A saliva é um líquido transparente e viscoso produzido pelas glândulas salivares, composto por água, eletrólitos e enzimas que atuam na digestão de carboidratos. Ela protege e lubrifica a boca. A saliva é essencial na digestão mecânica e química dos alimentos, atuando na quebra de carboidratos, umedecendo e lubrificando o bolo alimentar.
É produzida pelas glândulas salivares (parótidas, submandibulares e sublinguais). O corpo humano possui um par de cada tipo de glândula salivar. A produção adequada de saliva é fundamental para o bom funcionamento de atividades como falar, mastigar e engolir. A saliva também protege as estruturas bucais e mantém o controle de bactérias, sendo essencial na saúde da boca.
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A saliva é um líquido produzido pelas glândulas salivares presentes na boca, que contém substâncias relacionadas à digestão, proteção dos dentes e tecidos da cavidade bucal e lubrificação. Quando saudável, a saliva é líquida, transparente e viscosa. É composta por água, enzimas e eletrólitos e, muitas vezes, contém células bucais que se desprendem naturalmente.
A função da saliva está associada à digestão, umedecimento e lubrificação de alimentos. Ao mastigarmos, a saliva umedece os alimentos facilitando a deglutição (engolir) e iniciando o processo de digestão com enzimas que quebram carboidratos. Além disso, a saliva tem função de limpeza e proteção, mantendo o pH da boca e a lubrificando durante a fala e outras atividades. A composição salivar auxilia na proteção contra bactérias e cáries e mantém o ambiente da cavidade bucal saudável, evitando a proliferação de bactérias que podem ser prejudiciais à saúde.
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Existem dois tipos de saliva que são produzidas na cavidade bucal. Elas se misturam, portanto, a saliva que podemos ver ou coletar é um conjunto desses dois tipos de saliva. A saliva serosa é menos espessa, aquosa e contém grande quantidade de enzimas que dão início ao processo de digestão. A saliva mucosa é mais viscosa, pois contém uma proteína chamada mucina que atua na lubrificação e umedecimento do bolo alimentar durante a mastigação e a deglutição. A proporção entre a produção desses dois tipos de saliva varia conforme as necessidades e atividades do corpo.
A saliva é composta por uma mistura de água, eletrólitos, enzimas, proteínas e células. Mais de 95% do volume da saliva é composto por água. Os eletrólitos são íons como sódio, potássio e cálcio e a principal atuação deles está na manutenção do pH da boca, garantindo um ambiente adequado para os tecidos da cavidade bucal e para a ação das enzimas.
As principais enzimas encontradas na saliva são a amilase salivar (também chamada de ptialina) e a lisozima. A saliva presente na boca se mistura a células do epitélio bucal que se desprendem naturalmente, de forma que elas se agregam à mistura. É normal encontrar bactérias na saliva saudável, no entanto, a proliferação descontrolada de bactérias na boca pode causar consequências negativas à saúde da boca e dos dentes.
Existem três tipos de glândulas salivares:
O corpo humano possui um par de cada uma dessas glândulas salivares, distribuídas simetricamente nos lados esquerdo e direito da face.
As glândulas parótidas são as maiores e estão localizadas à frente das orelhas. Elas são responsáveis, principalmente, pela produção de saliva serosa. As glândulas submandibulares estão localizadas abaixo da mandíbula e produzem tanto a saliva serosa quanto a mucosa. As glândulas sublinguais estão localizadas abaixo da língua e produzem, principalmente, a saliva mucosa.
A digestão se inicia na boca com os processos de digestão mecânica e química, que contam com a atuação da saliva em ambos. A digestão mecânica inclui processos físicos, como a trituração dos alimentos pelos dentes durante a mastigação. Esse processo é auxiliado pela saliva, que umedece e lubrifica os alimentos, formando uma massa homogênea e pastosa que se chama bolo alimentar.
Uma substância presente na saliva, chamada mucina, atua na aglutinação dos alimentos triturados, ajudando a formar o bolo alimentar. A trituração é essencial par aumentar a superfície de contato dos alimentos com a saliva. Quanto mais fragmentados os alimentos, maior é o contato entre eles e a saliva e suas enzimas. Por sua vez, as enzimas da saliva atuam em transformações químicas, as quais chamamos de digestão química.
Essas transformações não apenas mudam a forma dos alimentos (como os processos mecânicos que os fragmentam), mas transformam quimicamente suas moléculas. A atuação das enzimas salivares, como a amilase salivar, faz parte da digestão química. Essa enzima é responsável pela quebra moléculas de carboidratos maiores em açúcares menores, como a maltose.
A digestão que ocorre na boca (tanto química quanto mecânica) é parte essencial do processo digestivo como um todo. Ao engolirmos, o bolo alimentar segue até o estômago, onde o processo de digestão continua. Os processos de digestão que acontecem na boca preparam o bolo alimentar para ser digerido pelo estômago, e esse, por sua vez, também realiza a digestão mecânica e química e prepara o bolo alimentar para os processos digestivos do intestino. Esses processos mecânicos e químicos coordenados são essenciais para a obtenção de água e de nutrientes pelo corpo humano.
Estamos constantemente produzindo e engolindo saliva, que segue o mesmo o trajeto que os alimentos, percorrendo nosso sistema digestório. Ao engolirmos, ela passa pela faringe e esôfago e se junta às substâncias presentes no estômago. As enzimas salivares são desativadas no estômago, que contém pH ácido, diferente do pH da boca (ideal para o funcionamento das enzimas salivares). A saliva é digerida, assim como alimentos e as substâncias que ingerimos, de forma que o corpo reaproveita seus compostos, absorvendo água e outros componentes.
As principais enzimas presentes na saliva são a amilase salivar (ptialina) e a lisozima. A ptialina é responsável por quebrar os carboidratos (como o amido) em moléculas menores (açúcares como maltose). Já a lisozima atua na proteção contra bactérias, com ação destrutiva da parede celular desses microrganismos.
A importância da saliva está na manutenção da saúde bucal e no funcionamento do sistema digestório. Sem a produção adequada de saliva, atividades como falar, mastigar e engolir são comprometidas. Além disso, a diminuição da saliva pode levar ao aumento do desenvolvimento de cáries e de infecções na boca.
Quando sentimos o cheiro ou vemos comida, pode ocorrer o aumento da produção de saliva e a sensação de “água na boca”. A produção de saliva é controlada pelo sistema nervoso, de forma que sua secreção é uma resposta involuntária do organismo, ou seja, não podemos controlar. Essa produção aumenta quando colocamos alimentos na boca, como uma resposta do corpo para o contato com a comida e a preparação para os processos digestivos.
Algumas respostas do sistema nervoso podem ser associadas com diferentes estímulos por aprendizado. Isso acontece quando uma resposta neutra (sem associações) passa a ser associada a um estímulo por vezes repetidas, de forma que nosso corpo aprende que ambos estão relacionados. Esse processo de aprendizado se chama condicionamento.
Embora a resposta natural (ou neutra) de nosso organismo seja produzir saliva apenas quando colocamos alimentos na boca, é comum que ao sentir o cheiro da comida ou vê-la, ocorra o aumento da produção de saliva e a sensação de “água na boca”. Essa resposta é um exemplo de comportamento condicionado, pois ao longo de nossa vida sempre sentimos o cheiro da comida antes de colocá-la na boca, e nosso corpo aprendeu isso, ou seja, foi condicionado de forma que o cheiro de comida foi associado à alimentação.
Esse comportamento condicionado foi estudado pelo pesquisador russo Ivan Pavlov (1849-1936), num experimento com cães. Seu experimento consistia em uma luz que se acendia sempre antes de os cães serem servidos com ração. Pavlov notou que, após um número de vezes repetindo esse padrão, os cães salivavam ao verem à luz acessa, pois a tinham associado com a comida. Outros estudos à época e posteriormente demonstraram que essa resposta de “água na boca” é condicionada nos animais, inclusive nos seres humanos.
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Fontes
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Fonte: Brasil Escola - https://brasilescola.uol.com.br/biologia/saliva.htm