Figuras de som são figuras de linguagem associadas à sonoridade de vocábulos ou expressões. Desse modo, em um texto que apresente uma repetição intencional de consoantes, podemos identificar a aliteração, mas se for uma repetição de vogais, temos a assonância. Já a palavra que imita um som, como “tique-taque”, é uma onomatopeia. Além disso, termos parecidos, mas com distintos significados, revelam uma paronomásia.
Leia também: Polissíndeto – figura de linguagem que consiste na repetição de conjunções
Figuras de som são figuras de linguagem relacionadas à sonoridade de palavras ou expressões.
Aliteração é a repetição de consoantes ou sílabas.
Assonância é a repetição de vogais.
Onomatopeia é a imitação de sons produzidos por animais, natureza, objetos ou pessoas.
Paronomásia é o uso de palavras semelhantes, mas com significados distintos.
As figuras de som ou harmonia são figuras de linguagem construídas com base na sonoridade de palavras ou expressões. Um dos exemplos mais conhecidos está no poema Violões que choram..., do escritor simbolista Cruz e Sousa (1861-1898):
Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpias dos violões, vozes veladas,
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.
No trecho acima, é evidente a sonoridade provocada, principalmente, pela repetição da letra “v”.
Veja também: Pleonasmo – figura de linguagem que consiste na repetição de ideias
Existem as seguintes figuras de som:
É a repetição de consoantes ou sílabas:
A moto movia-se mais ou menos morro acima.
O javali jazia junto à jabuticabeira.
É bom ressaltar que tal figura é comum em textos literários. Seu uso em textos funcionais é considerado um vício de linguagem.
É a repetição de vogais:
Então a gente pede ao moleque o chiclete.
Nunca vi jabuti nem ali nem aqui.
É um termo que imita o som de animais, barulhos da natureza em geral, ou, ainda, o som produzido por objetos ou por pessoas:
Estava com medo, pois troava lá fora, e a chuva só fazia aumentar.
Ouviu um toc-toc na porta e soube que era a morte.
O fiu-fiu era geral, e tal assédio a incomodava.
É o uso de palavras parecidas, mas que possuem grafia, som e significado diferentes:
O cavaleiro também era um cavalheiro.
Questão 1 - (UFPA)
Tecendo a manhã
Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe o grito que um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.
(MELO, João Cabral de. In: Poesias completas. Rio de Janeiro: José Olympio, 1979.)
Nos versos
“E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo…”
tem-se exemplo de
A) eufemismo.
B) antítese.
C) aliteração.
D) silepse.
E) sinestesia.
Resolução
Alternativa C. A aliteração ocorre com a repetição da consoante “t”.
Questão 2 - (UEL)
Fonte: HAGAR — Folha de S. Paulo, Ilustrada E 9, 17/08/2006.
Fonte: CHICO B. — Folha de S. Paulo, Ilustrada E 11, 25/08/2006.
As onomatopeias da segunda tira referem-se, respectivamente, a:
A) Escarro, pancada e soco.
B) Beijo, afago e escarro.
C) Escarro, afago e revide.
D) Bocejo, escarro e estouro.
E) Beijo, soco, grito de guerra.
Resolução
Alternativa A. As onomatopeias “ptu!”, “tomp!” e “pow” se referem, respectivamente, a: escarro, pancada e soco.
Por Warley Souza
Professor de Português
Fonte: Brasil Escola - https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/figuras-som-ou-harmonia.htm