Grau do substantivo

O grau dos substantivos é uma variação que serve para transmitir noções de tamanho ou intensidade. Os substantivos podem apresentar-se no grau normal, aumentativo ou diminutivo. O substantivo é a classe gramatical que nomeia seres, objetos e conceitos.

Leia também: Como identificar o gênero dos substantivos

Resumo sobre grau do substantivo

• O grau do substantivo indica tamanho ou intensidade.
• Existem três graus: normal, diminutivo e aumentativo.
• Pode ser formado de forma analítica (com adjetivos e advérbios) ou sintética (com sufixos).
• Há formas regulares e formas especiais de formação.
• No sentido figurado, aumentativo e diminutivo podem indicar admiração, carinho, ironia ou desprezo.

Videoaula sobre grau do substantivo (aumentativo e diminutivo)

O que é o grau do substantivo?

O grau do substantivo refere-se a uma variação do substantivo para indicar o tamanho ou intensidade do objeto ou ser que ele nomeia.

O grau pode ser:

• Normal: quando não há variação.
• Diminutivo: quando expressa tamanho menor, afeto, delicadeza ou ironia.
• Aumentativo: quando indica tamanho maior, intensidade, admiração ou desprezo.

Exemplos e usos do grau dos substantivos

Grau normal:

“Você pode ter mais informações dirigindo-se até aquela porta.”

Grau diminutivo:

“Você pode ter mais informações dirigindo-se até aquela portinha.”

Grau aumentativo:

“Você pode ter mais informações dirigindo-se até aquele portão.”

Nesse caso, o grau do substantivo “portão” é alterado para especificar o tamanho: no diminutivo, pequeno; no aumentativo, grande.

Além do tamanho e da intensidade, o grau do substantivo pode ser usado em sentido figurado para indicar afeição, desprezo ou ironia, especialmente na linguagem informal. Veja:

Grau normal:

“Eu tenho um primo que mora longe.”

Grau diminutivo:

“Aquele é o meu priminho preferido!”

Grau aumentativo:

“Sempre venço as partidas quando jogo com o meu primão!”

Nas frases acima, o grau diminutivo e o grau aumentativo foram usados para indicar afeto, carinho e admiração pelo primo. Porém, também é possível usar o grau do substantivo para expressar desprezo. Exemplo:

Grau normal:

“Meu professor de matemática está na sala.”

Grau diminutivo:

“Aquele professorzinho não ensina nada!”

Grau aumentativo:

“O pior é que ele se acha o professorzão da escola!”

Já nessas frases, o grau diminutivo e o grau aumentativo foram usados como ironia para indicar desprezo pelo professor.

Veja também: Afinal, o diminutivo de foto é “fotinho” ou “fotinha”?

Formação do grau do substantivo

O grau do substantivo pode ser formado de duas formas:

→ Analítica

A forma do substantivo permanece igual, mas se adiciona outra palavra, geralmente um adjetivo, a ele, para indicar o tamanho.

Exemplos:

Grau normal: pé

Grau diminutivo: pé pequeno

Grau aumentativo: pé grande

→ Sintética

A forma do substantivo muda, mantendo-se o radical e acrescentando um sufixo, ou seja, um “pedaço” ao final da palavra para indicar a diferença de tamanho. Em geral, o sufixo mais comum para o grau diminutivo é -inho ou -zinho e -inha ou -zinha; já para o grau aumentativo, o sufixo mais comum é ‑ão ou -zão e -ona ou -zona.

Exemplos:

Grau normal: pé
Grau diminutivo: pezinho
Grau aumentativo: pezão

Grau normal: dedo
Grau diminutivo: dedinho
Grau aumentativo: dedão

Formas especiais do grau do substantivo

Muitos substantivos têm formas sintéticas irregulares para o grau diminutivo e/ou para o grau aumentativo, fugindo à regra dos sufixos -inho/-zinho e -ão/zão.

Exemplos:

Grau normal: homem (regular)
Grau diminutivo: homenzinho (regular)
Grau aumentativo: homão / homenzarrão (regular e irregular)

Grau normal: febre
Grau diminutivo: febrezinha / febrícula (regular e irregular)
Grau aumentativo: febrão / febrona (regular)

Atenção! Os gramáticos e dicionários mais conservadores consideram apenas as formas “febrícula” para o diminutivo e “febrão” para o aumentativo. Porém, os menos conservadores aceitam as duas formas apresentadas para o diminutivo e para o aumentativo.

Grau normal: fogo
Grau diminutivo: fogacho (irregular)
Grau aumentativo: fogaréu (irregular)

Lista de aumentativos e diminutivos

A seguir, veja uma lista de aumentativos e diminutivos regulares e irregulares.

Saiba mais: Como fica o plural dos substantivos compostos?

Exercícios resolvidos sobre grau do substantivo

Questão 1

(FGV 2022)

Entre as opções abaixo, aquela em que o aumentativo sublinhado perdeu o valor de aumentativo, designando uma outra realidade, é:

A) O turista usava um casacão, que chegava aos joelhos.

B) O professor não aceitava palavrão em sala de aula.

C) O mendigo devorou um pratão de comida.

D) Havia um cadeirão antigo no canto da sala.

E) Um paredão separava os dois pátios de prisioneiros.

Resposta

Alternativa B. O termo “palavrão” não foi empregado com valor de aumentativo no contexto da alternativa, e sim com outro significado (o de palavra obscena). Isso é diferente do que acontece nas demais alternativas, em que há uso de aumentativo para indicar tamanho maior.

Questão 2

(FGV 2024)

As frases a seguir mostram um termo na forma diminutiva.

Assinale a frase em que esse diminutivo tem o valor de intensidade.

A) Em um Universo que já tem 10 ou 15 bilhões de anos, estamos constantemente esbarrando em surpresinhas.

B) Todos correm rapidinho para os bancos no momento da devolução do imposto de renda, com medo de que o governo se arrependa.

C) Se concentrássemos nossa atenção nos probleminhas terrestres, estaríamos limitando o espírito humano.

D) Simplificar, eis o principal segredinho do mestre.

E) O melhor método de educação para uma criancinha é arranjar-lhe uma boa mãe.

Resposta

Alternativa B. No advérbio “rapidinho”, o uso do diminutivo é feito para indicar valor de intensidade.

Fontes

AZEREDO, José Carlos de. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo: Parábola, 2021.

BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. 38ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015.

CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2020.

CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova Gramática do Português Contemporâneo. 7ª ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2016.