O meitnério (Mt) é um elemento químico sintético que ocupa o número 109 e sétimo período na tabela periódica, pertencendo ao grupo dos metais de transição. Diante disso, ele é produzido exclusivamente em aceleradores de partículas por meio da colisão de núcleos de elementos mais leves, como bismuto e ferro. Ademais, devido à sua instabilidade, ele se desintegra em milissegundos, o que impede a observação direta de suas propriedades físicas e químicas. Sendo assim, a maior parte do conhecimento sobre ele vem de modelos teóricos e previsões baseadas em elementos similares, o que é usado para expandir nosso entendimento sobre os limites da tabela periódica e explorar a síntese de novos elementos superpesados.
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Importante: Diversas propriedades do meitnério ainda não foram determinadas de forma experimental, sendo assim as informações disponíveis são, em grande parte, estimativas fundamentadas em tendências periódicas. Além disso, permanecem desconhecidas muitas características, como a densidade, raio atômico, pontos de fusão e ebulição, energia de ionização, afinidade eletrônica e eletronegatividade.
O meitnério é um elemento artificial extremamente instável, o que torna suas características físicas e químicas difíceis de serem estudadas. Em vista disso, estima-se que, se fosse possível observá-lo, ele se apresentaria como um metal sólido e de alta densidade à temperatura ambiente, com propriedades similares às dos outros metais de transição do grupo 9, como o irídio e o ródio. Nesse sentido, em termos químicos, espera-se que esse elemento possa exibir diferentes estados de oxidação, como +3, +1 e -1, mas sua meia-vida curta torna o estudo detalhado de seu comportamento químico mais desafiador.
O meitnério não é encontrado na natureza, porquanto é um elemento sintético criado em laboratórios, produzido por meio de reações nucleares em aceleradores de partículas, normalmente envolvendo a fusão de núcleos atômicos pesados, como os de bismuto e ferro. Além disso, devido à sua extrema instabilidade, ele tem uma vida útil muito curta, desintegrando-se em frações de segundo após sua criação, existindo apenas sob condições altamente controladas.
O meitnério é obtido por meio de reações nucleares em aceleradores de partículas, onde núcleos de elementos mais leves são colididos para formar um núcleo mais pesado e altamente instável. Esse processo resulta na criação temporária desse elemento, cujas etapas estão descritas a seguir:
O meitnério ocorre exclusivamente na forma de isótopos sintéticos, variando em massa de 265 a 282. Os mais estudados são o meitnério-276 e o meitnério-278, sendo este último o mais estável, apresentando uma meia-vida de aproximadamente oito segundos. Diante disso, veja, a seguir, as características de cada um deles:
Como o meitnério é altamente instável, com uma meia-vida muito curta, suas aplicações são limitadas. No entanto, ele possui algumas utilidades na pesquisa científica, como:
Dada a sua natureza sintética e a sua instabilidade, o meitnério apresenta riscos tanto a quem faz a sua manipulação quanto aos que são meramente expostos a ele. Logo, algumas precauções são necessárias e incluem medidas como:
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A história do meitnério começa em 1982, no Instituto de Pesquisa de Íons Pesados (GSI) em Darmstadt, Alemanha. Nesse período, uma equipe de cientistas liderada por Peter Armbruster e Gottfried Münzenberg estava empenhada em explorar os limites da tabela periódica e sintetizar novos elementos superpesados.
Em meio a isso, a descoberta do meitnério foi um marco importante nesse esforço, que ocorreu por meio de um experimento em que núcleos de bismuto-209 foram bombardeados com íons de ferro-58 em um acelerador de partículas, cuja colisão resultou na fusão dos núcleos, formando um átomo de meitnério-266. Esse átomo recém-criado, no entanto, era extremamente instável e se desintegrou em uma fração de segundo, liberando partículas alfa.
O nome “meitnério” foi escolhido em homenagem a Lise Meitner, uma renomada física austríaca de origem judaica que desempenhou um papel crucial na descoberta da fissão nuclear, um processo fundamental na física nuclear. Sendo assim, a nomeação foi um reconhecimento póstumo do impacto significativo que Meitner teve na ciência, apesar de sua exclusão inicial do reconhecimento pelo Prêmio Nobel, que foi concedido apenas a seu colega Otto Hahn.
Nesse sentido, a oficialização do nome do elemento e sua aceitação na tabela periódica ocorreram em 1997, após uma década de debates e verificações por parte da comunidade científica. Desde então, o meitnério tem sido objeto de pesquisa, principalmente para entender melhor as propriedades dos elementos superpesados e o comportamento das forças nucleares em condições extremas.
Fontes
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Fonte: Brasil Escola - https://brasilescola.uol.com.br/quimica/meitnerio-mt.htm