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Diferenças entre linguagem literária e linguagem não literária

Existem significativas diferenças entre linguagem literária e linguagem não literária. Compreender cada uma delas é essencial para o entendimento dos diversos tipos de texto.

As situações comunicacionais são responsáveis por indicar o tipo de discurso que será utilizado.
As situações comunicacionais são responsáveis por indicar o tipo de discurso que será utilizado.
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 Os textos podem ser divididos conforme a linguagem escolhida para a construção do discurso. São dois grandes grupos, que privilegiam a linguagem literária e a linguagem não literária. Apesar de os textos literários e não literários apresentarem pontos convergentes em sua elaboração, existem alguns aspectos que tornam possível a diferenciação entre eles. Saber identificá-los e reconhecê-los conforme o tipo de linguagem adotado é fundamental para a compreensão dos diversos gêneros textuais aos quais estamos expostos no nosso dia a dia.

Nessa questão, não existe uma linguagem que seja superior à outra: ambas são importantes e estão representadas pelos incontáveis gêneros textuais. As diferenças nos tipos de linguagem estão ancoradas pela necessidade de adequação do discurso, pois para cada situação escolhemos a maneira mais apropriada para elaborar um texto. Se a intenção é comunicar ou informar, certamente adotaremos recursos de linguagem que privilegiem o perfeito entendimento da mensagem, evitando assim entraves linguísticos que possam dificultar o acesso às informações. Se a intenção é privilegiar a arte, através da escrita de poemas, contos ou crônicas, estarão à nossa disposição recursos linguísticos adequados para esse fim, tais como o uso da conotação, das figuras de linguagem, entre outros elementos que confiram ao texto um valor estético.

Dessa maneira, confira as principais diferenças entre a linguagem literária e a linguagem não literária:

Linguagem literária: pode ser encontrada na prosa, em narrativas de ficção, na crônica, no conto, na novela, no romance e também em verso, no caso dos poemas. Apresenta características como a variabilidade, a complexidade, a conotação, a multissignificação e a liberdade de criação. A Literatura deve ser compreendida como arte e, como tal, não possui compromisso com a objetividade e com a transparência na emissão de ideias. A linguagem literária faz da linguagem um objeto estético, e não meramente linguístico, ao qual podemos inferir significados de acordo com nossas singularidades e perspectivas. É comum na linguagem literária o emprego da conotação, de figuras de linguagem e figuras de construção, além da subversão à gramática normativa.

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Linguagem não literária: pode ser encontrada em notícias, artigos jornalísticos, textos didáticos, verbetes de dicionários e enciclopédias, propagandas publicitárias, textos científicos, receitas culinárias, manuais, entre outros gêneros textuais que privilegiem o emprego de uma linguagem objetiva, clara e concisa. Considerados esses aspectos, a informação será repassada de maneira a evitar possíveis entraves para a compreensão da mensagem. No discurso não literário, as convenções prescritas na gramática normativa são adotadas.

A linguagem nada mais é do que a expressão do pensamento por meio de palavras, sinais visuais ou fonéticos, através dos quais conseguimos estabelecer a comunicação. Compreender os aspectos presentes em cada uma das linguagens é fundamental para a melhor compreensão dos diferentes tipos de discurso que produzimos e aos quais estamos expostos em diferentes situações comunicacionais.


Por Luana Castro
Graduada em Letras

Escritor do artigo
Escrito por: Luana Castro Alves Perez Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

PEREZ, Luana Castro Alves. "Diferenças entre linguagem literária e linguagem não literária"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/literatura/linguagem-literaria-naoliteraria.htm. Acesso em 25 de abril de 2024.

De estudante para estudante


Videoaulas


Lista de exercícios


Exercício 1

Sobre a linguagem não literária é correto afirmar, exceto:

a) É utilizada, sobretudo, em textos cujo caráter seja essencialmente informativo.

b) Sua principal característica é a objetividade.

c) Utiliza recursos como a conotação para conferir às palavras sentidos mais amplos do que elas realmente possuem.

d) Utiliza a linguagem denotativa para expressar o real significado das palavras, sem metáforas ou preocupações artísticas.

Exercício 2

(UERJ – 2012)

SOBRE  A ORIGEM DA POESIA 

A origem da poesia se confunde com a origem da própria linguagem. 

Talvez fizesse mais sentido perguntar quando a linguagem verbal deixou de ser poesia. Ou: qual a origem do discurso não poético, já que, restituindo laços mais íntimos entre os signos e as coisas por eles designadas, a poesia aponta para um uso muito primário da linguagem, que parece anterior ao perfil de sua ocorrência nas conversas, nos jornais, nas aulas, conferências, discussões, discursos, ensaios  ou telefonemas [...] 

No seu estado de língua, no dicionário, as palavras intermedeiam nossa relação com as coisas, impedindo nosso contato direto  com elas. A linguagem poética inverte essa relação, pois, vindo a se tornar, ela em si, coisa, oferece uma via de acesso sensível mais direto entre nós e o mundo [...] 

Já perdemos a inocência de uma linguagem plena assim. As palavras se desapegaram das coisas, assim como os olhos se desapegaram dos ouvidos, ou como a criação se dasapegou da vida. Mas temos esses pequenos oásis – os poemas – contaminando o deserto de referencialidade.

ARNALDO ANTUNES

No último parágrafo, o autor se refere à plenitude da linguagem poética, fazendo, em seguida,  uma descrição que corresponde à linguagem não poética, ou seja, à linguagem referencial.

Pela  descrição apresentada, a linguagem referencial teria, em sua origem,  o seguinte traço fundamental: 

a) O desgaste da intuição 

b) A dissolução da memória

c) A fragmentação da experiência

d) O enfraquecimento da percepção