Evolução

Em Biologia, evolução é um processo no qual as espécies sofrem modificações ao longo do tempo. Várias teorias tentam explicar como essas modificações ocorrem.

Evolução é o termo utilizado para se referir às mudanças que os organismos sofrem ao longo do tempo, mudanças essas que explicam a grande variedade de organismos existentes em nosso planeta. Várias teorias foram propostas com o passar dos anos para explicar como essas mudanças ocorriam. Entre essas teorias se destacam a de Lamarck, de Darwin e o Neodarwinismo.

 Lamarck, em sua teoria, se apoiou em duas ideias: uso e desuso e transmissão dos caracteres adquiridos. Darwin, por sua vez, baseou sua teoria nas ideias de ancestralidade comum, variabilidade e seleção natural.

Atualmente, a teoria evolutiva mais aceita é o Neodarwinismo, uma teoria que se apoia nas ideias de Darwin e é complementada por conhecimentos científicos atuais, como a existência de fatores evolutivos como mutação, recombinação genética e deriva genética.

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Resumo sobre evolução

O que é evolução?

Quatro crânios de diferentes espécies de seres humanos em referência à evolução humana.
As espécies existentes no planeta atualmente são resultado de milhares de anos de evolução.

Evolução é um termo utilizado para se referir às mudanças que os organismos sofrem ao longo do tempo. Quando falamos de evolução, não nos referimos a um indivíduo somente. A evolução é observada nas populações, através das diferenças que vão surgindo de uma geração para outra.

Na Antiguidade, a ideia de evolução não existia, e as pessoas se apoiavam na concepção da imutabilidade das espécies (fixismo). Segundo o fixismo, as espécies hoje encontradas no planeta já existiam no passado, não havendo mudanças ao longo do tempo. Até meados do século XIX, o fixismo foi a ideia dominante. Atualmente, no entanto, a teoria de que as espécies evoluem já é bem reconhecida.

Evidências da evolução

Algumas evidências sustentam a ideia de que as espécies sofreram mudança ao longo do tempo, tais como:

Fósseis: os fósseis são restos ou vestígios de organismos que viveram no passado e foram, de alguma forma, preservados. Ossos, carapaças, conchas, dentes, troncos e pegadas, por exemplo, podem ser encontrados preservados, nos dando pistas de como era a fauna, flora e o ambiente no passado daquela região. Para saber mais sobre esse tipo de evidência evolutiva, clique aqui.

Órgãos homólogos: os órgãos chamados de homólogos são aqueles que possuem origem embrionária semelhante, apesar de nem sempre exercerem a mesma função. Observando os membros anteriores de seres humanos, cães e baleias, por exemplo, percebe-se que todos apresentam o mesmo padrão de ossos, porém esses membros desempenham diferentes funções, as quais se relacionam com o ambiente em que cada animal vive. Essa semelhança indica que esses animais compartilharam um ancestral comum.

Órgãos vestigiais: são órgãos que perderam sua função ancestral e, muitas vezes, encontram-se reduzidos. Um exemplo são pequenas pernas que podem ser observadas em algumas espécies de serpentes. Para saber mais sobre essas estruturas, clique aqui.

Evidências celulares e moleculares: a nível molecular e celular, os seres vivos apresentam características que permitem observar a ancestralidade. O macaco bonobo, por exemplo, apresenta mapa genético 98,7% igual ao do homem, o que indica que eles compartilharam um ancestral comum.

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Teorias da evolução

Jean-Baptiste de Lamarck (1744–1829), o grande responsável pela teoria hoje conhecida como Lamarckismo, acreditou que as espécies eram imutáveis até 1800. Ao estudar moluscos, no entanto, percebeu que as espécies sofriam modificações, as quais, segundo o pesquisador, ocorriam de maneira gradual e contínua.

Lamarck explicou suas ideias na obra Filosofia Zoológica (Philosophie Zoologique, 1809), a qual se destaca como um marco na forma como entendemos a história de vida de cada espécie. Segundo Lamarck, os seres vivos progrediam rumo a uma maior complexidade por meio de dois processos:

Para saber mais sobre o Lamarckismo, clique aqui.

O Darwinismo é a teoria da evolução proposta por Charles Robert Darwin (1809–1882). Sua ideia evolutiva foi publicada em um livro intitulado A origem das espécies por meio da seleção natural, o qual até os dias atuais é considerado um dos livros mais influentes de todos os tempos.

Charles Darwin, assim como Lamarck, acreditava que os seres vivos sofriam mudanças ao longo do tempo. Entretanto, a forma como essas mudanças ocorriam é entendida de maneira distinta pelos dois pesquisadores. De acordo com Darwin, a evolução das espécies apoia-se em dois pontos principais:

Imagine, por exemplo, o clássico exemplo das girafas. De acordo com a ideia de Lamarck, as girafas conseguiram o pescoço longo devido ao ato constante de esticar seu pescoço para capturar as folhas mais altas.

De acordo com a ideia de Darwin, existiam girafas com pescoço longo e girafas com pescoço curto (variabilidade). As girafas com pescoço longo apresentavam chances aumentadas de conseguir alimento nas plantas mais altas, aumentando a sua vantagem de conseguir alimento em relação às outras.

Com maior chance de sucesso e sobrevivência, as girafas com pescoços longos apresentavam também maior chance de reprodução. Com isso, elas foram passando suas características para seus descendentes, e a presença de pescoço longo se tornou comum na população de girafas.

É importante salientar que a ideia de seleção natural proposta por Darwin também foi desenvolvida, de maneira independente, por outro naturalista: Alfred Russel Wallace (1823–1913). Darwin e Wallace apresentaram juntos os trabalhos em sessão da Sociedade Lineana de Londres. Entretanto, Darwin rapidamente finalizou seu livro e o publicou, ficando reconhecido em todo o mundo como o responsável pelo desenvolvimento da ideia de seleção natural.

O Neodarwinismo ou Teoria Sintética da Evolução é uma teoria evolucionista que se baseia no Darwinismo, porém adiciona a essa ideia alguns conhecimentos científicos atuais, como os conceitos de mutação, recombinação genética e deriva genética.

Essa teoria permite que lacunas existentes no Darwinismo sejam preenchidas a partir de conhecimentos que não existiam na época e hoje são amplamente reconhecidos. Um exemplo é o entendimento das mutações. Darwin sabia que a variabilidade genética existia entre os indivíduos, porém não sabia que a fonte primária dessa variabilidade era a alteração aleatória e repentina do material genético. Para saber mais sobre essa teoria, clique aqui.

Fontes

ALMEIDA, A.V.; FALCÃO, J.T.R. As teorias de Lamarck e Darwin nos livros didáticos de Biologia no Brasil. Ciência & Educação (Bauru), vol. 16, núm. 3, 2010, pp. 649-665. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. São Paulo, Brasil. Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/2510/251019456010.pdf

CHAVES, A. LAMARCK E DARWIN – Semelhanças e Divergências em suas Teorias da Evolução. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4430351/mod_resource/content/1/LAMARCK-E-DARWIN-1.pdf

REECE, et al. Biologia de Campbell. 10ª ed. Artmed.

RAVEN, P.H. Biologia Vegetal. 8ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.

SILVA, J.K. Uma abordagem estocástica da evolução do sexo e recombinação. Dissertação. Mestrado em Biometria e Estatística Aplicada. Universidade Federal Rural de Pernambuco. 2009. Disponível em: http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/bitstream/tede2/5013/2/Juliana%20Katia%20da%20Silva.pdf

 

Por Vanessa Sardinha dos Santos
Professora de Biologia  


Fonte: Brasil Escola - https://brasilescola.uol.com.br/biologia/evolucao.htm