José J. Veiga, autor brasileiro, nasceu em 2 de fevereiro de 1915 e morreu em 19 de setembro de 1999. Além de escritor, foi funcionário público, tradutor, comentarista, redator e editor. Trabalhou em empresas de comunicação como a BBC de Londres e a revista Reader’s Digest. Seu primeiro livro — Os cavalinhos de Platiplanto — foi publicado em 1959.
O autor ganhou três vezes o Prêmio Jabuti: em 1981, 1983 e 1993. Também recebeu o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, em 1997, pelo conjunto de sua obra, caracterizada pela visão realista e crítica da sociedade brasileira. Associados ao realismo mágico, seus livros trazem fatos insólitos mesclados ao cotidiano, além de temática regionalista.
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José J. Veiga nasceu em Corumbá de Goiás, em 2 de fevereiro de 1915. Sua infância foi vivida no interior de Goiás e marcada pela morte da mãe, quando o autor tinha 10 anos de idade. Então, passou a ser criado por parentes. Mais tarde, em 1937, ingressou na Faculdade Nacional de Direito, no Rio de Janeiro. Em 1940, passou a trabalhar como escriturário e formou-se em 1941.
Deixou o serviço público e, de 1945 a 1950, trabalhou na BBC de Londres, como comentarista e tradutor. De volta ao Brasil, foi jornalista em O Globo e na Tribuna da Imprensa, redator e editor-chefe da revista Reader’s Digest (ou Seleções), além de tradutor e coordenador do Departamento Editorial da Fundação Getúlio Vargas. Em 1959, publicou seu primeiro livro: Os cavalinhos de Platiplanto.
Foi três vezes vencedor do Prêmio Jabuti:
Recebeu também o Prêmio Fábio Prado e uma menção honrosa no Prêmio Monteiro Lobato, ambos em 1959, em decorrência da publicação de Os cavalinhos de Platiplanto, além do Prêmio Machado de Assis, em 1997, pelo conjunto da obra. De forma que o escritor teve considerável reconhecimento antes de morrer, no Rio de Janeiro, em 19 de setembro de 1999.
A recepção crítica da obra de José J. Veiga apresentou certa hesitação na classificação estilística dos livros do autor. Parte da crítica rotulou seus textos como narrativas fantásticas, portanto, integrantes da corrente literária conhecida como “realismo mágico”. Outra parte apontou marcas do fantástico em seus livros, sem, contudo, chegar a colocar sobre eles uma classificação. De qualquer forma, o escritor pode ser inserido na terceira geração modernista (ou Pós-Modernismo). Suas obras, no entanto, apresentam características peculiares:
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A seguir, vamos ler algumas frases do escritor José J. Veiga, extraídas de palestra do autor, lida em seminário na Universidade Federal de Goiás (UFG):
“Escrever um livro é procurar traduzir em palavras aquilo que a mente sonhou.”
“Um livro deve falar por si.”
“Os livros que precisam ser explicados pelo próprio autor são livros malogrados.”
“Todo livro, como toda obra de arte, é o que resultou de um fracasso.”
“A palavra, que é a matéria do livro, não tem a leveza do sonho.”
“Somos grandes produtores de café, de açúcar, de álcool, de soja, de aço, de tuberculosos, de desnutridos — mas nos descuidamos de produzir leitores.”
“Se a leitura fosse uma doença, talvez figurássemos bem nas estatísticas mundiais.”
“Seriedade em excesso é como remédio em excesso: faz mal à saúde.”
“A sensibilidade e a inteligência do leitor completam o livro.”
“Escrever não é fácil, mas é fascinante.”
Créditos das imagens
[1] Editora Abril (reprodução)
[2] Companhia das Letras (reprodução)
Por Warley Souza
Professor de Literatura
Fonte: Brasil Escola - https://brasilescola.uol.com.br/literatura/jose-j-veiga.htm