arcadismo |
1768 a 1836
|
José de Santa Rita Durão, Cláudio Manuel da Costa, José Basílio da Gama e Tomás Antônio Gonzaga. |
Romantismo |
1836 a 1881
|
Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Fagundes Varela, Sousândrade, Castro Alves, José de Alencar, Joaquim Manuel de Macedo, Manuel Antônio de Almeida, Maria Firmina dos Reis, Bernardo Guimarães, Franklin Távora, Visconde de Taunay e Martins Pena. |
Realismo |
1881 a 1902 |
Machado de Assis |
Naturalismo |
1881 a 1902 |
Aluísio Azevedo, Raul Pompeia e Adolfo Caminha. |
Parnasianismo |
1882 a 1893
|
Alberto de Oliveira, Raimundo Correia, Olavo Bilac e Francisca Júlia. |
Simbolismo |
1893 a 1902 |
Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimaraens. |
Pré-modernismo |
1902 a 1922 |
Euclides da Cunha, Graça Aranha, Lima Barreto, Monteiro Lobato e Augusto dos Anjos. |
Modernismo |
1922 a 1945 |
Manuel Bandeira, Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Jorge de Lima, Cecília Meireles, Murilo Mendes, Carlos Drummond de Andrade, Vinicius de Moraes, Graciliano Ramos, Erico Verissimo, Rachel de Queiroz e Jorge Amado. |
Pós-modernismo |
1945 a 1978
|
João Cabral de Melo Neto, Ferreira Gullar, Décio Pignatari, Haroldo de Campos, Augusto de Campos, João Guimarães Rosa e Clarice Lispector. |
Saiba mais sobre os estilos de época brasileiros clicando aqui.
ESCOLA LITERÁRIA |
PERÍODO |
PRINCIPAIS AUTORES |
Trovadorismo |
século XII ao século XV |
Dom Dinis e João Garcia de Guilhade. |
Humanismo |
século XV ao século XVI |
Bernardim Ribeiro, João Ruiz de Castello-Branco, Sá de Miranda e Gil Vicente.
|
Classicismo |
século XVI |
Luís Vaz de Camões |
Barroco |
1580 a 1756 |
Francisco Rodrigues Lobo, Jerónimo Baía, António Barbosa Bacelar, António José da Silva, Gaspar Pires de Rebelo, Teresa Margarida da Silva e Orta, D. Francisco Manuel de Melo, Soror Violante do Céu e Soror Mariana Alcoforado. |
Arcadismo |
1756 a 1825 |
Correia Garção, Manuel du Bocage, António Dinis da Cruz e Silva, Marquesa de Alorna e Francisco José Freire. |
Romantismo |
1825 a 1870 |
Alexandre Herculano, Almeida Garret, Camilo Castelo Branco, Soares de Passos e Júlio Dinis. |
Realismo/naturalismo |
1865 a 1900 |
Antero de Quental, Eça de Queirós, Cesário Verde, Fialho de Almeida e Guerra Junqueiro. |
Simbolismo |
1890 a 1915 |
Eugénio de Castro, Camilo Pessanha e António Nobre. |
Modernismo |
1915 a 1974 |
Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, Almada Negreiros, José Régio, João Gaspar Simões, Branquinho da Fonseca, Miguel Torga, Soeiro Pereira Gomes, Ferreira de Castro e Alves Redol. |
Atualmente, não existe uma escola literária em curso ou, pelo menos, os estudiosos da literatura ainda não identificaram características literárias em comum que pudessem estar associadas a um estilo de época. O que se verifica atualmente é uma multiplicidade de estilos, além da valorização da literatura de minorias ou periférica.
Saiba mais: Literatura inglesa — história, principais autores e obras
Questão 01 (Enem)
Texto 1
Canção do exílio
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
[...]
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras
Onde canta o Sabiá.
DIAS, G. Poesia e prosa completas.
Texto 2
Canto de regresso à Pátria
Minha terra tem palmares
Onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá
Minha terra tem mais rosas
E quase tem mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra
Ouro terra amor e rosas
Eu quero tudo de lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo
Sem que eu veja a rua 15
E o progresso de São Paulo
ANDRADE, O. Cadernos de poesia do aluno Oswald. São Paulo: Círculo do Livro, [s. d.].
Os textos 1 e 2, escritos em contextos históricos e culturais diversos, enfocam o mesmo motivo poético: a paisagem brasileira entrevista a distância. Analisando-os, conclui-se que
A) o ufanismo, atitude de quem se orgulha excessivamente do país em que nasceu, é o tom de que se revestem os dois textos.
B) a exaltação da natureza é a principal característica do texto 2, que valoriza a paisagem tropical realçada no texto 1.
C) o texto 2 aborda o tema da nação, como o texto 1, mas sem perder a visão crítica da realidade brasileira.
D) o texto 1, em oposição ao texto 2, revela distanciamento geográfico do poeta em relação à pátria.
E) ambos os textos apresentam ironicamente a paisagem brasileira.
Resolução:
Alternativa C
O texto 2 é do modernista Oswald de Andrade, que apresenta uma visão crítica da realidade brasileira, por exemplo, ao mencionar “palmares” e “quase tem mais amores”. Já o texto 1, do romântico Gonçalves Dias, idealiza completamente a pátria, pois é totalmente ufanista e nacionalista.
Questão 02 (Enem)
Esbraseia o Ocidente na agonia
O sol... Aves em bandos destacados,
Por céus de ouro e púrpura raiados,
Fogem... Fecha-se a pálpebra do dia...
Delineiam-se além da serrania
Os vértices de chamas aureolados,
E em tudo, em torno, esbatem derramados
Uns tons suaves de melancolia.
Um mundo de vapores no ar flutua...
Como uma informe nódoa avulta e cresce
A sombra à proporção que a luz recua.
A natureza apática esmaece...
Pouco a pouco, entre as árvores, a lua
Surge trêmula, trêmula... Anoitece.
CORRÊA, R. Disponível em: www.brasiliana.usp.br. Acesso em: 13 ago. 2017.
Composição de formato fixo, o soneto tornou-se um modelo particularmente ajustado à poesia parnasiana. No poema de Raimundo Corrêa, remete(m) a essa estética
A) as metáforas inspiradas na visão da natureza.
B) a ausência de emotividade pelo eu lírico.
C) a retórica ornamental desvinculada da realidade.
D) o uso da descrição como meio de expressividade.
E) o vínculo a temas comuns à Antiguidade Clássica.
Resolução:
Alternativa D
Sobressai no poema parnasiano de Raimundo Corrêa a descrição, uma das principais características desse estilo. Já a objetividade é comprometida pelas percepções particulares do eu lírico, que aponta a melancolia e a apatia da natureza.
Questão 03 (Enem)
Leda serenidade deleitosa,
Que representa em terra um paraíso;
Entre rubis e perlas doce riso;
Debaixo de ouro e neve cor-de-rosa;
Presença moderada e graciosa,
Onde ensinando estão despejo e siso
Que se pode por arte e por aviso,
Como por natureza, ser fermosa;
Fala de quem a morte e a vida pende,
Rara, suave; enfim, Senhora, vossa;
Repouso nela alegre e comedido:
Estas as armas são com que me rende
E me cativa Amor; mas não que possa
Despojar-me da glória de rendido.
CAMÕES, L. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2008.
SANZIO, R. (1483-1520) A mulher com o unicórnio. Roma, Galleria Borghese. Disponível em: www.arquipelagos.pt. Acesso em: 29 fev. 2012.
A pintura e o poema, embora sendo produtos de duas linguagens artísticas diferentes, participaram do mesmo contexto social e cultural de produção pelo fato de ambos
A) apresentarem um retrato realista, evidenciado pelo unicórnio presente na pintura e pelos adjetivos usados no poema.
B) valorizarem o excesso de enfeites na apresentação pessoal e na variação de atitudes da mulher, evidenciadas pelos adjetivos do poema.
C) apresentarem um retrato ideal de mulher marcado pela sobriedade e o equilíbrio, evidenciados pela postura, expressão e vestimenta da moça e os adjetivos usados no poema.
D) desprezarem o conceito medieval da idealização da mulher como base da produção artística, evidenciado pelos adjetivos usados no poema.
E) apresentarem um retrato ideal de mulher marcado pela emotividade e o conflito interior, evidenciados pela expressão da moça e pelos adjetivos do poema.
Resolução:
Alternativa C
No poema de Camões, um dos principais autores do classicismo, é possível perceber a idealização da mulher. O eu lírico destaca a serenidade, o riso doce, a moderação e a graça dela. Essa sobriedade também pode ser verificada na pintura, na qual a mulher idealizada está distante de excessos sentimentais.
Fontes
ABAURRE, Maria Luiza M.; PONTARA, Marcela. Literatura: tempos, leitores e leituras. 3. ed. São Paulo: Editora Moderna, 2015.
COSTA, Edson Tavares. Licenciatura em Letras/ Português: literatura portuguesa. Campina Grande: EDUEPB, 2011.
GOMES, Carlos Magno Santos; RAMALHO, Christina Bielinski. Literatura portuguesa I. São Cristóvão: CESAD, 2009.
GOULART, Audemaro Taranto; SILVA, Oscar Vieira da. Introdução ao estudo da literatura. Belo Horizonte: Lê, 1994.
JONES, Sara de Sá. A estrada de Jack kerouac: uma viagem existencial. 2014. Dissertação (Mestrado em Letras ) – Faculdade de Letras, Universidade do Porto, Porto, 2014.
MENDES, Ana Cristina. A ficção pós-modernista e a busca das verdades possíveis — uma resenha teórica. Rev. Let., São Paulo, v. 57, n. 1, p. 27-41, jan./jun. 2017.
RAMALHO, Christina Bielinski; RAMOS, Magna Maria de Oliveira; CARVALHO, Maria Leônia Garcia Costa. Literatura portuguesa II. São Cristóvão: CESAD, 2010.
VALENÇA, Ana Maria Macedo; RAMOS, Magna Maria de Oliveira; CARVALHO, Maria Leônia Garcia Costa. Literatura portuguesa III. São Cristóvão: CESAD, 2011.
Fonte: Brasil Escola - https://brasilescola.uol.com.br/literatura/escolas-literarias.htm