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Hermes da Fonseca

O governo de Hermes da Fonseca foi palco de importantes conflitos do período oligárquico
O governo de Hermes da Fonseca foi palco de importantes conflitos do período oligárquico
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No ano de 1909, as articulações políticas envolvendo a sucessão presidencial estabeleceram uma cisão entre as elites paulista e mineira. De um lado, os oligarcas de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul apoiaram a candidatura do marechal Hermes da Fonseca. Por outro, as elites paulistas e baianas refutaram o retorno de um militar à presidência optando pela escolha do aclamado intelectual Rui Barbosa.

A divisão formada na época acabou abrindo caminho para uma intensa disputa eleitoral. Os mineiros articulavam os antigos mecanismos de fraude eleitoral e controle dos resultados desenvolvidos no meio rural. Já os paulistas, projetavam a sua vitória desenvolvendo um discurso modernizador a ser agraciado pelo eleitorado urbano. Rui Barbosa, estudioso de grande envergadura, seria o grande executor de tais transformações.

Mesmo com uma agitada campanha eleitoral, Rui Barbosa acabou sendo derrotado pela força que as oligarquias tinham nos primórdios do século XX. Chegando ao cargo de presidente, Hermes da Fonseca adotou uma política econômica bastante conservadora, atrelando-se aos antigos mecanismos de regulação de preços, compra e estocagem da produção cafeeira. Entretanto, do ponto de vista político, observamos ações polêmicas e conflituosas.

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A forte oposição de alguns oligarcas ao seu mandato e a forte influência do senador gaúcho Pinheiro Machado foram alguns dos motivos que alicerçaram a chamada política de salvações. Tal política consistia na deposição de todos os agentes políticos que não fossem declaradamente apoiadores de Hermes da Fonseca. Ao longo de seu mandato, as deposições surtiram efeito em alguns estados como Pernambuco, Alagoas e Bahia.

Do ponto de vista histórico, as salvações não representavam uma quebra da hegemonia oligárquica. Nesse episódio vemos somente um rearranjo do poder que ainda se preservava nas mãos de uma mesma elite. A exclusão de grande parte da população ainda era a regra comum. Não por acaso, tal período fora marcado por importantes rebeliões como a Revolta da Chibata, ocorrida em 1910, no Rio de Janeiro, e a Guerra do Contestado, desenvolvida em Santa Catarina, no ano de 1914.

Por Rainer Sousa
Mestre em História

Escritor do artigo
Escrito por: Rainer Gonçalves Sousa Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOUSA, Rainer Gonçalves. "Hermes da Fonseca"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiab/hermes-fonseca.htm. Acesso em 28 de março de 2024.

De estudante para estudante


Lista de exercícios


Exercício 1

(FGV-SP) Rui Barbosa, como candidato à presidência da República nas eleições de 1910, declarava: “Mas por isso mesmo que quero o exército grande, forte, exemplar, não o queria pensando sobre o governo do país. A nação governa. O exército, como os demais órgãos do país, obedece”.

(Apud CARONE, Edgar. A Primeira República. 1889-1930. São Paulo: Difel, 1969. p. 51)

            Nesta declaração, Rui Barbosa expressava uma:

  1. Crítica ao governo militar do então presidente Marechal Deodoro da Fonseca.
  2. Crítica à candidatura de seu oponente, o militar Hermes da Fonseca.
  3. Defesa da maior atuação do exército na política nacional.
  4. Resposta à tentativa de golpe militar liderada pelo Marechal Floriano Peixoto.
  5. Recusa ao apoio da oligarquia paulista para a sua candidatura.

Exercício 2

Durante o governo de Hermes da Fonseca foi criada a Política de Salvações, que consistia na:

  1. troca das oligarquias estaduais opostas a Hermes da Fonseca por oligarquias apoiadoras do presidente.
  2. criação de mecanismos econômicos que visavam garantir a manutenção do preço do café em um patamar necessário para a obtenção de lucro.
  3. execução de medidas para mitigar os efeitos da grave seca que assolou o sertão nordestino em 1912.
  4. obtenção de financiamentos internacionais para equilibrar o orçamento do governo federal.
  5. criação de linhas de créditos para manter em operação a nascente indústria nacional.