Constantino I foi um imperador romano do século IV que marcou a transição do Império Romano pagão para sua era cristã. Governando em um contexto de instabilidade política, ele unificou o império ao derrotar rivais como Maxêncio e Licínio, consolidando-se como líder supremo. Durante seu governo, promoveu reformas religiosas, como o Édito de Milão e o Concílio de Niceia, favorecendo o cristianismo, mas mantendo símbolos pagãos, evidenciando pragmatismo.
Constantino morreu em 337, sendo batizado no leito de morte e consolidando simbolicamente sua relação com o cristianismo. Seu legado inclui a consolidação do cristianismo no Ocidente, reformas estruturais no império e a fundação de Constantinopla, enquanto suas ações controversas, como a execução de familiares, refletem sua complexa personalidade e seu pragmatismo político.
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Constantino I, também conhecido como Constantino Magno ou o Grande, nasceu em 272, na cidade de Naissus, atual Niš, na Sérvia, e faleceu em 337, em Nicomédia. Era filho de Constâncio Cloro, um dos governantes da Tetrarquia, e de Helena, posteriormente canonizada como Santa Helena.
Constantino teve uma educação refinada, cresceu em meio à corte de Diocleciano e participou ativamente do cenário político e militar romano desde jovem. Sua trajetória foi marcada por momentos de grande relevância, como sua vitória na Batalha da Ponte Mílvia, sua associação ao cristianismo e a fundação de Constantinopla, que se tornaria o coração do Império Bizantino.
Considerado um dos mais importantes imperadores da Antiguidade Tardia, Constantino é visto de diferentes formas pelos historiadores. Alguns o consideram um estrategista político que utilizou o cristianismo para consolidar o poder, enquanto outros o veem como um líder genuinamente movido por experiências espirituais e místicas que moldaram sua visão de governo e religião.
Constantino assumiu o poder em um momento de grandes transformações no Império Romano. A Tetrarquia, introduzida por Diocleciano, dividira o vasto império entre dois augustos e dois césares, na tentativa de garantir estabilidade administrativa e militar. No entanto, a rivalidade entre os sucessores gerou disputas que culminaram em guerras civis. Após a morte de Constâncio Cloro em 306, as tropas proclamaram Constantino como augusto, desafiando a legitimidade do césar Severo II, nomeado por Galério.
A luta pelo poder intensificou-se com a oposição de Maxêncio, que governava em Roma, e Licínio, no Oriente. A vitória de Constantino sobre Maxêncio na Batalha da Ponte Mílvia, em 312, foi um marco histórico, simbolizando sua ascensão como líder supremo do Ocidente. Após derrotar Licínio em 324, Constantino unificou o império, encerrando o período de múltiplos governantes e inaugurando uma nova era de centralização política e religiosa.
A relação de Constantino com o cristianismo é um dos aspectos mais debatidos de sua trajetória. Segundo fontes como Eusébio de Cesareia, Constantino teve uma visão divina antes da Batalha da Ponte Mílvia, em 312, na qual viu o símbolo cristão acompanhado da frase “In hoc signo vinces” (Com este sinal vencerás). Esse evento marcou sua conversão e sua decisão de adotar o cristianismo como religião de Estado.
Embora batizado apenas em seu leito de morte, Constantino desempenhou um papel crucial na institucionalização da Igreja Cristã. Ele promoveu bispos em posições de influência, garantiu recursos para a Igreja e estabeleceu um calendário litúrgico unificado. Entretanto, sua interferência em questões teológicas, como no Concílio de Niceia, também gerou críticas por subordinar a religião aos interesses políticos.
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Em 330, Constantino fundou Constantinopla, transformando a antiga cidade de Bizâncio em uma nova capital imperial. Situada entre Europa e Ásia, a cidade foi estrategicamente escolhida por sua localização geográfica e facilidade de defesa. Constantino investiu em obras de infraestrutura, como palácios, aquedutos e igrejas, consolidando-a como centro político e religioso do império.
Constantinopla simbolizava uma nova era, marcada pela transição do paganismo ao cristianismo e pela centralização do poder no Oriente. A cidade tornou-se um marco da cultura bizantina e desempenhou um papel crucial na preservação do legado romano por séculos.
Para garantir a continuidade de seu império, Constantino dividiu o território entre seus três filhos — Constantino II, Constâncio II e Constante — e dois sobrinhos. No entanto, essa divisão gerou rivalidades que culminaram em conflitos e na fragmentação do poder imperial. Apesar de suas intenções, a sucessão de Constantino foi marcada por disputas que enfraqueceram a unidade do império.
Constantino morreu em 337, enquanto planejava uma campanha contra os persas. Antes de falecer, foi batizado por Eusébio de Nicomédia, um gesto simbólico que selou sua relação com o cristianismo. Sua morte marcou o fim de uma era e abriu caminho para disputas entre seus sucessores que impactariam a estabilidade do império.
O legado de Constantino é multifacetado. Ele estabeleceu o cristianismo como religião dominante no Ocidente, lançou as bases do Império Bizantino e deixou uma marca indelével na cultura e na política romana. Sua fundação de Constantinopla e suas reformas administrativas transformaram o modelo de governança, influenciando a história do Ocidente e do Oriente por séculos.
Créditos da imagem
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Fontes
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Fonte: Brasil Escola - https://brasilescola.uol.com.br/historiag/constantino.htm