As revoltas separatistas do Brasil Colônia foram movimentos e rebeliões que aconteceram no Brasil durante o período da colonização. Essas revoltas aconteceram no final do século XVIII e começo do século XIX e foram:
Inconfidência Mineira;
Conjuração Baiana;
Revolução Pernambucana de 1817.
Essas revoltas demonstraram que havia uma insatisfação com a administração régia espalhada pelo Brasil. Essa insatisfação foi motivada por diversos fatores, e esses movimentos se manifestaram em caráter regionalizado, demonstrando um desejo de separação entre as elites de determinadas regiões do Brasil.
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As revoltas separatistas foram revoltas que aconteceram durante o período da colonização.
Foram marcadas pelo desejo de separação de Portugal, mas com caráter regionalizado.
As revoltas separatistas desse período foram: Inconfidência Mineira, Conjuração Baiana e a Revolução Pernambucana de 1817.
Essas revoltas manifestaram a insatisfação, sobretudo, das elites locais por fatores variados.
A repressão de Portugal a esses movimentos foi bastante violenta.
As revoltas separatistas foram algumas revoltas, populares ou de elite, que aconteceram no Brasil durante o período da colonização. Essas revoltas possuíam caráter separatista porque lutavam pelo fim do vínculo colonial com Portugal e consequente independência dos locais onde aconteceram. O objetivo final desses movimentos era o de dar origem a novas nações desvinculadas de Portugal.
Os movimentos separatistas aconteceram no final do século XVIII e começo do século XIX, demonstrando que havia o desejo em parcelas significativas do Brasil de encerrar a colonização e a exploração que os portugueses realizavam no Brasil. Houve três grandes revoltas separatistas nesse período: Inconfidência Mineira, Conjuração Baiana e Revolução Pernambucana de 1817.
As revoltas coloniais aconteceram durante o período da colonização, especialmente no final do século XVIII e início do século XIX. Os historiadores entendem que essas revoltas demonstravam a insatisfação dos colonos com a administração régia. O seu separatismo demonstrou a luta por autodeterminação em algumas partes do território brasileiro.
Os historiadores, no entanto, chamam atenção para o fato de que essas revoltas separatistas eram movimentos regionalizados, isto é, que lutavam pela separação unicamente de suas capitanias. Não havia, portanto, um movimento unificado a nível nacional que lutasse pela independência do Brasil. Isso porque nem havia se estabelecido ainda uma identidade do que era ser brasileiro.
Como não havia essa nacionalidade brasileira formada na cultura dos colonos, os movimentos concentravam-se nos interesses particulares dos indivíduos que residiam nas capitanias. Os três movimentos, portanto, foram movimentos regionalizados e lutavam por uma independência limitada e que não incluía todo o país.
Essas revoltas evidenciam o choque de interesses que havia entre colonos e portugueses, e esse atrito impulsionou movimentos de conspiração, muitos movidos por ideais de igualdade e liberdade, inspirados pela chegada do Iluminismo ao Brasil. Importante notar que a disseminação dos ideais iluministas contribuiu para o despertar de que a colonização atentava contra a liberdade e os direitos dos colonos brasileiros.
Vale mencionar, por sua vez, que esses ideais iluministas defendiam a liberdade e igualdade sob uma ótica das elites e não incluía, por exemplo, os trabalhadores escravizados. Essa postura se explica, em grande parte, pelo envolvimento das elites que não consideravam interessante para os seus interesses o fim da escravidão.
Do ponto de vista econômico, havia forte insatisfação entre os colonos por conta da política fiscal da metrópole, mas também por causa da pobreza e desigualdade social que existia. A insatisfação desses locais fortaleceu a circulação de ideais que defendiam o estabelecimento da república no Brasil.
Como mencionado, o Brasil presenciou três revoltas separatistas durante o período colonial. Essas revoltas foram as seguintes:
Entre as características que podem ser mencionadas a respeito das revoltas separatistas no Brasil colonial, estão as seguintes:
Insatisfação com a administração colonial: essas revoltas demonstravam que os interesses dos colonos eram distintos dos interesses de Portugal. O choque de interesses fortalecia a insatisfação com a administração colonial portuguesa.
Insatisfação com a política fiscal: a questão dos impostos foi uma pauta importante, tanto para a Inconfidência Mineira como para a Revolução Pernambucana de 1817.
Influência dos ideais iluministas: no final do século XVIII, os ideais iluministas começaram a circular na sociedade brasileira, influenciando os colonos a lutarem por representatividade política, igualdade e liberdade.
Envolvimento das elites: esses movimentos, em geral, foram movimentos organizados pelas elites, insatisfeitas com a administração colonial. Porém houve, sim, participação popular em algumas dessas revoltas.
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Importante estabelecer que nenhuma dessas revoltas foi interligada uma à outra, sendo, portanto, movimentos únicos e que demonstraram a insatisfação local com Portugal. As motivações e objetivos de cada um desses movimentos foram, dessa forma, relacionados com o contexto local. Assim, é importante saber o contexto de cada movimento.
Inconfidência Mineira: a Inconfidência Mineira foi uma conspiração que foi descoberta pela administração colonial em 1789. Essa revolta tinha planos de transformar Minas Gerais em uma república com eleições para eleição de um governante. A Inconfidência Mineira também tinha o desejo de estabelecer manufaturas em Minas Gerais e formar uma milícia nacional. A Inconfidência Mineira foi motivada, principalmente, pela política fiscal da Coroa portuguesa em relação ao ouro extraído de Minas Gerais. A economia aurífera estava em declínio em Portugal, mas os impostos continuavam elevados e as metas, rígidas. A notícia de que uma derrama (cobrança compulsória dos impostos atrasados) gerou enorme insatisfação.
Revolução Pernambucana: a Revolução Pernambucana de 1817, por sua vez, foi motivada pelo aumento dos impostos cobrados naquela capitania por causa da chegada da Família Real portuguesa no Rio de Janeiro. Eram os impostos aumentados em Pernambuco que ajudavam a financiar os luxos da Corte portuguesa. Além disso, havia insatisfação com a pobreza da capitania e com a crise decorrente do declínio da economia açucareira. Com o movimento deflagrado, os rebelados anunciaram a formação de uma república em Pernambuco, acabaram com os impostos cobrados pela administração portuguesa, estabeleceram um governo baseado no princípio dos Três Poderes e anunciaram que haveria liberdade de imprensa e de culto em Pernambuco.
Todas as três revoltas separatistas foram rapidamente reprimidas pela administração régia. O caso da Inconfidência Mineira recebe destaque, uma vez que os portugueses agiram antes mesmo de a revolta ser iniciada. De toda forma, a grande consequência dessas revoltas é que a Metrópole reforçou o seu controle sobre as capitanias rebeldes.
Além disso, pode ser destacado que a repressão colonial foi violenta e acompanhada de punições rigorosas, como o caso de Tiradentes, que foi enforcado, esquartejado e teve o seu corpo espalhado pela estrada que ligava Vila Rica ao Rio de Janeiro. Alguns historiadores entendem que essas revoltas contribuíram para a formação de uma identidade nacional e aumentaram a insatisfação contra Portugal.
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Questão 01
Entre as revoltas separatistas do período colonial está:
a) Guerra dos Mascates
b) Revolução Praieira
c) Guerra dos Farrapos
d) Revolta de Beckman
e) Revolução Pernambucana de 1817
Resposta: Letra E
Dos movimentos mencionados, a Revolução Pernambucana de 1817 é que se trata de uma revolta separatista do período colonial. Foi motivada pela insatisfação com a administração portuguesa, manifestando-se como uma revolta que deu origem a uma república em Pernambuco.
Questão 02
A respeito das motivações que deram início às revoltas separatistas no período colonial, selecione a alternativa FALSA:
a) insatisfação com a política fiscal
b) insatisfação com a administração régia
c) pobreza e desigualidade social
d) ideais do Iluminismo
e) abolição do trabalho escravo
Resposta: Letra E
A abolição do trabalho escravo não foi uma motivação para que fosse deflagrada alguma dessas revoltas, apesar de todas serem escravocratas ou não terem plataforma definida sobre a questão da escravidão. Vale mencionar também que a escravidão só foi abolida no Brasil em 1888, portanto no Segundo Reinado, quando o Brasil já era independente.
Fontes
SCHWARCZ, Lilia Moritz; STARLING, Heloisa Murgel. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
SCHWARCZ, Lilia Moritz; STARLING, Heloisa Murgel. Dicionário da república: 51 textos críticos. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
Fonte: Brasil Escola - https://brasilescola.uol.com.br/historiab/rebelioes-separatistas.htm