Os vírus são organismos pequenos e bastante simples que são considerados seres vivos por alguns autores e não vivos por outros. Para se ter ideia da dimensão desses organismos, o menor vírus de que se tem registro possui apenas 20 nm de diâmetro, sendo ele, portanto, menor que um ribossomo. Os vírus são conhecidos, principalmente, por causarem várias doenças e serem considerados parasitas intracelulares obrigatórios.
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Os vírus são parasitas intracelulares obrigatórios, sendo considerados seres vivos por alguns autores e não vivos por outros.
São formados basicamente por ácido nucleico, capsídeo e envelope membranoso (presente apenas em alguns tipos de vírus).
Reproduzem-se apenas em células hospedeiras, e sua reprodução normalmente passa por estas etapas: adsorção, penetração, desnudamento, biossíntese, morfogênese e liberação.
São doenças causadas por vírus: dengue, hepatite, aids, raiva, varicela, rubéola, etc.
Martinus Beijerinck foi o primeiro a propor a ideia da existência dos vírus.
Os vírus são organismos que não possuem célula (acelulares), sendo sua estrutura formada basicamente por proteínas e ácido nucleico. A proteína forma um envoltório denominado de capsídio, que é formado por vários capsômeros e pode ser usado como forma de classificação dos vírus. De acordo com a simetria viral, podemos classificá-los em icosaédricos, helicoidais e complexos.
A função principal dos capsídios é proteger o material genético, que normalmente é de apenas um único tipo (DNA ou RNA), apesar de alguns vírus apresentarem os dois tipos (citomegalovírus). Diferente da maioria dos seres vivos, o genoma dos vírus é bastante diferenciado, existindo organismos com DNA de dupla fita, DNA de fita simples, RNA de dupla fita ou RNA de fita simples. Independentemente do tipo de material genético observado, o genoma é organizado, geralmente, na forma de uma única molécula linear ou circular.
Alguns vírus possuem ainda um envelope localizado externamente ao capsídio e que é formado por lipídios, proteínas e carboidratos. Essa estrutura deriva do sistema de membranas da célula parasitada e é adquirida no momento em que o vírus é eliminado pelo processo de brotamento. Os vírus que possuem envelope recebem a denominação de envelopados.
Sendo assim, de maneira resumida, podemos dizer que os vírus são compostos por:
ácido nucleico (DNA, RNA ou os dois);
capsídeo;
envelope membranoso (presente apenas em alguns tipos de vírus).
Os vírus, como sabemos, podem reproduzir-se apenas em células hospedeiras, uma vez que não possuem enzimas e as estruturas necessárias para a produção de proteínas. Desse modo, podemos dizer que os vírus quando estão no ambiente sem parasitar nenhuma célula funcionam apenas como uma estrutura que contém genes.
Os vírus reproduzem-se de maneiras variadas, mas geralmente passam por algumas etapas básicas:
→ Adsorção: ocorre a interação entre a célula que será parasitada e os vírus, formando ligações entre os seres invasores e os receptores na membrana da célula.
→ Penetração: acontece a entrada do vírus em sua totalidade ou parcialmente na célula.
→ Desnudamento: o ácido nucleico do vírus é liberado no interior da célula, separando-se do seu capsídio.
→ Biossíntese: o material genético é duplicado e ocorre a síntese das proteínas necessárias para formar o capsídio.
→ Morfogênese: acontece a organização das estruturas formadoras do capsídio e do material genético.
→ Liberação: ocorre a lise da célula e a liberação dos vírus. No caso dos envelopados, ocorre o brotamento desses organismos.
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Os vírus são organismos acelulares e, apesar de não possuírem célula, são extremamente dependentes dessas estruturas, uma vez que não possuem metabolismo próprio e não apresentam nenhuma organela. Ao parasitarem uma célula, eles induzem a produção de material genético viral e proteínas, controlando o metabolismo celular. Em face dessa característica, os vírus recebem a denominação de parasitas intracelulares obrigatórios.
Como não possuem metabolismo fora de uma célula, muitos autores não admitem que eles sejam considerados seres vivos. Outros pesquisadores, por outro lado, consideram-nos vivos porque eles podem duplicar-se e apresentam variabilidade genética. Outro ponto que contribui para essa última classificação é a presença de moléculas como proteínas, lipídios e carboidratos.
Ao parasitar uma célula humana, os vírus podem desencadear diversas doenças, as quais são genericamente chamadas de viroses. Essas doenças podem ser fáceis de tratar, como é o caso do resfriado, ou não apresentarem cura, como é o caso da aids. Além disso, podem ou não causar sintomas no indivíduo. São exemplos de doenças virais:
dengue
hepatite
aids
raiva
varicela
varíola
rubéola
ebola
herpes
gripe.
Vale destacar que cada doença apresenta sintomas e tratamentos diferenciados.
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Por serem organismos muito pequenos, a descoberta do vírus não foi uma tarefa fácil. Adolf Mayer, em 1883, estudava a doença do mosaico do tabaco e descobriu que a doença poderia ser transmitida por meio da seiva da planta quando esfregada em outra. Ele analisou a seiva, mas não conseguiu descobrir que micro-organismo era responsável por causar o problema. Ele então formulou a hipótese de que se tratava de uma bactéria bastante pequena, a qual não poderia ser observada nem mesmo no microscópico.
Uma década depois, a partir de trabalhos realizados, separadamente, por Dimitri Ivanowski e Martinus Beijerinck, os vírus começaram a ser conhecidos. Ivanowsky realizou trabalhos com o tabaco para confirmar a hipótese de Mayer. Nesse trabalho, ele filtrou a seiva para conseguir remover as bactérias, mas a doença ainda era transmitida. Ele pensou então que eram bactérias que passavam pelo filtro ou que produziam toxinas capazes de atravessar essa barreira.
Beijerinck realizou experimentos que contradisseram o trabalho de Ivanowsky. Beijerinck observou que, diferentemente das bactérias já conhecidas, o causador da doença do tabaco não se multiplicava nos meios de cultura. Ele então concluiu que estava lidando com uma partícula menor e mais simples. Esse cientista passou então a ser considerado o primeiro a propor a ideia da existência dos vírus.
Fonte: Brasil Escola - https://brasilescola.uol.com.br/biologia/virus-2.htm