Pronomes relativos

Os pronomes relativos retomam um substantivo mencionado anteriormente na frase. Eles podem ser variáveis ou invariáveis e podem estar acompanhados ou não por uma preposição.

Pronomes relativos são os pronomes que retomam um substantivo mencionado anteriormente na frase. Eles podem ser invariáveis (sem gênero e sem número) ou variáveis (quando apresentam gênero e número).

Veja também: Pronomes pessoais — os pronomes que substituem substantivos no enunciado

Resumo sobre pronomes relativos

Videoaula sobre pronomes relativos

O que são pronomes relativos?

O pronome relativo é aquele que retoma um substantivo mencionado anteriormente no enunciado.

→ Exemplos de pronomes relativos

Ela comprou um relógio, o qual custou uma fortuna.

Os brincos eram de Cláudia, quem disse que nunca usava bijuterias.

A arquiteta cujo projeto foi premiado chegou ontem à noite.

A cidade onde moro incentiva o uso de energia solar.

Tudo quanto peço, eu consigo.

Quais são os pronomes relativos?

Variáveis

Invariáveis

O qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quantas.

Que, quem, onde.

Como usar os pronomes relativos?

O uso dos pronomes relativos é importante porque evita repetições no texto. Portanto, são elementos que retomam termos e, assim, contribuem para a coesão textual.

Os relativos invariáveis não possuem gênero nem número, então podem ser usados para retomar substantivos masculinos ou femininos, no singular ou no plural, como mostram estes exemplos:

O livro que eu li é muito bom. / Os livros que eu li são muito bons.

A carta que eu li me emocionou. / As cartas que eu li me emocionaram.

Já os pronomes relativos variáveis concordam em gênero e número com o substantivo que eles retomam:

Tenho um apartamento, o qual não vale muito. / Tenho dois apartamentos, os quais não valem muito.

Tenho uma casa, a qual não vale muito. / Tenho duas casas, as quais não valem muito.

Já o uso do pronome “cujo” exige bastante atenção, pois ele concorda com o termo posterior, apesar de fazer uma retomada do anterior:

A moça cujo pai é professor acaba de chegar.

O médico cujas atrocidades chocaram o país foi julgado na manhã de hoje.

Veja que, no primeiro exemplo, “cujo” concorda com o substantivo “pai”, mas retoma o substantivo “moça”. Afinal, o seu uso indica que o professor é “o pai da moça”, pois esse pronome estabelece uma relação de posse entre o termo anterior e posterior a ele. Já no segundo caso, o que chocou o país foram “as atrocidades do médico”.

É preciso ressaltar que o que sobressai no uso do pronome “cujo” é a sua relação com os dois termos mencionados. A ideia de posse está implícita nessa estrutura linguística, mas é um elemento secundário, de forma que “cujo” não pode ser considerado um pronome possessivo.

Pronomes relativos e preposições

O uso de preposições diante de pronomes relativos vai depender da regência de verbos e nomes. Portanto, vamos ver alguns casos em que o pronome relativo é utilizado em um complemento verbal ou complemento nominal:

As flores de que gosto mais são as orquídeas.

O rapaz a quem declarei o meu amor já não existe mais.

O país para onde ela foi é maravilhoso.

As amigas das quais falei são aquelas ali.

O homem a cuja arrogância tenho aversão acha que manda em mim.

Leia também: Pronomes demonstrativos — os pronomes que situam os seres no tempo ou no espaço

Pronomes relativos e orações subordinadas adjetivas

As orações subordinadas adjetivas funcionam como adjunto adnominal de um substantivo ou pronome substantivo da oração principal. Assim, o pronome relativo é usado como conectivo entre a oração subordinada e a principal:

Comprei a tinta que usaremos amanhã.

A tinta, a qual usaremos amanhã, já foi comprada.

Acaba de ser vendido o prédio cujo dono faleceu.

A casa, cuja dona faleceu, acaba de ser vendida.

Exercícios resolvidos sobre pronomes relativos

Questão 1

(UFJF 2013 — adaptado) Leia o trecho a seguir:

Além disso, a legislação brasileira já responsabiliza toda pessoa acima de 12 anos por atos ilegais. Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o jovem deve merecer medidas socioeducativas, como advertência, obrigação de reparar o dano, prestação de serviço à comunidade, liberdade assistida, semiliberdade e internação. A medida é aplicada segundo a gravidade da infração. Enquanto nas penitenciárias o percentual de reincidência no crime é de 70%, no sistema socioeducativo esse número cai para 20%. Com efeito, esses dados mostram gargalos da atuação do Estado nesse âmbito, que a atual proposta parece ignorar.

MIRANDA, Alan. A juventude merece mais. Disponível em: http://of.org.br/noticias-analises/a-juventude-merece-mais/. Adaptado.

O pronome relativo QUE, marcado na última sentença, retoma o termo:

A) percentual.

B) sistema.

C) dados.

D) gargalos.

E) proposta.

Resolução:

Alternativa D

O pronome relativo “que” retoma o termo “gargalos”, ou seja, a atual proposta parece ignorar os “gargalos da atuação do Estado nesse âmbito”. Afinal, o relativo sempre retoma um termo imediatamente anterior.

Questão 2

(Unimontes 2012)

“Somos impelidos a focalizar o que nos prejudica — impelidos por um gozo masoquista ao qual temos de nos opor continuamente.”

MILAN, Betty. Nem tudo se pode ver, ouvir ou dizer. Veja, 12/1/2011.

O pronome relativo “(a)o qual”, na passagem acima, substitui “gozo masoquista” e exerce a função sintática de

A) objeto direto.

B) objeto indireto.

C) complemento nominal.

D) adjunto adnominal.

Resolução:

Alternativa B

O pronome relativo “o qual” faz parte do complemento verbal do verbo “opor”, isto é, “temos de nos opor continuamente” ao “gozo masoquista”. Assim, a palavra “gozo” é substituída ou retomada pelo relativo “o qual”. Como o verbo “opor” exige a preposição “a”, temos “ao qual” como objeto indireto.

 

Por Warley Souza
Professor de Português    


Fonte: Brasil Escola - https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/pronome-relativo.htm