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Sacro Império Germânico

A bandeira do Sacro Império Germânico com seus diversos ducados integrantes
A bandeira do Sacro Império Germânico com seus diversos ducados integrantes
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A desintegração do Império Carolíngio possibilitou a formação de novos reinos na Europa Ocidental. Entre esses, destacamos a dominação política exercida pelos duques germânicos sobre a região da antiga França Oriental. Através do voto dos principais duques da região (Francônia, Saxônia, Suábia e Baviera), era escolhido o rei que obteria controle sobre o Reino Germânico. O primeiro rei escolhido foi Henrique I da Saxônia, eleito em 936.

Henrique da Saxônia foi sucedido por seu filho, Oton I. Sob seu domínio, o Reino Germânico conquistou a Lotaríngia, que anteriormente era ocupada pelos húngaros. Essa vitória obtida durante a Batalha de Lechfeld possibilitou o fortalecimento dos laços entre Oton e a Igreja. No ano de 962, o papa João XII coroou Oton I como Imperador do Sacro-Império Germânico. Consolidado até o início do século XIX, esse novo império fortificou a influência da Igreja sobre o Estado. Buscando a reversão deste quadro, Oton criou diversos bispados e abadias, e concedeu cargos religiosos aos nobres que o apoiasse.

Na parte final do século X, o processo de descentralização política promovido pela feudalização das terras incitou fortes contendas políticas entre o imperador, os senhores feudais e o clero. No século XI, essas disputas ficaram polarizadas entre os que reconheciam a autoridade real, e os nobres submetidos à influência do papa. A situação conflituosa chegou ao seu ápice quando as tropas do papa Gregório VII e do imperador Henrique IV guerrearam entre os anos de 1073 e 1085.

Gregório VII, pertencente à Ordem de Cluny, lutava contra as tramas políticas que colocavam os bispos da Igreja sobre a influência política do imperador. Entre outras medidas, resolveu proibir a concessão de postos clericais (investiduras) dadas pela autoridade real do Sacro-Império. Avesso às decisões do papa, Henrique IV acabou sendo excomungado. Ameaçado pelas tropas da Igreja, pediu que o papa revogasse da sua decisão. Tempos depois, organizou exércitos contra o papa, que se viu obrigado a fugir de Roma.

A questão entre o papa e o rei foi contornada, em 1122, com a Concordata de Worms. Essas intrigas, que se arrastaram ao longo de toda a Idade Média, deixaram esse conflito conhecido como Querela das Investiduras. A rixa estabelecida entre os reis germânicos e o pontífice romano enfraqueceu a influência política de ambos os lados, fortalecendo a autoridade local dos nobres. Dessa forma, vários pequenos Estados se formaram, dando caráter simbólico à autoridade do imperador do Sacro Império Germânico.

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Por Rainer Sousa
Graduado em História

Escritor do artigo
Escrito por: Rainer Gonçalves Sousa Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOUSA, Rainer Gonçalves. "Sacro Império Germânico"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/sacro-imperio-germanico.htm. Acesso em 19 de abril de 2024.

De estudante para estudante


Lista de exercícios


Exercício 1

(Ufes) Em fevereiro de 1076, o papa Gregório VII, reagindo contra a decisão dos bispos alemães de se proclamarem independentes da Santa Sé, excomunga Henrique IV, soberano do Sacro Império Romano-Germânico, nos seguintes termos: O episódio faz parte de um dos mais importantes conflitos ocorridos no Período Medieval entre o papado e o Império, denominado “Questão das Investiduras” (1075-1122), que consistiu:

a) na retomada, por parte da Santa Sé, das propriedades fundiárias concedidas em arrendamento aos príncipes alemães para que investissem na produção agrícola, destinada a abastecer os núcleos urbanos emergentes;

b) na decisão de Gregório VII, proclamada diante dos bispos reunidos no Concílio de Avignon, de impedir por todos os meios as investidas de Henrique IV e seus aliados contra a Itália, o que levou o papado a buscar o apoio da monarquia francesa;

c) na condenação, por parte de Gregório VII, da interferência do poder laico na composição do clero, especialmente no que dizia respeito à indicação dos bispos pelos soberanos;

d) no repúdio de Henrique IV às pretensões do papado de sagrar os cavaleiros alemães, uma vez que historicamente tal prerrogativa cabia apenas ao imperador, como herdeiro legítimo dos Césares romanos;
e) na cisão entre a Santa Sé e a monarquia alemã, por conta da revelação de que agentes papais teriam penetrado no território do Sacro Império Romano-Germânico com o objetivo de sublevar a nobreza contra Henrique IV.

Exercício 2

Observe a imagem e, logo em seguida, leia o texto:

Brasão de armas do Sacro Império Romano-Germânico *
Brasão de armas do Sacro Império Romano-Germânico *

* Créditos da imagem: Commons

“[... a figura da águia bicéfala coroada é inequivocamente – do ponto de vista iconográfico – um símbolo de poder, e poder imperial. Tal representação, como dito antes, simbolizava o estatuto político de Império, do Sacro-Império Romano Germânico, que durante todo o século XVII ainda o exibia com grandiosidade.” (TRINDADE, Jaelson Bitran. O Império dos Mil Anos e a arte do “tempo barroco”: a águia bicéfala como emblema da Cristandade. Anais do Museu Paulista. São Paulo. n. Sér. v. 18. n. 2. p.11-91. Jul. - Dez. 2010.)

Na representação simbólica do Sacro Império, as duas cabeças da águia indicam, respectivamente:

a) o poder espiritual (exercido pelo imperador) e o poder secular/terreno (exercido pelo papa).

b) Roma Antiga e a Alemanha Moderna.

c) o Império Romano do Ocidente e o Império Romano do Oriente.

d) o poder espiritual (exercido pelo Papa) e o poder secular/terreno (exercido pelo imperador).

e) Cristo e Pilatos.