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Agente da passiva

O agente da passiva é um termo integrante da oração. Sua função é praticar a ação sobre o sujeito. Ocorre em oração na voz passiva analítica, em que o sujeito é paciente.

Agente da passiva é um termo integrante da oração. Normalmente, é iniciado pela preposição “por” e exerce a ação sobre o sujeito paciente. Uma oração na voz passiva é formada por sujeito, locução verbal e agente da passiva. Por exemplo, em “O ônibus foi destruído pelos torcedores”, o agente da passiva é “pelos torcedores”, já que os torcedores destruíram o ônibus. Assim, “O ônibus” é um sujeito paciente, pois sofre a ação verbal.

Leia também: Adjunto adverbial — características e exemplos desse termo acessório da oração

Resumo sobre agente da passiva

O que é o agente da passiva?

O agente da passiva é um termo integrante da oração que apresenta verbo na voz passiva. Desse modo, o agente da passiva aponta aquilo que exerce ação sobre o sujeito paciente.

Veja este exemplo:

Em breve, os humanos serão substituídos por robôs na empresa.

Observe que a oração apresenta a voz passiva, indicada pela locução verbal “serão substituídos” (verbo auxiliar “ser” + particípio do verbo principal “substituir”). Quando isso ocorre, o sujeito da oração é paciente, já que sofre a ação indicada pela locução verbal.

No exemplo, “os humanos” (sujeito) sofrem a ação de serem substituídos. Assim, “por robôs” é o agente da passiva, isto é, aquilo que exerce ação sobre o sujeito paciente “os humanos”. Afinal, são os robôs que praticam a ação de substituir os humanos na empresa.

Como identificar o agente da passiva?

Analise esta oração:

O livro era procurado por leitores de Machado de Assis.

Transformação da voz passiva para voz ativa

Assim, temos estas orações na voz passiva:

Em breve, os humanos serão substituídos por robôs na empresa.

O livro era procurado por leitores de Machado de Assis.

Agora, as mesmas orações, mas na voz ativa:

Em breve, o robôs substituirão os humanos na empresa.

Os leitores de Machado de Assis procuravam o livro.

Agente da passiva e voz passiva analítica

Esta é a estrutura da oração com agente da passiva na voz passiva analítica:

SUJEITO PACIENTE + LOCUÇÃO VERBAL + AGENTE DA PASSIVA

A locução verbal deve apresentar a seguinte estrutura:

VERBO AUXILIAR (“ser”, “estar” ou “ficar”) + VERBO PRINCIPAL (no particípio)

Já o agente da passiva é composto por:

PREPOSIÇÃO (“por” ou “de”) + SUBSTANTIVO ou PRONOME

Veja este exemplo:

O homem ficou oculto pela capa de invisibilidade.

Assim, temos:

Agente da passiva e voz passiva sintética

Em teoria, esta seria a estrutura da oração com agente da passiva na voz passiva sintética:

SUJEITO PACIENTE + VERBO ACOMPANHADO DE “SE” + AGENTE DA PASSIVA

Veja este exemplo:

Futuramente se lerão narrativas científicas por crianças curiosas.

Essa frase, na voz passiva analítica, fica assim:

Futuramente narrativas científicas serão lidas por crianças curiosas.

Contudo, o gramático Domingos Paschoal Cegalla defende que “na passiva pronominal não se declara o agente”, isto é, o exemplo acima estaria INCORRETO. A frase correta, portanto, é:

Futuramente se lerão narrativas científicas.

O mesmo defende o gramático Evanildo Bechara, o qual afirma: “A construção dita ‘passiva pronominal’ ou ‘passiva reflexa’ (denominações melhores que ‘passiva sintética’) não se acompanha, no português contemporâneo, do complemento de agente, como acontece na chamada construção passiva com auxiliar + particípio, [...]”.

Agente da passiva x predicativo do sujeito

AGENTE DA PASSIVA

PREDICATIVO DO SUJEITO

Termo da oração que pratica a ação sobre o sujeito paciente.

Substantivo, adjetivo ou pronome que indica uma condição ou qualidade do sujeito.

EXEMPLO

EXEMPLO

O ator foi perseguido pelos fãs.

Na frase, os fãs praticam a ação de perseguir o ator.

O ator ficou triste pela perseguição.

Na oração, o adjetivo “triste” qualifica o sujeito “O ator”. Observe que “pela perseguição” é a causa de o ator ficar triste e não o agente da ação.

Diferenças entre agente da passiva e agente da ativa

Uma oração na voz passiva é aquela que apresenta sujeito paciente. Já uma oração na voz ativa é aquela que apresenta um sujeito agente. Portanto, o sujeito de uma oração na voz passiva sofre a ação exercida pelo agente da passiva:

Ela era adorada por mim.

Nesse exemplo, o sujeito paciente “Ela” sofre a ação de ser adorada “por mim” (agente da passiva); mas, se colocamos essa oração na voz ativa, temos:

Eu a adorava.

Dessa forma, o sujeito “Eu” é um sujeito agente, já que pratica a ação. Portanto, o agente da voz ativa, nesse caso, é o sujeito da oração.

Leia também: Vozes verbais — ativa, passiva e reflexiva

Exercícios sobre agente da passiva

Questão 1

Marque a alternativa em que o trecho sublinhado é um agente da passiva.

A) Todos estavam duvidando de sua sinceridade.

B) O pomar foi dizimado pela terrível serra elétrica.

C) Cassandra tinha certeza de suas convicções.

D) Sentia profunda aversão por ações autoritárias.

E) Gilson foi considerado fanático por esportes.

Resolução:

Alternativa B.

Os trechos sublinhados exercem as seguintes funções: objeto indireto (alternativa A), agente da passiva (alternativa B), complemento nominal (alternativas C, D e E).

Questão 2

Duas estrofes

A queda do teu lírico arrabil
De um sentimento português ignoto
Lembra Lisboa, bela como um brinco,
Que um dia no ano trágico de mil
E setecentos e cinquenta e cinco,
Foi abalada por um terremoto!

A água quieta do Tejo te abençoa.
Tu representas toda essa Lisboa
De glórias quase sobrenaturais,
Apenas com uma diferença triste,
Com a diferença que Lisboa existe
E tu, amigo, não existes mais!

ANJOS, Augusto dos. Eu e outras poesias. 42. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.

Nesse poema do poeta pré-modernista Augusto dos Anjos, é possível apontar um agente da passiva no:

A) verso 2.

B) verso 4.

C) verso 6.

D) verso 8.

E) verso 10.

Resolução:

Alternativa C.

O eu lírico afirma que “Lisboa [...] foi abalada por um terremoto”. Portanto, “por um terremoto” é o agente da passiva, sendo “Lisboa” o sujeito paciente.

Fontes

BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 37. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.

CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa. 45. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2002.

SANTOS, Márcia Angélica dos. Aprenda análise sintática. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2003.


Fonte: Brasil Escola - https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/o-agente-passiva.htm