Dia do Repórter: saiba mais sobre a profissão

Já pensou em trabalhar como repórter? Descubra os desafios e alegrias que te esperam neste caminho profissional.

Em 16/02/2025 09h30 , atualizado em 16/02/2025 09h30
Mãos seguram jornais e microfones em referência ao Dia do repórter.
O dia do Repórter é uma data não oficial criada para homenagear a profissão. Crédito da Imagem: Shutterstock
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O Dia do Repórter é celebrado hoje, dia 16 de fevereiro, estes profissionais são responsáveis por investigar, coletar e pesquisar informações para construir produtos jornalísticos. A atuação é ampla e pode se dar em diversas mídias (texto, vídeo, áudio), assim como pode tratar de inúmeros assuntos, desde futebol até religião. 

Profissão essencial para o funcionamento da democracia, tanto pela sua função investigativa, quanto pela divulgação de informações de interesse público. Por vezes, principalmente no caso das mulheres, enfrentam ameaças e injúrias devido ao seu trabalho.

Na busca de conhecer melhor a rotina, os desafios e a trajetória destes profissionais, conversamos com Luiz Fernando Toledo, o quarto jornalista mais premiado do Brasil em 2024, segundo a Universidade de Cambridge. Ele é do ramo investigativo, especialista em análise de dados, já produziu matérias responsáveis por expor uma rede de pornografia infantil, por revelar falhas em inspeções ambientais, divulgar detalhes das faturas do cartão corporativo presidencial, entre outros feitos. 

Luiz Fernando Toledo. Créditos: Arquivo Pessoal

Veja o que descobrimos nesta conversa! 

Escolha pela vida de repórter

Luiz compartilha que, desde criança, sonha em ser jornalista. Ele foi um menino muito ligado aos videogames da sua época (começo dos anos 90), lia revistas sobre os jogos e realizava as próprias críticas, escrevia em cadernos e mostrava para os amigos do colégio. 

A princípio, desejava trabalhar na área do entretenimento. Mas, ao entrar na graduação, ouviu muito sobre o fechamento das redações e várias revistas que ele lia fecharam, sobre isso Luiz declarou:

"Quando eu entrei na faculdade, eu levei um susto porque meu sonho era trabalhar em revista, e de repente, todas as revistas que eu acompanhava ou estavam fechando, ou estavam diminuindo e a gente escutava dos colegas que estavam se formando que não ia ter vaga. Aí, comecei a pensar como que vou trabalhar em um negócio que está diminuindo?"

Com o avançar da faculdade, Luiz foi se interessando mais por política e foi se afastando da ideia de escrever sobre jogos. Após formado, ele começou a atuar com jornalismo de educação, que utiliza muito tratamento de dados, análise de informações, principalmente, quando o assunto são programas nacionais, tais como Enem, Prouni, Fies, entre outros. 

Por conta disso, se aproximou do jornalismo investigativo. Luiz disse:

"Percebi que, com dados, eu poderia fazer matérias que fugissem do discurso oficial, por exemplo, o governador diz X, mas os dados mostram outra coisa. Essa coisa do jornalismo investigativo veio como uma evolução natural das matérias que eu conseguia produzir."

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Ele também nos conta que aprender a utilizar a Lei de Acesso à Informação (LAI) foi um capítulo revolucionário em sua trajetória. Pois, conseguia produzir matérias relevantes e exclusivas. 

Veja mais dicas e relatos para te ajudar na escolha da vida profissional

Vantagens e desafios de ser Repórter

Luiz revela que a melhor parte de ser repórter é que ele não enjoa da profissão nunca, pode até cansar de tarefas específicas, mas nunca pensou em trocar. Isso por conta da amplitude profissional e das constantes transformações neste setor. Ele declarou:

"Não tem um dia igual o outro. As coisas são muito dinâmicas e interessantes."

Sobre os problemas, Luiz conta que se considera sortudo por nunca ter sido processado individualmente e nem nunca ter lidado com ameças graves. O principal desafio que ele ressalta é a ansiedade, afirmou:

"Você precisa, constantemente, ter que ficar ali consumindo conteúdo e pensando em novas formas de produzir, isso é uma coisa"

Ele também fala da preocupação com a audiência, que tem aumentado cada vez mais entre os jornalistas. Conclui dizendo que é preciso sempre avaliar o que o público quer ver, além de considerar a importância da informação e a ética jornalística.

Conselhos para quem quer se tornar repórter

Luiz recomenda para os jovens que querem se tornar repórteres escolherem uma área que seja realmente do seu interesse, para não transformarem uma profissão que pode ser incrível em algo estritamente burocrático. Ele aconselha acompanhar as tendências do mercado para saber onde haverá espaço, mas não deixar de lado o seu interesse pessoal, se lembrar daquilo em que você é bom.

O jornalista também fala sobre realizar cursos, participar de congressos e cita, como exemplo, as iniciativas da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) e outras organizações que podem agregar ao currículo. 

Luiz encerra sua fala:

"Tente moldar a sua carreira para onde você quer ir, não seja levado só por que tal lugar paga um pouco a mais, não vale a pena... É uma área maravilhosa! Então, tente a profissão naquilo que você vai fazer melhor e te fazer uma pessoa mais feliz"

 

Por Tiago Vechi

Jornalista