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Rio Nilo

O rio Nilo é o maior rio em extensão do mundo, localizado na África. Nasce no interior do continente, em Ruanda e na Etiópia, desaguando no Mar Mediterrâneo, sua foz.

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O rio Nilo é o maior do mundo em termos de extensão territorial. Localizado no continente africano, esse rio é de extrema importância para toda a sociedade que o rodeia, sendo item essencial para entendermos o desenvolvimento de civilizações milenares, como a egípcia.

O Nilo passa por 10 países africanos até desaguar no mar Mediterrâneo, por meio de sua foz no Egito. Seu tamanho contribui diretamente para que faça parte da principal bacia hidrográfica do continente, o que faz dele algo impressionante.

Leia também: Rios – reservatórios de água que contribuem para a sobrevivência na Terra

Tópicos deste artigo

Informações gerais do rio Nilo

  • Comprimento do rio Nilo

Ao somarmos desde a nascente mais meridional, ao sul de Uganda, até sua foz, no mar Mediterrâneo, o Nilo possui um comprimento de 7088 km. Há controvérsias entre os estudiosos sobre esse dado, e alguns colocam o rio Amazonas sendo maior que ele. Em termos de vazão, o rio da América do Sul é mesmo maior, mas, em termos de comprimento, o rio africano leva vantagem.

  • Posição do rio Nilo

Esse rio nasce no interior do continente africano, na parte leste da África. Seu curso é o maior do mundo, correndo no sentido sul–norte. Esse sentido baseou o desenvolvimento de sociedades antigas, como a egípcia. Grande parte dela se instalava na margem direita do rio, a leste, pois é o onde o Sol nasce. Para os egípcios, os deuses da mitologia egípcia usavam o Nilo como transporte, e o local onde o Sol nasce seria o mais propício para a  vida.

  • Nascente do rio Nilo

O rio Nilo tem sua origem em dois grandes lagos: o lago Vitória, em Uganda, e o lago Tana, na Etiópia. Em Uganda, o Vitória alimenta um grande afluente, o Nilo Branco. Já na Etiópia, o Nilo Azul (outro afluente) é reforçado com as águas do Tana. Entretanto, uma nascente mais ao sul, em Ruanda, pode ser considerada o início desse poderoso rio. Essa nascente localiza-se na floresta Nyungwe, o ponto mais meridional do lago Vitória. 

Cachoeiras Murchison, próximas do Nilo Branco, afluente do Nilo, em Uganda.
Cachoeiras Murchison, próximas do Nilo Branco, afluente do Nilo, em Uganda.
  • Caudal médio

Apesar de ser um rio extenso, sua vazão é baixa. Isso devido ao clima árido de grande parte do seu curso, fazendo com que ele tenha um caudal médio anual de 3100 m³/s. A fim de comparação, o rio Amazonas possui um caudal médio anual de 209.000 m³/s.

  • Foz do rio Nilo

A foz do Nilo é em formato delta (semelhante à figura de um triângulo) e está no Egito, medindo 160 km de comprimento e 250 km de largura. A foz de um rio é o local onde sedimentos acumulam-se e não são levados pelas correntes marítimas, podendo ser férteis, zonas de aluvião, ou formar inúmeras lagunas — espécies de depressões formadas por água salgada nos litorais.

Com o Nilo não é diferente. Sua foz apresenta essas características e é localizada próxima das cidades do Cairo (mais ao sul da foz) e Alexandria (litoral norte do Egito). Quando o curso do rio cruza a cidade do Cairo, ele apresenta uma bifurcação para atingir o mar Mediterrâneo. Essa bifurcação recebe dois nomes: o canal Roseta, a oeste, e o canal Damieta, a leste.

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  • Área da bacia

Estima-se que a área da bacia hidrográfica do rio Nilo seja de, aproximadamente, 3.349.000 km2, o que chega a ser um décimo de todo o continente africano.

  • Países

O Nilo passa por 10 países africanos, sendo essencial para as suas populações. Em Uganda, Etiópia, há as nascentes dos seus principais afluentes, Nilo Branco e Nilo Azul; e no Sudão e Egito, ele atinge o mar Mediterrâneo. Além desses locais, o rio percorre áreas da Tanzânia, do Quênia, da República Democrática do Congo, de Burundi, do Sudão do Sul e de Ruanda.

Ponte acima do Nilo entre Cairo e Gizé, no Egito.
Ponte acima do Nilo entre Cairo e Gizé, no Egito.

Etimologia

O nome Nilo pode ter várias explicações, mas a maioria delas chega a um denominador comum. Os egípcios, gregos e hebreus possuem palavras diferentes para designar “rio”. itrw, yor e potamós, respectivamente. Esses três povos foram os que mais utilizaram o Nilo ao longo da história, por isso a referência parte deles. Entre os egípcios, o Nilo era chamado de Ar, ou Aur, que significa “negro”.

Entretanto, para os sânscritos, a palavra nil significa “azul”, e qualquer acréscimo nela pode ter uma tradução de “azulado” ou de “poder azul”.

Trata-se, portanto, de um nome com forte carga semântica, que carrega um sentido de poder azul, purificação, calma e força, e que designa bem o rio Nilo ao longo de seu curso.

Características do rio Nilo

O rio Nilo possui um regime de cheias periódicas ao longo de seu curso. Por ser perene, nos momentos de estiagem, suas margens tornam-se extremamente férteis devido aos sedimentos ali depositados durante a época das cheias. Em geral, o período de menor vazão do rio no seu baixo curso (mais próximo da foz) é durante a primavera, em meados de setembro e outubro.

  • Cataratas

Por ser um rio que corre no sentido sul–norte, seu alto curso possui algumas cataratas que na história foram utilizadas como fronteiras entre povos africanos. Das cataratas mais famosas do Nilo, duas ganham destaque: Aswan e Cartum, a primeira no Egito e a segunda no Sudão.

Entre essas duas cidades, existem outras cataratas ao longo do curso no Nilo, mas essas duas ganham destaque pelo potencial hídrico e por fazerem parte de duas importantes cidades para seus respectivos países.

  • Barragens

Em Aswan, na década de 1890, foi construída a represa de Assuã pelos britânicos, para represar grandes quantidades de água que serviram as bases inglesas na região durante o imperialismo europeu na África.

Barcos em Assuã, sul do Egito.
Barcos em Assuã, sul do Egito.

Entre as décadas de 1950 e 1970, os egípcios expandiram-na, alterando o regime sazonal do rio. Alguns estudiosos alegam que essa represa possibilitou cultivos agrícolas em terras que antes eram desérticas, além de amenizar as assustadoras cheias do rio na região. Entretanto, a fertilização natural das margens foi drasticamente alterada, levando os produtores agrícolas a utilizarem cada vez mais insumos e agrotóxicos químicos.

A represa de Assuã originou um grande lago, o lago Nasser, em referência ao presidente egípcio da época, Gamal Abdel Nasser. A represa foi construída para abrigar a hidrelétrica de Assuã, que atualmente gera energia para grande parte da população do Egito.

Veja mais: Ciclo da água – importante ciclo biogeoquímico para a manutenção de vida na Terra

Importância do rio Nilo

O tamanho do Nilo está diretamente associado à sua importância para a sociedade africana. Em termos históricos, ele foi essencial para o desenvolvimento de uma das civilizações mais intrigantes e enigmáticas: a civilização egípcia. O clima árido e seco do Egito tornam a sua ocupação um grande desafio, mas, graças ao rio e as suas cheias fertilizantes, o desenvolvimento egípcio conheceu tempos de glória, riqueza e magnitude.

Heródoto, grego conhecido como o “pai da história”, denominou o Egito como uma dádiva do Nilo, em alusão à importância desse rio para o crescimento e consolidação dos egípcios enquanto sociedade imperial.

Suas cheias movimentam os nutrientes do rio, trazendo à tona, durante o período de estiagem, grande quantidade de húmus e adubo natural. Por isso, as cidades mais importantes dos países em que há o curso do Nilo estão em suas margens ou em áreas próximas.

Estudos históricos apontam que as margens do Nilo foram ocupadas desde o período Paleolítico. As árvores próximas do rio dispunham de variedade frutífera, proporcionando fartura para os grupos humanos que, nessa era, ainda não praticavam a agricultura.

Cairo, capital do Egito, às margens do Nilo.
Cairo, capital do Egito, às margens do Nilo.

Somando-se as populações dos 10 países por onde o Nilo corre, temos a incrível marca de, aproximadamente, 513 milhões de pessoas assistidas, de forma direta e indireta, por esse rio majestoso e cheio de peculiaridades.

Rio Nilo atualmente

Um dos graves problemas enfrentados pelo Nilo está no seu delta. Devido às mudanças climáticas ocasionadas pela emissão e pelo acúmulo de CO2 na atmosfera, muitos agricultores no delta estão perdendo solos cultiváveis. Isso porque a salinidade avança gradativamente, tornando o solo pobre e intensificando o uso de adubos químicos.

A gravidade das mudanças climáticas no delta do Nilo poderá afetar mais de oito milhões de pessoas, que terão de ser deslocadas das áreas litorâneas até o fim do século, segundo o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, órgão da Organização das Nações Unidas.

Outro problema é que muitas áreas do delta estão afundando. Isso porque, na construção da represa de Assuãn, várias toneladas de lama foram deslocadas do curso do rio, acumulando-se no delta, devido ao curso natural das águas. Com a água represada, o fluxo de sedimentos diminuiu-se, diminuindo o delta. Há lugares em que a faixa costeira já se reduz em um ritmo impressionante de 175 metros por ano.

Essa represa, com a criação do lago Nasser, causou grandes problemas aos monumentos da região, alagando importantes sítios arqueológicos, com a quase maioria dos Templos de Núbia prejudicada.

 

Por Átila Matias
Professor de Geografia

Escritor do artigo
Escrito por: Átila Matias Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

MATIAS, Átila. "Rio Nilo"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/rio-nilo.htm. Acesso em 29 de março de 2024.

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