Banco de sementes é um reservatório em que são armazenadas sementes de diversas espécies vegetais em condições ideais para a manutenção de uma baixa atividade metabólica, garantindo a sua sobrevivência por longos períodos de tempo. Os bancos de sementes têm como principal objetivo a preservação da diversidade genética dos vegetais e a conservação de espécies raras ou ameaçadas de extinção.
O Svalbard Global Seed Vault, banco de sementes localizado na Noruega, é um dos principais do mundo, e foi apelidado de “cofre do fim do mundo”. Ele já armazena 1,3 milhão de sementes de todo o planeta, principalmente de variações de alimentos e matérias-primas, e sua estrutura é resistente a grandes catástrofes ambientais e humanas.
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Banco de sementes é um reservatório formado por um conjunto de sementes de variadas espécies de plantas e vegetais. Seu objetivo é a preservação da diversidade genética.
Esse tipo de armazenagem acontece em todo o mundo, e não apenas com sementes.
O banco de sementes mais importante do mundo é o Svalbard Global Seed Vault, que fica na Noruega e foi aberto em 2008. Ele abriga 1,3 milhão de sementes de todo o planeta.
Fica no Distrito Federal o maior banco de sementes do Brasil, administrado pela Embrapa. Nele são armazenadas mais de 140 mil sementes.
No interior desses bancos as sementes ficam armazenadas em compartimentos protegidos por várias camadas e que são alocados em temperaturas negativas.
A temperatura no banco de Svalbard é de -18º C. Essa medida é fundamental para manter a atividade metabólica a mínima possível, conservando as sementes para uso futuro.
O banco de sementes norueguês foi apelidado de “cofre do fim do mundo” por ser protegido contra todo tipo de desastre ambiental de larga escala ou causado pela ação antrópica, como guerras nucleares.
Os bancos de sementes são importantes para a preservação de espécies de plantas ameaçadas de extinção ou raras.
Eles são importantes, também, pois conservam os vegetais essenciais para a sobrevivência dos seres humanos e de outras espécies animais no caso de alguma catástrofe de grande magnitude.
Banco de sementes é um reservatório formado por um conjunto de sementes de diferentes espécies de plantas e de vegetais que tem como principal objetivo a preservação da diversidade genética. Os bancos de sementes podem ser criados por:
A previsão de uma futura catástrofe climática, tendo como evidência os atuais eventos extremos (secas sem precedentes, ondas de calor, inundações de grande escala), é um exemplo do tipo de problema que pode afetar a produção de alimentos, demandando, por isso, a preservação de sementes.
A seleção de espécies vegetais e o armazenamento de material genético em espaços próprios como os bancos de sementes tem sido objeto de estudo desde muito tempo. Em meados do século XIX, Charles Darwin (1809-1882), naturalista inglês que se consagrou como um dos cientistas mais importantes do mundo, observou o desenvolvimento de mais de 500 espécies de plantas em apenas três colheres com lama coletada das margens de um lago. O mesmo cientista também constatou a importância dos bancos de semente do solo, o que levou ao estudo aprofundado e ao aperfeiçoamento desse tipo de reservatório.
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Os bancos de sementes existem em todo o mundo. Aliás, o armazenamento genético não é exclusivo de plantas e vegetais. Os bancos de germoplasma, como são chamados, são responsáveis por resguardar o material genético de diferentes espécies de seres vivos como animais, microorganismos e, também, de plantas. Por causa da emergência climática global, os bancos de semente e de germoplasma têm se multiplicado em todo o planeta, embora existam alguns que se destacam pela sua magnitude.
Fica no arquipélago de Svalbard, na Noruega, o principal banco de sementes do mundo. O Svalbard Global Seed Vault, ou Silo Global de Sementes de Svalbard, foi aberto no dia 28 de fevereiro de 2008, e armazena sementes de plantas e vegetais de todas as partes do mundo. A construção do chamado “cofre do fim do mundo”, como ficou conhecido o banco norueguês, foi uma iniciativa em conjunto com a FAO. Atualmente possui um acervo de 1.331.458 sementes pertencentes a 6.297 espécies diferentes, as quais se distribuem por 123 depósitos.
Destaca-se, também, o Millennium Seed Bank, ou Banco de Sementes do Milênio. Esse banco de sementes fica localizado no condado de West Sussex, na Inglaterra. Em atividade desde 2000, esse enorme reservatório genético é administrado pelos Jardins Botânicos Reais (Kew), considerado patrimônio da humanidade, trabalha em conjunto com 97 países para a coleta e envio de sementes.
O principal banco de sementes do Brasil pertence à Empresa Brasileira de Tecnologia Agropecuária (Embrapa) e fica localizado no Distrito Federal. Esse banco é considerado o maior da América Latina e também um dos maiores do mundo, contando com 142 mil sementes de milhares de espécies de plantas, principalmente alimentos.
Um banco de sementes é um extenso depósito composto por amostras que são mantidas com uma taxa metabólica muito baixa, o que impede o seu desenvolvimento precoce ou o seu apodrecimento. Elas são mantidas dentro de compartimentos (caixas e envelopes) formados por várias camadas de proteção, e que possuem resistência a perturbações externas, como terremotos, inundações e incêndios. Dentro do banco de sementes a temperatura é mantida abaixo de 0º C, comumente entre -15º C e -20º C, de maneira que a atividade metabólica desses organismos permaneça a mínima possível.
As regras para a retirada de um banco de sementes dependem de cada instituição. No banco de sementes de Svalbard, por exemplo, o indivíduo, governo ou organização que realizou o depósito continua sendo o seu proprietário legal, e somente ele pode solicitar a retirada do material. Existem casos em que a autoridade ambiental nacional ou regional deve assentir a retirada. Há, ainda, bancos de sementes comunitários em que os interessados podem retirar uma quantidade pré-determinada, seguindo as normas da instituição.
O banco de sementes de Svalbard, na Noruega, recebeu a alcunha de “cofre do fim do mundo”, ou “cofre do apocalipse”. Ele tem sido chamado dessa forma por duas razões:
A importância dos bancos de sementes reside no fato de eles garantirem a sobrevivência de espécies vegetais que são fundamentais para a subsistência dos seres humanos e para a manutenção do equilíbrio ecológico do planeta Terra. Os bancos de semente protegem milhões de espécies de plantas, incluindo aquelas que servem de alimento diário da população, da destruição, ajudando a preservar aquelas que se encontram em risco de extinção ou que são classificadas como raras a manter a biodiversidade vegetal e, sobretudo, a garantir o alimento no futuro mesmo em condições externas adversas.
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A Embrapa já mandou cerca de 5 mil sementes de plantas brasileiras para o banco de sementes de Svalbard|1|.
As variedades de arroz, de trigo e de cevada são as mais numerosas no banco de sementes de Svalbard. Os números atualizados mostram que lá existem:
150.000 amostras de arroz branco e trigo;
80.000 amostras de cevada.
Sorgo, feijão-comum, milho, feijão-de-corda, soja, capim-kikuio e grão-de-bico são outros vegetais que possuem mais de 20.000 amostras no banco de sementes de Svalbard.
Um dos primeiros bancos de sementes do mundo foi construído em São Petesburgo, à época chamada Leningrado, pelo botânico e geneticista soviético Nikolái Vavílov, na primeita metade do século XX.
Nota
|1| RESENDE, S. 'Cofre do apocalipse': conheça o imponente e impenetrável Banco Mundial de Sementes, que tem mais de 1 milhão de amostras e fica a -18ºC. G1, 17 fev. 2024. Disponível em: https://g1.globo.com/meio-ambiente/noticia/2024/02/17/cofre-do-apocalipse-conheca-o-imponente-e-impenetravel-banco-mundial-de-sementes-que-tem-mais-de-1-milhao-de-amostras-e-fica-a-18oc.ghtml
Créditos das imagens
[1] Kaca Skokanova/ Shutterstock
[2] Wikimedia Commons (reprodução)
Fontes
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RESENDE, Sarah. 'Cofre do apocalipse': conheça o imponente e impenetrável Banco Mundial de Sementes, que tem mais de 1 milhão de amostras e fica a -18ºC. G1, 17 fev. 2024. Disponível em: https://g1.globo.com/meio-ambiente/noticia/2024/02/17/cofre-do-apocalipse-conheca-o-imponente-e-impenetravel-banco-mundial-de-sementes-que-tem-mais-de-1-milhao-de-amostras-e-fica-a-18oc.ghtml.
RODRIGUES, Paula. Arca de Noé – Bancos de sementes guardam o futuro das histórias e da alimentação de famílias agricultoras no semiárido. ECOA, [s.d.]. Disponível em: https://www.uol.com.br/ecoa/reportagens-especiais/alimentacao-banco-de-sementes/.
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SOUZA, Silvana Cristina Pereira Muniz de; RODRIGUES, Ricardo Ribeiro; JOLY, Carlos Alfredo. O banco de sementes e suas implicações na diversidade da Floresta Ombrófila Densa Submontana no Parque Estadual Carlos Botelho. São Paulo, SP, Brasil. Hoehnea, v. 44, n. 3, p. 378-393, 2017Tradução. Disponível em: https://www.scielo.br/j/hoehnea/a/8bjYY9Ys8v6prqNtVcKBvNt/.
Svalbard Global Seed Vault. Disponível em: https://www.seedvault.no/.
VENTURA, Dalia. Nikolái Vavílov: o botânico soviético que queria alimentar o mundo e morreu de fome em Gulag de Stalin. BBC, 25 fev. 2019. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-47352590.
Fonte: Brasil Escola - https://brasilescola.uol.com.br/geografia/banco-de-sementes.htm