O iodo (I) é um elemento químico ametal que pertence à serie dos halogênios e está localizado no grupo 17 (antiga família 7A) e 5º período da Tabela Periódica. Ele faz parte de um grupo de elementos essenciais para a saúde humana, desempenhando um papel crucial no funcionamento da glândula tireoide, que regula o metabolismo e diversas funções vitais do corpo. Sua presença na alimentação é indispensável para prevenir doenças como o hipotireoidismo e o bócio. Encontrado principalmente em frutos do mar, algas e no sal iodado, ele tem também importantes aplicações médicas, como antisséptico.
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O iodo é um elemento químico de símbolo I e número atômico 53, pertencente ao grupo dos halogênios na Tabela Periódica. Ele é um sólido de cor violeta-escura em temperatura ambiente e se sublima facilmente, ou seja, passa do estado sólido diretamente para o gasoso. Na natureza, ele é encontrado principalmente em sais minerais, como o iodeto, e também é adicionado ao sal de cozinha para prevenir deficiências nutricionais.
O iodo é essencial para a produção dos hormônios tireoidianos, que regulam o metabolismo do corpo, controlando funções como o crescimento, desenvolvimento e o equilíbrio energético. Sem ele, a glândula tireoide não consegue produzir esses hormônios de maneira adequada, o que pode levar a problemas como o bócio (inchaço da tireoide) e o hipotireoidismo, que afeta o metabolismo. Além disso, ele também é utilizado como antisséptico em soluções como o “iodo povidona”, aplicado para desinfetar cortes e feridas na pele, prevenindo infecções.
O iodo apresenta algumas características físicas específicas, como ser um sólido de cor violeta-escura ou preta em temperatura ambiente, com um brilho metálico. Uma de suas principais propriedades é a sublimação, ou seja, ele passa diretamente do estado sólido para o gasoso quando aquecido, liberando vapores violeta.
É um elemento relativamente pesado, pouco solúvel em água, mas se dissolve bem em solventes como álcool e éter. Quimicamente, ele é menos reativo que outros halogênios, como o cloro e o flúor, mas ainda assim forma compostos importantes, como os iodetos.
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A obtenção do iodo geralmente ocorre por meio de fontes naturais, como água do mar, algas marinhas e depósitos de sal-gema. Nesse sentido, o processo mais comum é feito a partir da água salgada ou de salmouras, onde o iodo está presente na forma de iodeto. Sendo assim, primeiramente, as salmouras são tratadas com cloro, que oxida o iodeto (I⁻) a iodo molecular (I2). Esse iodo molecular é então extraído por meio de sublimação ou usando solventes.
Ademais, ele também pode ser recuperado a partir de cinzas de algas marinhas, que são aquecidas para liberar o elemento. Contudo, apesar de esse método ter sido tradicionalmente usado, hoje é menos comum.
O iodo tem um papel crucial no organismo, especialmente para a produção de hormônios pela glândula tireoide. Todavia, tanto o excesso quanto a falta dele podem causar problemas de saúde. Diante disso, pontuamos a seguir quais são os efeitos do iodo no organismo.
Alimentos ricos em iodo são essenciais para o bom funcionamento da tireoide e para manter o metabolismo equilibrado. Em vista disso, podemos pontuar os principais:
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A tintura de iodo é uma solução líquida usada como antisséptico para desinfetar cortes, feridas e a pele antes de procedimentos médicos. Ela contém iodo dissolvido em álcool ou água e é eficaz para eliminar bactérias, fungos e outros microrganismos, ajudando a prevenir infecções. Nesse contexto, seu uso é externo, e, ao aplicar, pode causar uma leve sensação de ardor. Também vale lembrar que esse tipo de tintura é bastante prático para primeiros socorros e pequenas lesões conforme é mostrado a seguir.
É importante ter algumas precauções com o uso de iodo, sobretudo em formas como tintura, a qual exige alguns cuidados para garantir a segurança, por exemplo:
A história do iodo tem início em 1811, quando o químico francês Bernard Courtois o descobriu acidentalmente, pois ele estava trabalhando com algas marinhas para produzir salitre, um componente da pólvora. Ao adicionar ácido sulfúrico às cinzas das algas, percebeu a formação de vapores violetas que, ao se condensarem, geraram cristais escuros. Posteriormente, foram identificados como um novo elemento químico: o iodo.
Entretanto, Courtois não tinha muitos recursos para continuar suas pesquisas, então outros cientistas, como Joseph Louis Gay-Lussac e Humphry Davy, investigaram o elemento mais a fundo e confirmaram que se tratava de um novo elemento químico, ao qual deram o nome de “iodo”, derivado do grego “iodes”, que significa “violeta”, por causa da cor de seus vapores.
Com o tempo, descobriu-se a importância desse elemento para a saúde, sobretudo no tratamento do bócio, uma condição causada pela falta de iodo. Já no século XX, muitos países começaram a adicionar iodo ao sal de cozinha para prevenir deficiências na população, uma medida de saúde pública que continua até hoje.
Fontes
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Fonte: Brasil Escola - https://brasilescola.uol.com.br/quimica/iodo.htm