Mendelévio (Md)

Mendelévio é o elemento 101 da Tabela Periódica, em homenagem ao russo Dmitri Mendeleev.

O mendelévio, símbolo Md e número atômico 101, é um elemento químico pertencente ao grupo dos actinídeos. Possui 17 isótopos conhecidos, sendo o de maior meia-vida com 51 dias. Em solução e em compostos, o Md apresenta os números de oxidação +3 e +2. Por conta da baixa meia-vida, não se encontra o elemento 101 na natureza, sendo necessário que sua produção seja feita em laboratório por meio de reações de fusão nuclear.

O mendelévio foi descoberto, em 1955, pelos cientistas liderados por Albert Ghiorso e Gleen Seaborg, dos laboratórios da Universidade da Califórnia, em Berkeley, nos Estados Unidos. Sua síntese inicial ocorreu por meio do bombardeamento de partículas alfa em núcleos de einstênio.

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Resumo sobre o mendelévio

Propriedades do mendelévio

Características do mendelévio

O mendelévio, símbolo Md, é um actinídeo de número atômico 101. Existem 17 isótopos do mendelévio, cujas massas variam de 245 a 260, todos não sendo encontrados na natureza, por conta de sua pequena meia-vida (tempo necessário para quantidade da espécie cair pela metade). Assim, o mendelévio é um elemento sintético, sendo necessário que seja produzido em laboratório.

Apesar disso, o isótopo 258Md apresenta uma meia-vida considerável para elementos dessa zona da Tabela Periódica, com 51,5 dias. Mesmo assim, é o isótopo 256Md, de 1,27 hora de meia-vida, o mais utilizado para estudos acerca desse elemento.

Embora nunca se tenha produzido Md metálico, já se previu que ele apresentaria estado metálico divalente, tal qual o európio (Eu) e o itérbio (Yb).

Em solução, comprovou-se que o mendelévio apresenta favoravelmente a carga +3, com um comportamento químico similar aos demais actinídeos e lantanídeos. Porém o Md3+ pode ser facilmente reduzido a Md2+, outro estado de oxidação comum.

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Obtenção do mendelévio

A preparação do mendelévio em laboratório, mais especificamente o 256Md (isótopo desse elemento mais comumente preparado), ocorre por bombardeamento de isótopos de einstênio (254Es ou 253Es) por íons de hélio (He) ou por bombardeamento de partículas alfa (α).

\({_2^4}\alpha+{_99^{254}}Es\rightarrow{_101^{256}}Md+2{_0^1}n\)

Mais de um milhão de isótopos de 256Md podem ser obtidos a cada hora por esse método. O mendelévio é obtido em uma folha metálica (como berílio, alumínio, platina e ouro) e pode ser separado dos demais subprodutos do processo pela dissolução da folha metálica, seguido da coprecipitação com fluoreto de lantânio. Depois, o Md pode ser separado em resinas de troca iônica.

História do mendelévio

O mendelévio é mais um dos diversos elementos descobertos pelos laboratórios da Universidade da Califórnia, na cidade de Berkeley, cujo grupo científico era liderado por Albert Ghiorso e Glenn Seaborg.

Monumento ao criador da Tabela Periódica, Dmitri Mendeleev, em São Petersburgo, Rússia. [1]
Monumento ao criador da Tabela Periódica, Dmitri Mendeleev, em São Petersburgo, Rússia. [1]

Em 1955, o grupo de Ghiorso e Seaborg bombardeou partículas alfa em um núcleo de 253Es, alvo atômico que demorou mais de um ano para ser sintetizado em quantidades apreciáveis para o experimento. Os cientistas de Berkeley desenvolveram uma técnica em que o elemento sintetizado no processo não ficava sob o alvo, mas sim era levado a um outro material recolhedor, permitindo assim a reutilização do alvo de Es.

Em algumas horas, poucos átomos de 256101 foram produzidos (17 exatamente), os quais começaram a decair brevemente, pois o tempo de meia-vida é de cerca de 78 minutos. O elemento 101 foi chamado de mendelévio em homenagem ao criador da Tabela Periódica, o russo Dmitri Mendeleev.

 

Por Stéfano Araújo Novais
Professor de Química


Fonte: Brasil Escola - https://brasilescola.uol.com.br/quimica/mendelevio-md.htm