A derivação imprópria é um processo de formação de palavras. Entre esses processos, temos a derivação, de forma geral, que ocorre quando o radical de uma palavra é mantido enquanto o restante de sua forma é alterado, gerando uma nova palavra. Já a derivação imprópria, especificamente, é um dos possíveis processos de formação de novos vocábulos, sendo eles novos substantivos, adjetivos, entre outras classes diferentes da palavra original.
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A derivação imprópria é um dos possíveis processos de derivação de palavras, ou seja, quando uma palavra gera outra a partir de seu radical. Na derivação imprópria, a palavra derivada mantém a forma da palavra da qual se originou; porém, o significado é diferente, assim como a classe gramatical, indicando se tratar de um vocábulo novo. Em outras palavras, não há alteração na estrutura da palavra, não ocorre acréscimo de afixos e nem subtração de nenhuma parte da palavra.
Há diversos exemplos de derivação imprópria na língua portuguesa. É comum que gerem substantivos derivados, mas isso não é regra, como veremos a seguir.
Alguns substantivos são derivados a partir de palavras que funcionavam originalmente como adjetivos. Exemplos: capital, natural, circular.
A palavra “veneziana” é originalmente um adjetivo (referindo-se a quem ou o que tem origem em Veneza, na Itália), mas também gerou o substantivo que tem a mesma forma com um significado específico:
Qualquer verbo pode facilmente originar um substantivo em certos contextos, quando se acrescenta um artigo antes da palavra. Exemplos: jantar, prazer, afazer.
Também é muito comum que adjetivos derivem de palavras que funcionavam originalmente como substantivo. Exemplos: modelo, burro, gato.
A palavra “gato” é um exemplo de vocábulo com múltiplos significados, já que o sentido original (substantivo primitivo indicando o animal) gerou outro substantivo (substantivo derivado, que significa uma instalação clandestina) e, ainda, um adjetivo derivado, indicando que alguém é muito belo.
Alguns adjetivos são formados a partir de certas formas verbais.
É o caso da conjunção “quer... quer...”.
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Questão 1 - (UFMG) Em que alternativa a palavra destacada resulta de derivação imprópria?
A) Às sete horas da manhã começou o trabalho principal: a votação.
B) Pereirinha estava mesmo com a razão. Sigilo... Voto secreto ... Bobagens, bobagens!
C) Sem radical reforma da lei eleitoral, as eleições continuariam sendo uma farsa!
D) Não chegaram a trocar um isto de prosa, e se entenderam.
E) Dr. Osmírio andaria desorientado, senão bufando de raiva.
Resolução
Alternativa D. A palavra “isto” é originalmente um pronome, mas foi empregada como substantivo, partindo de uma derivação imprópria.
Questão 2 - Leia os enunciados a seguir, observe as palavras destacadas e faça a classificação correta, indicando quando se tratar de derivação imprópria.
A) Ela não apreciou aquele jantar.
B) Saímos para jantar anteontem.
C) O cavalo era preto e tranquilo.
D) O preto do seu olhar hipnotizava a todos.
E) Aquele burro era muito teimoso.
F) Seu amigo não é burro, pare de chamá-lo assim.
Resolução
A) Substantivo – derivação imprópria.
B) Verbo.
C) Adjetivo.
D) Substantivo – derivação imprópria.
E) Substantivo.
F) Adjetivo – derivação imprópria.
Por Guilherme Viana
Professor de Gramática
Fonte: Brasil Escola - https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/derivacao-impropria.htm