Desastres naturais

Os desastres naturais são o resultado da ocorrência de fenômenos naturais intensos em áreas habitadas pelos seres humanos tanto no meio urbano quanto no meio rural. Eles são causados por chuvas, terremotos, erupções vulcânicas, ciclones, nevascas, secas e outros tipos de registros que resultam em enchentes, alagamentos, deslizamentos de terra, queda de árvores e fragilização da infraestrutura. Com isso, os desastres naturais acabam por danificar o patrimônio público e particular, causar a morte de pessoas, gerar prejuízos para a economia e instaurar uma situação de desequilíbrio ambiental.

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Resumo sobre desastres naturais

• Desastres naturais são a consequência de fenômenos naturais intensos que acontecem em áreas habitadas no meio urbano ou no meio rural, podendo ou não ser áreas de risco.

• Fenômenos como tempestades, cheias, inundações, terremotos e tsunamis são as causas dos desastres naturais, que podem ser intensificados pela ação dos seres humanos na natureza.

• Os desastres naturais são classificados de acordo com a sua origem em: geológicos, hidrológicos, meteorológicos, climáticos ou biológicos.

• A cheia do rio Yangtzé, na China, em 1931 foi o pior desastre natural do mundo. Ele foi causado pelo aumento de volume desse curso d´água causado pelas chuvas volumosas e pelo derretimento de geleiras, junto do rompimento de diques de contenção.

• Os deslizamentos de terra na Região Serrana do Rio de Janeiro em 2011 são o maior desastre natural do Brasil até o momento, tendo registrado 900 mortes. As causas foram as fortes chuvas que atingiram a região no mês de janeiro.

• As consequências dos desastres naturais afetam tanto a população quanto o poder público, incluindo: destruição de infraestrutura e do patrimônio (público e privado), perdas humanas, perdas econômicas e desequilíbrio ambiental.

O que são desastres naturais?

Os desastres naturais são o resultado de fenômenos naturais extremos que acontecem em áreas habitadas pelos seres humanos, sejam elas localizadas no meio urbano ou no meio rural. Os desastres naturais ocasionam muitos prejuízos materiais e econômicos tanto para a população quanto para o poder público, já que danificam também a infraestrutura urbana. No caso de eventos muito intensos, ou que acometem áreas consideradas de risco, os prejuízos tendem a ser ainda maiores, o que inclui a destruição completa de áreas e mesmo a morte de pessoas.

Ressaltamos, então, que os desastres naturais não são exclusivos de áreas de risco. Eles podem acontecer em qualquer lugar, desde que ele seja a consequência direta de um fenômeno natural intenso e que se observem danos materiais, econômicos e sociais na localidade em que ocorreu.

Causas dos desastres naturais

A intervenção do ser humano na natureza tem tornado os desastres naturais cada vez mais recorrentes em todo o mundo, o que é fruto de problemas como o aquecimento global, seguido das mudanças climáticas, e as profundas alterações conduzidas na paisagem natural. Esses são processos que aceleram os desastres naturais, já que interferem nos ciclos da natureza e fazem com que determinados fenômenos naturais antes considerados raros ou pouco recorrentes se tornem frequentes.

Em essência, são os fenômenos naturais as causas dos desastres naturais. Entre eles estão:

• tempestades;
• cheias e inundações;
• furacões;
• tornados;
• ondas de calor;
• seca severa;
• vendavais;
• nevascas;
• terremotos;
• tsunamis;
• erupções vulcânicas.

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Tipos de desastres naturais

Segundo a Defesa Civil, órgão público brasileiro responsável pelo gerenciamento dos desastres em território nacional, os desastres naturais são classificados de acordo com o tipo de fenômeno que o originou. Considerando, então, as definições da Defesa Civil, são tipos de desastres naturais:

• Desastres geológicos: resultantes de perturbações derivadas da estrutura interna do planeta Terra ou de eventos que acontecem na superfície, como em rochas ou solos. São exemplos de fenômenos que originam desastres geológicos:
  • terremotos;
  • maremotos;
  • erosões;
  • movimentos de massa;
  • erupções vulcânicas.

• Desastres hidrológicos: são aqueles relacionados com o extravasamento de corpos hídricos junto com a deficiência dos sistemas de drenagem da água pluvial em área urbana, o que ocasiona:
  • inundações;
  • cheias;
  • alagamentos;
  • enxurradas.

• Desastres meteorológicos: são os desastres resultantes de fenômenos atmosféricos gerados por alterações nas condições de tempo, como é o caso de:
  • ciclones;
  • tornados;
  • tempestades;
  • chuvas muito intensas ou volumosas.

• Desastres climáticos: resultantes de alterações bruscas nas condições atmosféricas, como secas intensas e fortes ondas de calor, que resultam em estiagem prolongada, baixa umidade do ar e maior possibilidade de ocorrência de incêndios florestais.

• Desastres biológicos: definidos pela Defesa Civil como aqueles ocasionados por pragas, infestações ou mesmo epidemias.

Maiores desastres naturais do mundo

Os maiores desastres naturais do mundo podem ser assim classificados de acordo com o impacto social que eles provocaram, principalmente o número de pessoas que perderam suas vidas em decorrência de um ou mais fenômenos naturais. Considerando esse critério, listamos a seguir os cinco maiores desastres naturais já registrados no mundo:

1) Cheia do rio Yangtzé (ou rio Azul) na China em 1931: o desastre afetou as bacias dos rios Yangtzé, Huai e Amarelo entre os meses de julho e novembro de 1931, o que foi ocasionado por uma combinação de fatores que incluem elevada pluviosidade, derretimento de neve de geleiras, aumentando assim o volume de água dos rios, e a falha nos diques de contenção.

Estima-se que pelo menos 1 milhão de pessoas perdeu suas vidas, mas existem fontes que mencionam até 3,7 milhões de mortos na ocasião.

2) Cheia do rio Amarelo, na China, em 1887: chuvas muito intensas e a falha nos diques de contenção desse que é um dos maiores rios da China provocaram o segundo maior desastre natural do mundo. Em setembro de 1887, entre 930.000 e 2 milhões de pessoas perderam suas vidas na inundação. Além disso, lavouras foram perdidas e um período de escassez de alimentos se instalou.

3) Terremoto em Tangshan na China em 1976: um intenso terremoto que marcou 7.6 na escala Richter aconteceu na madrugada do dia 28 de julho de 1976 na cidade de Tangshan, província de Hebei, localizada no litoral norte da China. O número de mortos foi de 655.000.

4) Ciclone de Bhola, no Paquistão, em 1970: a tempestade tropical se formou próximo da Baía de Bengala, no Paquistão, tendo atingido a região no dia 12 de novembro de 1970. O fenômeno surpreendeu a todos e deixou pouco tempo para a ação dos moradores, causando cerca de 350.000 mortes.

5) Terremoto no Haiti em 2010: o país centro-americano sofreu um dos piores terremotos do atual século no dia 12 de janeiro de 2010. O sismo de 7.0 na escala Richter atingiu principalmente a comuna de Petit Trou de Nippes, e provocou a morte de 316.000 pessoas. Além disso, mais de 1,5 milhão de pessoas ficou desabrigado. Para saber mais sobre o desastre, clique aqui.

Maiores desastres naturais do Brasil

A história do Brasil é marcada por um conjunto de desastres naturais causados principalmente por chuvas intensas e pelas cheias de rios localizados próximos aos centros urbanos. Além disso, deslizamentos de terra que ocorrem em encostas, afetando a população mais vulnerável, são comuns durante o período chuvoso que se estende de novembro a março. A seguir, conheça os cinco maiores ^|1| desastres naturais do Brasil:

1) Deslizamentos de terra nos municípios da Região Serrana do Rio de Janeiro em 2011: entre os dias 11 e 12 de janeiro de 2011 as fortes chuvas que atingiram o estado do Rio de Janeiro provocaram uma grande tragédia em sete municípios da Região Serrana, entre os quais estão Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo.

Deslizamentos de terra e fortes enxurradas destruíram a infraestrutura urbana e residências, sobretudo nas encostas de morros. O número de mortos superou 900, enquanto 35 mil pessoas ficaram desabrigadas.

2) Chuvas constantes no Vale do Itajaí, Santa Catarina, em 2008: no final do ano de 2008 o estado de Santa Catariana, principalmente os municípios do Vale do Itajaí, registraram chuvas durante dois meses seguidos. Entretanto, no final do mês de novembro daquele ano choveu, em três dias, o volume que era esperado para quatro meses.

Foram mais de mil milímetros, o que ocasionou a cheia do rio Itajaí, que subiu mais de 11 metros, alagamentos, enxurradas e deslizamentos de terra. Milhares de pessoas ficaram desabrigadas e 135 perderam suas vidas.

3) Chuvas fortes e deslizamentos de terra em Petrópolis, Rio de Janeiro, em 2022: esse desastre é considerado a maior tragédia climática que aconteceu na cidade de Petrópolis, localizada na Região Serrana do Rio de Janeiro.

Chuvas muito intensas e volumosas atingiram a cidade entre os meses de fevereiro e março daquele ano, causando deslizamentos de terra de grande magnitude, enxurradas e alagamentos. Mais de 4 mil pessoas ficaram desabrigadas e 235 perderam suas vidas na tragédia, que ainda repercute até os dias atuais.

4) Chuvas em Pernambuco no ano de 2022: os meses de maio e junho de 2022 foram marcados por chuvas muito volumosas no estado de Pernambuco, as quais provocaram desastres naturais nas cidades que ficam na Região Metropolitana de Recife, como Jaboatão dos Guararapes, Goiana e a própria capital, e também no norte do estado, como Macaparana.

As chuvas causaram o aumento do nível de rios como o Capibaribe Mirim e o Jaboatão, causando enchentes de grandes dimensões nas localidades por eles banhadas. Além disso, deslizamentos de terra e enxurradas foram registrados. Milhares de pessoas ficaram desabrigadas e 130 perderam suas vidas.

5) Chuvas no Rio Grande do Sul no ano de 2024: entre o final do mês de abril e maio de 2024 o estado do Rio Grande do Sul recebeu um volume pluviométrico muito acima do esperado para a época do ano, o que foi ocasionado pelas alterações nos padrões do clima em escala mundial. Por causa disso, os rios e lagos do estado apresentaram cheias anormais, e acabaram provocando grandes enchentes em todo o território sul-rio-grandense.

Cerca de 95% das cidades foram atingidas, incluindo a capital, Porto Alegre, e outros 440 municípios. O total de pessoas desabrigadas e desalojadas chegou a 600 mil, com 179 mortes. Para saber mais sobre o caso, clique aqui.

Consequências dos desastres naturais

Os desastres naturais nem sempre são previstos pelos sistemas de monitoramento e alerta, o que potencializa as suas consequências devastadoras para a população, principalmente, e também para a economia local e para o Estado. Como pudemos observar pelos casos acima expostos de desastres no Brasil e no mundo, as consequências são:

• Danos à infraestrutura urbana e social localizada tanto no meio urbano quanto no meio rural (rodovias, postes, calçadas, encanamentos, cabos elétricos etc.).
• Interrupção no fornecimento de serviços básicos, como água e energia elétrica.
• Destruição de lavouras e áreas de pastagem, prejudicando a produção de alimentos e ocasionando a elevação no preço daqueles que estão no mercado.
• Danos ao patrimônio público e também particular das famílias e indivíduos.
• Danos e destruição de casas e prédios, deixando muitas pessoas desabrigadas e desalojadas.
• Perdas humanas, o que significa a morte de pessoas causada direta ou indiretamente pelos desastres naturais.
• Aumento do número de doenças associadas aos desastres e piora das condições preexistentes, o que provoca a sobrecarga no sistema de saúde.
• Perda de biodiversidade causada pela destruição da vegetação e pela morte de animais.
• Desequilíbrio ambiental com problemas associados como poluição e desmatamento.

Notas

^|1| SCAFF, Artur. Chuva no RS entra para maiores desastres naturais do Brasil no século 21; veja lista. Valor, 10 mai. 2024. Disponível em: https://valor.globo.com/brasil/noticia/2024/05/10/maiores-desastres-naturais-do-brasil-no-seculo-21.ghtml.

Créditos da imagem

^[1] JMGarcestock / Shutterstock

^[2] arindambanerjee / Shutterstock

^[3] Palácio do Planalto / Wikimedia Commons

^[4] Wikimedia Commons

Fontes

G1. Em 2011, chuva na Região Serrana deixou mais de 900 mortos. G1, 15 fev. 2022. Disponível em: https://g1.globo.com/rj/regiao-serrana/noticia/2022/02/15/em-2011-chuva-na-regiao-serrana-deixou-mais-de-900-mortos.ghtml.

G1. Dois anos após tragédia das chuvas com 133 mortos em PE, mais de 2 mil pessoas ainda não voltaram para casa. G1 PE, 28 mai. 2024. Disponível em: https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2024/05/28/dois-anos-apos-tragedia-das-chuvas-com-133-mortos-mais-de-2-mil-pessoas-ainda-nao-voltaram-para-casa.ghtml.

LOCK, Charlotte. The world’s top ten deadliest natural disasters. Geographical, 21 out. 2024. Disponível em: https://geographical.co.uk/science-environment/the-worlds-top-ten-deadliest-natural-disasters.

MIDR. Entenda a diferença entre os tipos de desastres naturais e tecnológicos registrados no Brasil. Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), 11 jul. 2022. Disponível em: https://www.gov.br/mdr/pt-br/ultimas-noticias/entenda-a-diferenca-entre-os-tipos-de-desastres-naturais-e-tecnologicos-registrados-no-brasil.

SCAFF, Artur. Chuva no RS entra para maiores desastres naturais do Brasil no século 21; veja lista. Valor, 10 mai. 2024. Disponível em: https://valor.globo.com/brasil/noticia/2024/05/10/maiores-desastres-naturais-do-brasil-no-seculo-21.ghtml.

TOMINAGA, Lídia Keiko; SANTORO, Jair; MARAL, Rosângela do. (Orgs.) Desastres naturais: conhecer para prevenir. São Paulo: Instituto Geológico, 2009.