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Eufonia na colocação pronominal

Um dos critérios da correta colocação pronominal é a eufonia, ou seja, a boa qualidade manifestada que as palavras apresentam.

A colocação pronominal está muitas vezes relacionada a critérios voltados para a eufonia
A colocação pronominal está muitas vezes relacionada a critérios voltados para a eufonia
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A começar pelas ilustrações presentes na imagem acima, afirma-se que eventuais dúvidas aparecem quando o assunto é colocação pronominal. Onde colocar o pronome oblíquo? Antes, no meio ou depois do verbo? Imagine uma situação em que o cliente chega à padaria e volta-se para a atendente, dizendo:

Dê-me dois pães.

Certamente que muitos que por ali estiverem simplesmente poderão dizer: - Nossa, que culto!

Isso acontece porque no português brasileiro, sobretudo na oralidade, prevalece mais o uso da próclise em detrimento ao da ênclise. Assim, o esperado seria:

Me dê dois pães.

No entanto, seria mais cômodo se falássemos de forma aleatória, sem nos preocupar com regras e determinados convencionalismos, não é mesmo? Na verdade, ocorre exatamente o contrário, haja vista que não só para a colocação pronominal, mas também para vários outros assuntos relacionados à gramática, há regras, as quais devem ser rigorosamente obedecidas. Sendo assim, o conveniente seria usarmos a primeira alternativa, ou seja, a ênclise, pois, de acordo com os preceitos regidos pela gramática, não se inicia oração fazendo uso do pronome oblíquo átono, tampouco com verbos expressos na forma imperativa.

Dessa forma, essas regras estão relacionadas muitas vezes a questões eufônicas, ou seja, aquelas relacionadas à boa qualidade do som. Assim, de forma a tornar claro o que estamos afirmando, eis que nos evidenciam os seguintes exemplos:

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Jamais aborreci-te com minhas atitudes.

Ou ainda:

Jamais te aborreci com minhas atitudes.

 

Atendo-nos ao primeiro exemplo, constatamos que a junção do verbo com o pronome provoca um som desagradável, assim como também ocorreria em “foi-se”.

Já o segundo exemplo, além de não contrariar os postulados gramaticais, dada a presença do advérbio de negação “jamais”, ainda se apresenta com um som perfeitamente agradável aos nossos ouvidos.  Mas e se porventura tivéssemos que dizer a mesma frase, estando esta agora na forma afirmativa, com o propósito ainda mantido (ou seja, o de não cometer nenhum desvio em se tratando da norma culta)?

É simples, bastaria o sujeito vir explícito – fato que justificaria o uso da próclise de modo efetivo, ou seja:

Eu te aborreci com minhas atitudes.

E não desta forma:

Eu aborreci-te com minhas atitudes.

Ele se foi rapidamente.

E não:

Ele foi-se rapidamente. 

Por Vânia Duarte
Graduada em Letras

Escritor do artigo
Escrito por: Vânia Maria do Nascimento Duarte Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

DUARTE, Vânia Maria do Nascimento. "Eufonia na colocação pronominal"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/eufonia-na-colocacao-pronominal.htm. Acesso em 19 de março de 2024.

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