O cessar-fogo é um acordo temporário que suspende as hostilidades em um conflito, geralmente mediado para facilitar negociações ou fornecer ajuda humanitária, como no caso específico de cessar-fogo humanitários. Ele serve para criar um ambiente propício à paz, aliviar o sofrimento humano e permitir a reavaliação das estratégias militares.
Diferente do armistício, que interrompe a guerra sem encerrá-la formalmente, e do acordo de paz, que encerra o conflito de forma definitiva, o cessar-fogo é apenas uma suspensão das hostilidades.
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O termo "cessar-fogo" refere-se a um acordo temporário entre as partes envolvidas em um conflito armado para interromper as hostilidades. Diferente de um acordo de paz, que geralmente é mais permanente e implica o fim do conflito, o cessar-fogo é uma suspensão das ações militares que pode ser de curta ou longa duração, dependendo das circunstâncias e das negociações.
Esse tipo de acordo pode ser unilateral, quando apenas uma das partes decide parar as ações militares, ou bilateral, quando ambas as partes concordam em cessar as hostilidades. A aplicação de um cessar-fogo pode ocorrer em várias situações, como em conflitos interestatais, guerras civis ou em operações militares contra insurgências.
Os cessar-fogos podem ser implementados por diversas razões, como a necessidade de criar um espaço para negociações de paz, permitir a entrada de ajuda humanitária ou simplesmente para reavaliar a situação militar no campo de batalha. Normalmente, eles são acordados através de negociações mediadas por organizações internacionais, como a ONU, ou por países que desempenham papel de mediadores.
A duração e os termos de um cessar-fogo podem variar amplamente, podendo incluir restrições sobre o movimento de tropas, o uso de armamentos e até mesmo a manutenção de corredores humanitários para a evacuação de civis.
O cessar-fogo humanitário é uma variante específica do cessar-fogo tradicional, focado na proteção de civis e na facilitação da entrega de ajuda humanitária em áreas de conflito. Esse tipo de cessar-fogo é, muitas vezes, solicitado ou imposto por organismos internacionais como as Nações Unidas, a Cruz Vermelha ou outras organizações humanitárias, com o objetivo de mitigar as consequências humanitárias das hostilidades. Em muitos casos, o cessar-fogo humanitário é implementado em situações em que as populações civis estão particularmente vulneráveis, como em cidades sitiadas, regiões sob bloqueio ou áreas devastadas por bombardeios intensos.
Um cessar-fogo humanitário pode permitir a retirada segura de civis de zonas de combate, a entrega de alimentos, água, medicamentos e outros suprimentos essenciais, além de possibilitar o tratamento de feridos e doentes. Em alguns casos, também serve para garantir o acesso de organizações humanitárias para avaliar as necessidades da população e implementar medidas de assistência de longo prazo.
Contudo, cessar-fogos humanitários enfrentam desafios significativos. Muitas vezes, eles são interrompidos por violações das partes envolvidas, que podem aproveitar o período de pausa para se rearmarem ou reposicionarem suas forças. Além disso, a falta de confiança mútua entre as partes pode dificultar a adesão ao cessar-fogo, levando a uma retomada das hostilidades antes do previsto.
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O cessar-fogo serve a múltiplos propósitos, dependendo do contexto e dos objetivos das partes envolvidas. Um dos principais propósitos é a criação de um ambiente favorável para as negociações de paz. Em muitos conflitos, um cessar-fogo é o primeiro passo rumo a um acordo mais abrangente que possa pôr fim à guerra de maneira definitiva. Ele permite que as partes envolvidas avaliem suas posições e explorem soluções diplomáticas sem a pressão imediata do campo de batalha.
Além disso, o cessar-fogo pode servir para reduzir o sofrimento humano, especialmente em conflitos que afetam gravemente as populações civis. Ao interromper as hostilidades, mesmo que temporariamente, abre-se uma janela para que a ajuda humanitária chegue às áreas necessitadas e para que os civis possam evacuar as zonas de conflito. Em muitos casos, a implementação de um cessar-fogo tem o objetivo de criar corredores humanitários seguros.
Outro propósito importante é a possibilidade de reavaliar a situação militar. Durante um cessar-fogo, as partes podem fortalecer suas posições, rearmar-se ou tentar ganhar apoio internacional para suas causas. Embora isso possa ser uma consequência negativa do cessar-fogo, ele também pode ser um momento para que as partes reconsiderem a viabilidade da continuação do conflito, especialmente se os custos humanos e materiais forem altos.
Cessar-fogo, acordo de paz e armistício são termos frequentemente usados em contextos de conflito, mas cada um tem seu próprio significado e aplicação.
O cessar-fogo em Gaza é um exemplo significativo de como esses acordos podem ser complexos e difíceis de manter. A Faixa de Gaza, uma pequena região no Oriente Médio, tem sido um ponto de conflito constante entre Israel e vários grupos palestinos, principalmente o Hamas. Os cessar-fogos em Gaza são frequentemente mediados pela comunidade internacional, envolvendo países como o Egito e organizações como as Nações Unidas.
Esses cessar-fogos têm sido implementados em várias ocasiões, geralmente após intensas campanhas militares que resultam em grandes perdas de vidas civis e destruição de infraestrutura. No entanto, eles são frequentemente rompidos, com cada lado acusando o outro de violar os termos do acordo. A fragilidade desses cessar-fogos é um reflexo da profunda desconfiança e animosidade entre as partes envolvidas, além das pressões políticas e militares que ambos enfrentam internamente.
Um exemplo recente de cessar-fogo em Gaza ocorreu em maio de 2021, após 11 dias de intensos combates entre Israel e o Hamas. O cessar-fogo, mediado pelo Egito, trouxe um fim temporário às hostilidades, permitindo que a ajuda humanitária chegasse à região e que as partes envolvidas se reagrupassem. No entanto, a paz duradoura ainda parece distante, com os conflitos subjacentes permanecendo sem solução.
O Hamas informou em 25 de agosto de 2024 que rejeitou as novas condições propostas por Israel para um cessar-fogo na Faixa de Gaza. Essa recusa aumenta as incertezas sobre a possibilidade de um avanço nas negociações, apoiadas pelos Estados Unidos, para pôr fim à guerra iniciada em outubro de 2023. As negociações têm sido difíceis, sem conseguir encerrar a campanha militar israelense em Gaza ou garantir a libertação dos reféns capturados pelo Hamas em um ataque a Israel em 7 de outubro de 2023.
Fontes
GALTUNG, Johan. O que é uma cultura de paz? Disponível em: http://www.comitepaz.org.br/download/O%20que%20é%20uma%20Cultura%20de%20Paz%20-%20Galtung.pdf .
BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de Política. 2 vols. Tradução de Carmen C. Varriale et al. Brasília: Editora UnB, 2004
Fonte: Brasil Escola - https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/historia/o-que-e-cessar-fogo.htm