Erico Verissimo

Erico Verissimo foi um escritor pertencente à geração de 30 do modernismo brasileiro. Sua obra mais famosa é a trilogia “O tempo e o vento”, publicada em sete volumes.

Erico Verissimo nasceu em 17 de dezembro de 1905, em Cruz Alta, no Rio Grande do Sul. Em 1930, mudou-se para Porto Alegre, onde trabalhou na Revista do Globo, além de fazer traduções. Anos depois, entre 1943 e 1945, atuou como professor nos Estados Unidos.

O autor, que morreu em 28 de novembro de 1975, em Porto Alegre, fez parte da geração de 30 do modernismo brasileiro. Deixou uma obra-prima, a trilogia O tempo e o vento, publicada em sete volumes. Essa obra regionalista, composta por romances históricos, é um grande sucesso de público e de crítica.

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Resumo sobre Erico Verissimo

Biografia de Erico Verissimo

Erico Verissimo nasceu em 17 de dezembro de 1905, em Cruz Alta, no Rio Grande do Sul. Mais tarde, em 1920, foi para Porto Alegre para estudar no colégio interno Cruzeiro do Sul. No final de 1922, os pais do escritor se separaram. De volta a Cruz Alta, Verissimo passou a trabalhar como balconista no armazém de um tio e, em seguida, no Banco Nacional do Comércio.

Em 1926, tornou-se sócio da Farmácia Central. No ano seguinte, para completar a renda, deu aulas particulares de literatura e inglês. Já em 1929, publicou seus primeiros contos em periódicos, como o Correio do Povo. Em 1930, após a falência da farmácia, o autor se mudou para Porto Alegre.

Nessa cidade, conseguiu trabalho na Revista do Globo como secretário de redação e se tornou diretor da revista em 1932. Antes, porém, em 1931, retornou a Cruz Alta apenas para se casar com Mafalda Halfen Volpe (1913-2003). Em 1933, publicou seu primeiro romance — Clarissa, nome com o qual batizou sua filha, nascida em 1935.

No ano de 1935, publicou Caminhos cruzados, romance que rendeu ao autor a suspeita de ser simpatizante do comunismo. Assim, ele foi chamado a depor no Departamento de Ordem Política e Social do Rio Grande do Sul. Três anos depois, em 1938, publicou seu primeiro grande sucesso de vendas, o livro Olhai os lírios do campo.

Durante três meses, esteve nos Estados Unidos, em 1941, para dar conferências. Dois anos depois, foi morar nesse país, com a esposa e os filhos, para trabalhar como professor de literatura brasileira na Universidade da Califórnia. Retornou ao Brasil em 1945.

Contudo, em 1953, ocupou o cargo de diretor do Departamento de Assuntos Culturais da União Pan-Americana, localizado na capital dos Estados Unidos. Três anos depois, estava de volta ao Brasil. Em 1961, teve um infarto, mas logo se recuperou. Já em 1964, manifestou seu apoio à democracia, em oposição ao golpe militar.

Nos anos que se seguiram, o autor, que também era tradutor, continuou dedicado à escrita de seus livros, viajou a Israel, viu a casa paterna, em Cruz Alta, ser transformada em museu e publicou o primeiro volume da autobiografia. Entretanto, quando faleceu, em 28 de novembro de 1975, em Porto Alegre, deixou inacabado seu segundo volume de memórias.

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Prêmios e títulos de Erico Verissimo

Características da obra de Erico Verissimo

Erico Verissimo fez parte da geração de 30 do modernismo brasileiro, cujas obras apresentam as seguintes características:

→ Videoaula sobre a geração de 30 ou 2ª fase do modernismo brasileiro (prosa)


Principais obras de Erico Verissimo

O tempo e o vento

Capa do livro “O tempo e o vento”, de Erico Verissimo, publicado pela editora Companhia das Letras.[1]
Capa do livro “O tempo e o vento”, de Erico Verissimo, publicado pela editora Companhia das Letras.[1]

A trilogia O tempo e o vento é uma narrativa que conta 200 anos da história do Rio Grande do Sul (1745 a 1945), em forma de ficção. Assim, ela é composta pelos seguintes títulos:

Em O continente, o narrador mostra a gênese do estado do Rio Grande do Sul com a formação da família Terra-Cambará. Assim, o índio mestiço Pedro Missioneiro se apaixona pela jovem Ana Terra, uma das personagens femininas mais fortes da literatura brasileira. Desse relacionamento, nasce Pedro Terra.

Pedro Terra cresce em Santa Fé, onde, anos depois, nasce sua filha, Bibiana. Mais tarde, ela se casa com um típico gaúcho, o capitão Rodrigo Cambará, outro personagem marcante da trilogia de Verissimo. Assim, o primeiro romance se encerra com o cerco ao sobrado de Licurgo Cambará, em finais do século XIX, feito pela família Amaral, inimiga antiga dos Terra-Cambará.

Já em O retrato, o personagem principal é o doutor Rodrigo Cambará (que recebeu o nome de seu heroico antepassado). É início do século XX, e a narrativa está centrada nas transformações pelas quais o protagonista passa. Além disso, como no romance anterior, as questões sociopolíticas têm lugar de destaque na história.

Por fim, em O arquipélago, Rodrigo Cambará e sua família estão totalmente imersos na política nacional. Entre outros elementos históricos presentes na obra, merecem destaque a ascensão de Getúlio Vargas à presidência e o Estado Novo. Nessa última parte, é relevante também a participação do escritor da família, Floriano Terra Cambará.

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Frases de Erico Verissimo

A seguir, vamos ler algumas frases de Erico Verissimo, retiradas de entrevista concedida à escritora Clarice Lispector (1920-1977):

“Os esquerdistas sempre me acharam ‘acomodado’.”

“Os direitistas me consideram comunista.”

“Os moralistas e reacionários me acusam de imoral e subversivo.”

“Tenho tudo ou quase tudo quanto desejei, e muito mais do que ousei esperar.”

“Mas, falando sério, concordo com os críticos: não sou profundo.”

“Detesto discutir contratos e quando discuto saio perdendo.”

“Quero sempre ver o que está pela frente.”

“As nossas crianças precisam livrar-se do Superman, do Batman.”

“Não negarei que gosto também de mim mesmo, embora não me admire.”

Adaptações da obra de Erico Verissimo

Créditos das imagens

[1] Domínio público / Arquivo Nacional

[2] Grupo Companhia das Letras (reprodução)


Fonte: Brasil Escola - https://brasilescola.uol.com.br/literatura/erico-verissimo.htm