A história da Tabela Periódica começou com o químico russo Dmitri Mendeleev, no ano de 1869. Sua forma de organização dos elementos foi amplamente aceita, não só por contestar pesos atômicos da época, mas também porque previa a existência de elementos ainda não descobertos. Na sua tabela, as propriedades químicas apresentam periodicidade, ou seja, repetem-se depois de um certo número de elementos.
A Tabela Periódica não é algo que se estagnou com o tempo. Mesmo após sua concepção ela já recebeu diversas mudanças, sendo a principal no começo do século XX, quando Henry Moseley reorganizou a tabela em ordem crescente de número atômico. Até a concepção da Tabela Periódica, diversas foram as tentativas de organização dos elementos. A ONU, em homenagem aos 150 anos da criação da Tabela Periódica, determinou o ano de 2019 como o Ano Internacional da Tabela Periódica.
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A Tabela Periódica foi desenvolvida pelo químico russo Dmitri Mendeleev no ano de 1869, mais especificamente no dia 1º de março. À altura, a tabela alocava apenas 63 elementos químicos.
Inicialmente a Tabela Periódica continha apenas 63 elementos químicos, descobertos até a data da sua concepção por Mendeleev. Entretanto, a versão original pouco se parece com a que conhecemos atualmente, que já consta com 118 elementos químicos. Isso nos faz perceber que a Tabela Periódica não ficou estagnada, estando em constante revisão e estudo.
O próprio Mendeleev chegou a adicionar um oitavo grupo, chamado por ele de transição, por causa de uma quebra na periodicidade das propriedades dos elementos, a partir do elemento químico ferro, quando eles eram organizados por meio do seu peso atômico. Posteriormente, os elementos desse oitavo grupo foram definitivamente incorporados à tabela.
No fim do século XIX a Tabela Periódica passou por outra evolução, ao incluir os gases nobres, descobertos, em sua grande maioria, por William Ramsay. A Tabela Periódica começou a ter uma cara mais próxima da que conhecemos atualmente por meio dos trabalhos de Alfred Werner, ao incluir uma série de transição, o que hoje entendemos como o bloco d da tabela.
Vale lembrar, ainda, que a Tabela Periódica foi concebida em uma época em que a estrutura atômica e os elétrons eram desconhecidos. É por isso que Mendeleev organizou os elementos em ordem crescente dos seus pesos atômicos. Dessa forma, a principal evolução foi feita seis anos após a morte de Mendeleev, em 1913, quando Henry Moseley reorganizou a Tabela Periódica em ordem crescente de números atômicos, substituindo a organização original por massas atômicas.
O nome “periódico” faz relação a algo que se repete, ou seja, que apresenta uma frequência. Por exemplo, se você possui aulas de Química às quartas-feiras, então ela apresenta uma periodicidade em sua vida.
Assim sendo, a Tabela Periódica organiza os elementos de uma forma que algumas propriedades físicas e químicas se repetem ao longo dela. Por exemplo, o lítio é um metal alcalino, o qual reage violentamente com a água. Essa propriedade irá se repetir na linha seguinte, no metal alcalino sódio e, posteriormente, no potássio, no rubídio e no césio.
Não à toa as linhas da Tabela Periódica são chamadas de “períodos” e, em cada uma delas, o padrão de comportamento dessas propriedades se repete novamente. Isso permite fazer projeções das propriedades, ou seja, não é necessário avaliar a tabela como um todo, mas sim o comportamento em um único período, permitindo extrapolar para todos os demais, de certa forma. Por exemplo, a energia de ionização dos elementos, que é a energia necessária para se retirar um elétron da camada de valência de um átomo, apresenta praticamente o mesmo comportamento em todos os períodos da tabela: é menor nos metais alcalinos e vai crescendo em direção aos gases nobres.
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A seguir será disposta uma linha do tempo até a concepção da Tabela Periódica de Mendeleev, com a referência aos cientistas que auxiliaram, direta ou indiretamente, na sua criação.
Atualmente, a Tabela Periódica é controlada pela autoridade máxima de Química existente no mundo, a União Internacional de Química Pura e Aplicada (Iupac). A última versão da tabela é datada de 4 de maio de 2022, constando os nomes, símbolos, números atômicos e massas atômicas aprovados pela entidade. A mesma, em inglês, pode ser acessada aqui.
A Tabela Periódica é um instrumento essencial para os químicos e para os aspirantes da área. Graças a ela, tem-se uma forma de organização de todos os elementos existentes, permitindo-se compreender e prever propriedades. As noções modernas da estrutura atômica permitiram unir a organização da Tabela Periódica com outros conceitos, como distribuição eletrônica e camadas de valência.
Muitas são as propriedades que podemos descobrir ou analisar pela simples utilização da Tabela Periódica, as chamadas propriedades periódicas. Não se deve limitar a tabela a um mero catálogo de elementos conhecidos, mas sim vê-la como uma janela para a compreensão do universo. Graças a ela, cientistas podem prever propriedades da matéria em qualquer ponto no nosso universo. Ela não é só importante na Química, mas também em outras áreas do conhecimento científico, como Física, Biologia e Astronomia.
A importância da Tabela Periódica é tão grande que a ONU decretou o ano de 2019 o ano internacional da Tabela Periódica, em comemoração aos 150 anos de sua concepção.
Questão 1. (UEA Geral/2023) A pesquisa científica relacionada à organização sistemática dos elementos químicos a partir de suas propriedades físico-químicas teve início no século 19.
A Tabela Periódica no formato utilizado atualmente é o resultado do trabalho do químico de sobrenome
Resposta: Letra B.
A Tabela Periódica foi criada através dos trabalhos do químico russo Dmitri Mendeleev, apresentando-a em março de 1869.
Questão 2. (Uece 2ª Fase 2º Dia/2022.1) Henry Gwyn Jeffreys Moseley (1887–1915), morto em combate na Índia durante a Primeira Guerra Mundial, deu uma definitiva contribuição para elaborar uma lei de recorrência para a Classificação Periódica dos elementos ao determinar um valor para cada um deles no que diz respeito
Resposta: Letra C.
Os trabalhos de Moseley, que envolveram raios X, conseguiram correlacionar a identidade dos elementos químicos com sua carga nuclear, o chamado número atômico. Esse novo sistema de identificação fez com que a Tabela Periódica fosse reorganizada em ordem crescente de números atômicos.
Créditos da imagem
[1] Olga Popova / Shutterstock
Fontes:
LORENZETTI, C. S.; DAMASIO, F.; RAICIK, A. O Ano Internacional da Tabela Periódica e um sucinto resgate de sua história: implicações para a educação científica por meio da divulgação científica. Experiências em Ensino de Ciências. v. 15, n. 3, 2020.
LEITE, B. S. O Ano Internacional da Tabela Periódica e o Ensino de Química: das cartas ao digital. Química Nova. v. 42, n. 6, p. 702-710, 2019.
ROYAL SOCIETY OF CHEMISTRY. Development of the periodic table. Royal Society of Chemistry. Disponível em: <https://www.rsc.org/periodic-table/history/about>.
Fonte: Brasil Escola - https://brasilescola.uol.com.br/quimica/origem-tabela-periodica.htm