Embolia amniótica

A embolia amniótica é uma rara e grave condição obstétrica, podendo levar a complicações respiratórias, cardíacas e de coagulação.

A embolia amniótica é uma condição obstétrica rara e extremamente grave, caracterizada pela entrada de líquido amniótico, células fetais ou outros detritos na corrente sanguínea materna. Esse evento desencadeia uma resposta inflamatória que pode resultar em complicações sérias, como problemas respiratórios, cardíacos e de coagulação. Os principais fatores de risco incluem idade materna avançada, multiparidade, trauma uterino e complicações obstétricas.

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Resumo sobre embolia amniótica

O que é embolia amniótica?

A embolia amniótica, também conhecida como embolia por líquido amniótico (ELA) ou embolia amniocaseosa, é uma condição obstétrica rara, mas potencialmente fatal. Ela ocorre quando o líquido amniótico, células fetais ou outros detritos entram na corrente sanguínea materna, desencadeando uma reação imunológica grave. Essa situação pode levar a problemas cardíacos, respiratórios e de coagulação. Ela geralmente ocorre durante o trabalho de parto, imediatamente após o parto ou, raramente, durante a gravidez, sendo considerada uma das causas prováveis de morte súbita de mulheres durante o parto.

Causas da embolia amniótica

A causa exata da embolia amniótica ainda não é completamente compreendida. Acredita-se que a condição ocorra quando há uma ruptura nas membranas amnióticas ou nas veias uterinas, permitindo que o líquido amniótico ou outros componentes fetais entrem na circulação materna.

Fatores de risco da embolia amniótica

Alguns fatores de risco estão associados à condição, incluindo:

- Idade materna avançada, isto é, mulheres com idade superior a 35 anos.

- Multiparidade, como gestação de gêmeos ou trigêmeos.

- Trauma uterino, em decorrência da realização de processos invasivos como cesariana e indução do parto.

- Complicações obstétricas, devido a descolamento prematuro da placenta, placenta prévia e eclâmpsia.

- Polidrâmnio, ou seja, presença de líquido amniótico em excesso.

Sintomas da embolia amniótica

Os sintomas da embolia amniótica na gestante geralmente se desenvolvem de forma rápida e podem incluir:

- queda abrupta da pressão arterial;

- dificuldade para respirar;

- aumento ou diminuição da frequência cardíaca;

- edema pulmonar;

- problemas graves de coagulação sanguínea;

- convulsões (geralmente em casos mais graves).

A presença desses sintomas pode evoluir para complicações graves na gestante, incluindo sangramento excessivo, perda de consciência, parada cardíaca, dano cerebral e, em casos extremos, levar ao óbito.

Quando ocorre ainda durante a gravidez, essa condição também pode trazer complicações para o feto, levando-o a entrar em um estado de sofrimento fetal (o feto é submetido a períodos de ausência de oxigênio).

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Diagnóstico da embolia amniótica

O diagnóstico de embolia amniótica é clínico e baseado na rápida aparição dos sintomas, não existindo um teste específico para confirmar a condição. Os médicos podem realizar exames laboratoriais e de imagem para excluir outras causas e avaliar a gravidade dos sintomas, como exames de sangue (observar problemas de coagulação), ecocardiograma (avaliar função cardíaca) e radiografia de tórax (verificar sinais de edema pulmonar).

Tratamento da embolia amniótica

A embolia amniótica é um caso de emergência médica e o tratamento visa estabilizar a paciente, abordando os sintomas mais críticos por meio da:

- administração de oxigênio e/ou ventilação mecânica;

- transfusão de plaquetas e fatores de coagulação;

- uso de dispositivos de assistência ventricular;

- uso de medicamentos para estabilizar a pressão arterial.

Quando a gravidez está avançada e há riscos graves para a gestante, pode-se induzir o parto na tentativa de garantir a sobrevivência da grávida e do feto.

Embolia amniótica tem cura?

A embolia amniótica é uma complicação grave e muitas vezes fatal, com taxa de mortalidade materna de até 80%. A presença de complicações a longo prazo e a sobrevivência da gestante depende da rapidez com que o diagnóstico é feito e o tratamento é iniciado.

Fontes

AMARAL, F. & VARGAS, R. 2008. Embolia amniótica durante parto normal sob analgesia: relato de caso. Revista Brasileira de Anestesiologia, 58(4): 397–402.

BENSON, M.D. et al. 2001. Immnologic studies in presumed amniotic fluid embolis. Obstetrics & Gynecololy, 97(4): 510-514.

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SECRETARIA DE POLÍTICAS DE SAÚDE - Área Técnica da Saúde da Mulher. 2000. Urgências e Emergências Maternas: Guia para diagnóstico e conduta em situações de risco de morte materna. 2ª ed. Brasília: Ministério da Saúde, 119 p.


Fonte: Brasil Escola - https://brasilescola.uol.com.br/saude/embolia-amniotica.htm