Albert Camus é um famoso escritor franco-argelino. Ele nasceu em uma família pobre, no dia 7 de novembro de 1913, na Argélia. Mais tarde, fez faculdade de Filosofia na Universidade da Argélia, filiou-se e renegou o Partido Comunista Francês, além de atuar como jornalista na França.
O escritor e filósofo, que morreu em 4 de janeiro de 1960, na França, foi vencedor do Prêmio Nobel de Literatura em 1957. Suas obras refletem sobre a condição humana em uma realidade absurda e defendem a revolta diante de tal existência sem sentido. Camus é autor, entre outras obras, do romance A peste e do ensaio O mito de Sísifo.
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Albert Camus foi um escritor, filósofo, jornalista e ativista político franco-argelino.
Ele nasceu em 1913 e faleceu em 1960.
Suas obras são marcadas pela reflexão acerca da condição humana.
Albert Camus ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 1957.
Ele é autor de obras como o romance A peste e o ensaio O mito de Sísifo.
Albert Camus nasceu em 7 de novembro de 1913, em Dréan (antiga Mondovi), na Argélia. Era filho do lavrador francês Lucien Auguste Camus (1885-1914) e de Catherine Sintès, de origem espanhola (1882-1960).
Tinha quase um ano de idade quando ficou órfão de pai, morto na Primeira Guerra Mundial. Teve uma infância pobre, pobreza que marcou sua existência. Sua mãe trabalhava como lavadeira e doméstica, era analfabeta e tinha dificuldades para ouvir e falar.
Ficaram responsáveis pela sua criação e a de seu irmão mais velho: a mãe, a avó e um tio (toneleiro de profissão). Além disso, uma das figuras mais importantes na infância do escritor foi seu professor Louis Germain (1884-1966), o qual percebeu o potencial do menino e o estimulou a continuar os estudos.
Com 17 anos, Albert Camus foi acometido pela tuberculose. Essa doença marcou sua juventude e mudou a forma como o escritor passou a ver a vida, já que teve contato com a morte. Em seguida, Camus fez faculdade de Filosofia ao conseguir, em 1931, uma bolsa na Universidade da Argélia. Três anos depois, ele se filiou ao Partido Comunista Francês.
Em 1935, o autor concluiu seu curso universitário. Já em 1936, recebeu o diploma de estudos superiores após defender a dissertação Metafísica cristã e o neoplatonismo. Passou a trabalhar como jornalista no periódico socialista Alger Républicain, em 1937. Além disso, também publicou seus primeiros ensaios literários.
Em 1940, estava vivendo na França, onde escrevia para o periódico Paris-Soir. Escreveu também, com pseudônimo, para o jornal clandestino Combat, que fazia propaganda contra a ocupação alemã. Em 1951, fora do Partido Comunista, tornou-se um crítico ferrenho do comunismo ao perceber o totalitarismo de Stalin.
Em 1934, o escritor se casou com Simone Hie (1914-1995). O casamento terminou em 1940, quando Camus se casou com a pianista Francine Faure (1914-1979), com quem viveu até a sua morte. Camus teve dois filhos com Francine, os gêmeos Catherine Camus e Jean Camus.
O escritor Prêmio Nobel de Literatura faleceu em 4 de janeiro de 1960, em Villeblevin, na França, após sofrer um acidente de automóvel.
Albert Camus não tinha religião, pois era ateu.
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Albert Camus defendia que a realidade não tem sentido. De forma que ela é absurda e deve ser apenas aceita, sem que busquemos explicar o que não tem explicação. Assim, segundo o doutor em Filosofia André Henrique Mendes Viana de Oliveira:
[...] o sentimento do absurdo destrói toda vinculação que o homem poderia ter com o eterno, isto é, com uma realidade que o transcendesse em sua limitação temporal. [...], o sentimento do absurdo é a própria descrença de que haja um sentido profundo das coisas. O homem absurdo, na medida em que não vê explicação para a existência de si, nem das coisas, fica preso à facticidade temporal e ausente de um “por que” do mundo. Para ele não há nem um “por que” e nem um “para quê”, ou seja; princípio e “telos” são noções vazias, e isto faz do homem um ser de um cotidiano sem transcendência. O homem, nessa condição descrita por Camus, é um homem só, abandonado à existência e obrigado a viver com o absurdo que sempre o acompanha.
Em contrapartida, Camus defende que é preciso haver revolta dentro do absurdo, como nos explica o mesmo doutor em Filosofia:
O homem revoltado, portanto, irá se posicionar de maneira ativa dentro da condição absurda, pois a sua não renúncia demonstra que ele está vivo no deserto e não o abandonará, pelo contrário, fincará seus pés naquela terra com toda dor e alegria que esse ato possa conter. Entretanto, esse homem não aceitará tudo de qualquer maneira, já que ele recusa. Em seu sentido etimológico, o revoltado, afirma Camus, é alguém que se rebela, alguém que “caminhava sob o chicote do senhor, agora o enfrenta”. O homem revoltado é, pois, alguém que se posiciona ativamente diante da existência absurda.
Dessa forma, Albert Camus aceita que não há explicação para a existência e defende que, ainda assim, devemos agir, ou seja, nos revoltar diante da realidade absurda em que vivemos.
Reflexão sobre a condição humana
Valorização das sensações
Caráter realista e materialista
Temática do absurdo e da revolta
Exaltação da natureza
Tragicidade
Negatividade
Niilismo
Ironia
Cadernos (1935-1959) — anotações
O avesso e o direito (1937) — ensaios
Núpcias (1939) — ensaios
Calígula (1941) — peça teatral
O estrangeiro (1942) — romance
O mito de Sísifo (1942) — ensaio
O mal-entendido (1944) — peça teatral
Crônicas (1944-1953) — crônicas
Cartas a um amigo alemão (1945) — cartas
Reflexões sobre a guilhotina (1947) — ensaio
A peste (1947) — romance
Estado de sítio (1948) — peça teatral
Os justos (1949) — peça teatral
O homem revoltado (1951) — ensaio
O artista na prisão (1952) — ensaio
O verão (1954) — ensaio
A queda (1956) — romance
O exílio e o reino (1957) — contos
A morte feliz (1971) — romance
O primeiro homem (1994) — romance
Em O mito de Sísifo, Camus teoriza sobre a estética absurda. O absurdo nasce da oposição entre a busca de sentido e a falta de respostas para as questões existenciais. A obra literária absurda apresenta algo que não pode ser explicado pela razão. É, portanto, contrária a uma mensagem, uma moral da história ou um ensinamento.
Desse modo, a literatura absurda não apresenta soluções, mas apenas evidencia o absurdo da condição humana. Por trás da exposição do absurdo, há um escritor lúcido diante da realidade como ela é, ou seja, sem sentido ou explicação. E cabe a ele apenas colocar luz sobre tal realidade, em vez de tentar explicar o inexplicável.
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Albert Camus ganhou o Prêmio Nobel de Literatura, em 1957. Após sua morte, em 1961, foi erigida, em sua homenagem, uma coluna em Tipasa, na Argélia, com a citação de uma de suas obras: “Entendo aqui o que se chama glória: o direito de amar desmedidamente”. Além disso, o Correio da França lançou um selo em sua homenagem em 1967.
A seguir, vamos ler algumas frases de Albert Camus que foram retiradas de suas obras Cadernos, O mito de Sísifo, O homem rebelde e A peste:
“As dúvidas são as coisas mais íntimas que temos.”
“Criar é viver duas vezes.”
“Todo homem é um criminoso inconsciente.”
“A estupidez sempre insiste.”
“Um homem é sempre vítima de suas verdades.”
“Criar é também dar forma ao próprio destino.”
Créditos das imagens
[1] Editora Record (reprodução)
[2] Wikimedia Commons (reprodução)
Fontes
CORREA JUNIOR, Hugo Danivaldo do Nascimento; HIDALGO, Arthur Freitas. O fenômeno da solidão humana à luz da filosofia do absurdo de Albert Camus. Monumenta, Paraíso do Norte, v. 5, n. 1, p. 47-55, dez. 2022.
LE FIGARO. Albert Camus a dit... Disponível em: http://evene.lefigaro.fr/citations/albert-camus.
LINS, Rafael de Castro. Albert Camus: do silêncio de Deus à santidade sem Deus. 2017. Dissertação (Mestrado em Ciência da Religião) – Instituto de Ciências Humanas, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2017.
OLIVEIRA, André Henrique Mendes Viana de. Niilismo e absurdo: ecos da “morte de Deus”. Cadernos do PET Filosofia, Teresina, v. 2, n. 4, p. 35-42, jul./ dez. 2011.
SILVA, Caio Raphael Passamani Simões. Niilismo e absurdo em O estrangeiro, de Albert Camus. 2022. Dissertação (Mestrado em Letras) – Centro de Ciências Humanas e Naturais, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, 2022.
Fonte: Brasil Escola - https://brasilescola.uol.com.br/biografia/albert-camus.htm